O Diretório Nacional do PT, reunido
em Brasília nesta sexta-feira, elaborou nota criticando o PSDB - principal
partido de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff - por ser
"contra a conta de luz mais barata" e colocar "seus interesses
econômicos e eleitorais acima do bem da população".
A crítica tem como base a recusa de
três empresas estatais estaduais de energia - Cesp, Cemig e Copel -
em aceitar a renovação das concessões. Com isso, a redução média das tarifas
ficou em 16,7 por cento.
As três são de Estados comandados
por governadores do PSDB, o que, a nota do PT ironiza como uma
"coincidência".
A não adesão das empresas frustrou o
plano anunciado pela presidente em setembro de reduzir as tarifas de energia a
partir do próximo ano em 20 por cento.
"Estes governadores do PSDB e
seus aliados - derrotados nas últimas eleições e de olho numa revanche em
2014 - são contra a conta de luz mais barata. Colocam seus interesses
econômicos e eleitorais acima do bem da população e do empresariado que está
com a presidenta nesta batalha, que dá continuidade à difícil redução dos juros
e da carga tributária", diz a nota, à qual a Reuters teve acesso, vai ser divulgada
nesta sexta.
O governo federal também reagiu à
recusa das empresas em aderir à prorrogação na geração de energia culpando os
governadores que dirigem os três Estados. Dilma se manifestou sobre o caso mais
de uma vez e disse que o Tesouro irá bancar a queda adicional de energia, para
cumprir a meta.
A nota do Diretório Nacional
conclama a militância a mobilizar-se em defesa da aprovação da Medida
Provisória 579, sobre concessões e mudanças nas tarifas de energia, e que os
dirigentes e parlamentares petistas "se manifestem em todas as tribunas e
espaços públicos".
O texto também relembra as
privatizações do setor ocorridas no governo tucano de Fernando Henrique
Cardoso, afirmando estar solidário aos trabalhadores da área, que "lutam
para garantir trabalho decente e energia de qualidade, sem demissões,
terceirizações e precarização, como ocorreu após as privatizações do setor sob
FHC".
A reunião do Diretório Nacional, que
começou nesta sexta, segue até amanhã. Na pauta está uma avaliação de
conjuntura nacional e internacional e o regulamento para as eleições internas
de novembro do próximo ano.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra,
afirmou que iria se manifestar apenas depois da divulgação oficial da nota.
(Reportagem de Ana Flor)
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