Operação desencadeada nesta quinta-feira tem 11 presos. Duas
pessoas ainda estão foragidas
O pastor Dijanio Aires Diniz,
acusado de ser o líder de uma quadrilha de milicianos desarticulada nesta
quinta-feira pela operação Padora II, se aparesentou no início da tarde à
Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE).
Com isso, subiu para 11 o número de presos durante a ação da da Delegacia de
Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) com
apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do
Ministério Público do Rio de Janeiro e da Subsecretaria de Inteligência
(SSINTE) da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg). Duas pessoasm permanecem
foragidas. Os policiais também apreenderam um caminhão com combustível
supostamente adulterado, cinco carros importados, três armas, munição de uso
restrito, um disco rígido de computador, cerca de R$ 5 mil e vários
computadores e documentos.
Os acusados atuavam em Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Paciência e Santíssimo, e foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público por formação de quadrilha armada para a prática de crimes hediondos, agiotagem, comércio ilegal de combustíveis, além da exploração de transporte alternativo, de máquinas caça-níqueis e cobrança irregular de “taxa de segurança”. A agiotagem era uma das atividades mais rentáveis deste ramo da quadrilha, que chegava a cobrar 30% de juros ao mês das vítimas, com ameaças violentas a quem atrasasse o pagamento.
Os acusados atuavam em Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Paciência e Santíssimo, e foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público por formação de quadrilha armada para a prática de crimes hediondos, agiotagem, comércio ilegal de combustíveis, além da exploração de transporte alternativo, de máquinas caça-níqueis e cobrança irregular de “taxa de segurança”. A agiotagem era uma das atividades mais rentáveis deste ramo da quadrilha, que chegava a cobrar 30% de juros ao mês das vítimas, com ameaças violentas a quem atrasasse o pagamento.
A operação desta quinta-feira é uma
continuação da Operação Pandora realizada em setembro do ano passado, quando 17
pessoas foram denunciadas pelo Gaeco, após investigações da Draco.
De acordo com a polícia, ainda estão
sendo procurados o ex-policial militar José Luís Cordeiro Cavalcante da Silva,
o Bolt; e Cléber Oliveira da Silva.
Segundo a denúncia, o pastor Dijanio
Aires era um dos mais atuantes agiotas do grupo. Ele utilizava as dependências
da Igreja Pentecostal Deus é a Luz, em Campo Grande, como escritório de
empréstimos e cobranças. O pastor chefiava, em parceria com o ex-policial
militar Carlos Henrique Garcia Ramos, conhecido como Henrique, uma grande rede
de agiotas.
O titular da Draco, delegado
Alexandre Capote, informou que o ex-PM é conhecido pela truculência e foi
preso, em flagrante, em maio deste ano, quando extorquia R$ 120 mil de uma das
vítimas junto com o denunciado Luciano Alves da Silva, o Cobra, e Célio Alves
Palma Junior.
Como mostra a denúncia, a violência
imposta pela quadrilha pôde ser constatada em um episódio envolvendo o pastor
Dijanio. Segundo investigações, em junho do ano passado, dentro da Igreja Deus
é a Luz, Dijanio ameaçou violentamente um homem que pegou R$ 50 mil
emprestados. A vítima foi ao templo informar que atrasaria o pagamento apenas
daquele mês, porque passava por dificuldades financeiras. Como relata a
denúncia do Gaeco, na ocasião do empréstimo, em dezembro de 2010, o homem
entregou ao pastor 12 cheques no valor de R$ 5 mil a serem descontados
mensalmente, além de ter se comprometido a pagar outros R$ 2,5 mil em dinheiro
todo o mês, a título de juros.
Em escutas telefônicas gravadas com
autorização da Justiça, o pastor ameaça o homem: “Agora que você sabe de quem é
o dinheiro, dá seu jeito”. “Henrique não perdoa”, ameaçava, referindo-se ao
ex-PM Carlos Henrique.
Ainda segundo o Gaeco, no
organograma da quadrilha, o ex-policial militar José Luis Cordeiro Cavalcante
da Silva também integrava o núcleo de agiotagem e também operava a negociação
ilícita de armas de fogo. Já Elber Meireles Pessanha, o Elbinho, era o gestor
do desenvolvimento da atividade de adulteração e venda ilegal de combustível
para a milícia, e utilizava empresas de sua propriedade como fachada.
De acordo com as investigações, o
denunciado Cléber Oliveira da Silva é o braço direito de Elber e responsável
pela compra de lacres e cabos de aço utilizados no esquema de venda de
combustível adulterado e também da confecção das notas fiscais falsas que
legitimam a fraude. Ele contava com a ajuda do primo Leandro José de Freitas da
Silva, o Bomba, que também negocia armas e munições para o bando. Os outros
denunciados são André Marcelo Botti de Andrade, o Botti; Aline Barbosa da
Silva; Antônio Claudino Ribeiro Blanco; Rhuan Claudius Martins Blanco e José
Ribamar Gomes Passos.
O Gaeco requereu ao Juízo da 42ª
Vara Criminal mandados de busca e apreensão nos endereços residenciais dos
denunciados e a quebra de sigilo bancário e bloqueio cautelar da conta corrente
do pastor Dijanio Aires Diniz e de Cléber Oliveira da Silva.
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