sábado, 8 de dezembro de 2012

Pastor evangélico é preso acusado de chefiar milícia no Rio.

Operação desencadeada nesta quinta-feira tem 11 presos. Duas pessoas ainda estão foragidas

O pastor Dijanio Aires Diniz, acusado de ser o líder de uma quadrilha de milicianos desarticulada nesta quinta-feira pela operação Padora II, se aparesentou no início da tarde à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE). Com isso, subiu para 11 o número de presos durante a ação da da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg). Duas pessoasm permanecem foragidas. Os policiais também apreenderam um caminhão com combustível supostamente adulterado, cinco carros importados, três armas, munição de uso restrito, um disco rígido de computador, cerca de R$ 5 mil e vários computadores e documentos.

Os acusados atuavam em Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Paciência e Santíssimo, e foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público por formação de quadrilha armada para a prática de crimes hediondos, agiotagem, comércio ilegal de combustíveis, além da exploração de transporte alternativo, de máquinas caça-níqueis e cobrança irregular de “taxa de segurança”. A agiotagem era uma das atividades mais rentáveis deste ramo da quadrilha, que chegava a cobrar 30% de juros ao mês das vítimas, com ameaças violentas a quem atrasasse o pagamento.
A operação desta quinta-feira é uma continuação da Operação Pandora realizada em setembro do ano passado, quando 17 pessoas foram denunciadas pelo Gaeco, após investigações da Draco.
De acordo com a polícia, ainda estão sendo procurados o ex-policial militar José Luís Cordeiro Cavalcante da Silva, o Bolt; e Cléber Oliveira da Silva.
Segundo a denúncia, o pastor Dijanio Aires era um dos mais atuantes agiotas do grupo. Ele utilizava as dependências da Igreja Pentecostal Deus é a Luz, em Campo Grande, como escritório de empréstimos e cobranças. O pastor chefiava, em parceria com o ex-policial militar Carlos Henrique Garcia Ramos, conhecido como Henrique, uma grande rede de agiotas.
O titular da Draco, delegado Alexandre Capote, informou que o ex-PM é conhecido pela truculência e foi preso, em flagrante, em maio deste ano, quando extorquia R$ 120 mil de uma das vítimas junto com o denunciado Luciano Alves da Silva, o Cobra, e Célio Alves Palma Junior.
Como mostra a denúncia, a violência imposta pela quadrilha pôde ser constatada em um episódio envolvendo o pastor Dijanio. Segundo investigações, em junho do ano passado, dentro da Igreja Deus é a Luz, Dijanio ameaçou violentamente um homem que pegou R$ 50 mil emprestados. A vítima foi ao templo informar que atrasaria o pagamento apenas daquele mês, porque passava por dificuldades financeiras. Como relata a denúncia do Gaeco, na ocasião do empréstimo, em dezembro de 2010, o homem entregou ao pastor 12 cheques no valor de R$ 5 mil a serem descontados mensalmente, além de ter se comprometido a pagar outros R$ 2,5 mil em dinheiro todo o mês, a título de juros.
Em escutas telefônicas gravadas com autorização da Justiça, o pastor ameaça o homem: “Agora que você sabe de quem é o dinheiro, dá seu jeito”. “Henrique não perdoa”, ameaçava, referindo-se ao ex-PM Carlos Henrique.
Ainda segundo o Gaeco, no organograma da quadrilha, o ex-policial militar José Luis Cordeiro Cavalcante da Silva também integrava o núcleo de agiotagem e também operava a negociação ilícita de armas de fogo. Já Elber Meireles Pessanha, o Elbinho, era o gestor do desenvolvimento da atividade de adulteração e venda ilegal de combustível para a milícia, e utilizava empresas de sua propriedade como fachada.
De acordo com as investigações, o denunciado Cléber Oliveira da Silva é o braço direito de Elber e responsável pela compra de lacres e cabos de aço utilizados no esquema de venda de combustível adulterado e também da confecção das notas fiscais falsas que legitimam a fraude. Ele contava com a ajuda do primo Leandro José de Freitas da Silva, o Bomba, que também negocia armas e munições para o bando. Os outros denunciados são André Marcelo Botti de Andrade, o Botti; Aline Barbosa da Silva; Antônio Claudino Ribeiro Blanco; Rhuan Claudius Martins Blanco e José Ribamar Gomes Passos.
O Gaeco requereu ao Juízo da 42ª Vara Criminal mandados de busca e apreensão nos endereços residenciais dos denunciados e a quebra de sigilo bancário e bloqueio cautelar da conta corrente do pastor Dijanio Aires Diniz e de Cléber Oliveira da Silva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!

Abração

Dag Vulpi

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

Seguir No Facebook