O governador de Minas Gerais,
Antonio Anastasia (PSDB), defendeu a candidatura do senador Aécio Neves
(PSDB-MG) à presidência do partido para dar mais um passo rumo à candidatura
dele à Presidência em 2014 e procurou afastar as especulações de uma ruptura
por parte de lideranças paulistas da sigla.
"Se o senador vier a ser
indicado presidente do partido em maio, acho que será positivo e um passo
importante dentro da estratégia traçada", afirmou Anastasia a jornalistas
nesta segunda feira na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Depois de matérias publicadas
recentemente pela imprensa afirmando que o ex-governador de São Paulo José
Serra e o atual, Geraldo Alckmin, são contra a chegada de Aécio à presidência
do PSDB, Anastasia disse não acreditar que a chegada do senador, seu padrinho
político, à presidência da legenda geraria um racha entre os tucanos.
"Acredito que quando chegarmos
em maio, vai estar tudo bem avançado e vamos ter uma composição. Estamos na
oposição há doze anos e temos que traçar de forma firme e com objetividade,
serenidade e realismo quais nossas metas para 2014, que passa pela indicação do
senador Aécio", disse Anastasia, que disse esperar um consenso em torno do
nome de Aécio para presidir o partido.
Sem citar nomes ou fazer críticas
diretas à algum nome do partido, Anastasia declarou que a entrega do comando do
PSDB ao senador mineiro colocaria a legenda numa trajetória da renovação de
idéias e posições.
"Certamente o senador Aécio vai
correr o Brasil levantando as bandeiras do PSDB, discutir os temas nacionais
mais relevantes, entre eles o tema do pacto federativo", declarou ele.
A ala paulista do PSDB tem dominado
a indicação de candidatos do partido à Presidência desde a primeira eleição
direta após a redemocratização em 1989, quando o ex-governador Mario Covas foi
o candidato.
O ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, nascido no Rio de Janeiro mas que fez a carreira política em São
Paulo, foi o candidato vencedor em 1994 e novamente à reeleição em 1998. Em
2002, Serra foi o candidato, seguido por Alckmin em 2006 e novamente Serra em
2010.
Ao ser questionado se a troca de
comando poderia provocar a saída de Serra do partido, como chegou a ser
divulgado na imprensa, Anastasia disse que não acredita na possibilidade.
"Isso é de foro intimo, mas não
acredito. Ele é fundador do partido e muito identificado. Parece ser muito
especulação", declarou.
PACTO
FEDERATIVO
O governador mineiro aproveitou a
visita ao Rio para criticar o governo federal ao avaliar que o país vive o
momento mais grave de história da crise da federação e do conflito entre
Estados. Para ele, a União estimula os conflitos uma vez que não prega harmonia
entre os Estados.
"A federação está doente e
virou um letra morta... A União não articula, não coordena, não compõe e ainda
permite que Estados implantem pequenas guerras, como a fiscal, que é danosa à
segurança jurídica e para harmonia", disse ele
Anastasia evitou comentários mais
profundos sobre a disputa entre os Estados em torno dos royalties do petróleo.
O governador mineiro disse apenas que o debate já foi judicializado e está nas
mãos do Supremo Tribunal Federal.
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