Brasília - A Mesa Diretora do
Congresso já confeccionou a cédula de votação, conforme requerimento
apresentado hoje (18) pela maioria dos deputados e senadores para que o
Parlamento vote amanhã (19) os mais de 3 mil vetos presidenciais pendentes de
deliberação. A cédula, em formato de livro, com os vetos, tem exatas 463
páginas.
Os parlamentares terão que marcar
na cédula uma das três opções (sim, não e abstenção) mais de 3 mil vezes. A
ideia é manter a quase totalidade dos vetos e rejeitar os vetos ao projeto da
redistribuição dos recursos dos royalties do petróleo.
É uma tentativa de cumprir a determinação
do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal. Em liminar, ele determinou
que a votação dos vetos tem que seguir a ordem cronológica da chegada da
mensagem presidencial ao Parlamento comunicando os vetos.
Autor do mandato de segurança que
suspendeu a sessão que aprovou a urgência para análise dos vetos aos royalties,
o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) prometeu ingressar com nova ação no
Supremo. “Não há a menor dúvida que vamos entrar com outro mandado se o
Congresso tentar, mais uma vez, boicotar a derrubada dos vetos aos royalties de
maneira contrária à Constituição e ao Regimento Comum do Congresso, como foi
feito na semana passada”, disse.
Entre os vetos que podem ser apreciados, o mais antigo é do ano 2000 e foi feito pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) a um projeto de lei da Câmara. Portanto, na sessão de amanhã (19), marcada para começar às 12 horas, deputados e senadores devem apreciar vetos dos dois últimos anos do governo FHC, dos oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff.
Com a possibilidade de apreciação
dos vetos, a bancada ruralista já está articulando para tentar derrubar os
vetos da presidenta Dilma ao projeto de lei que trata do Código Florestal. Para
isso, precisará da maioria dos deputados e senadores. Outro veto, do
ex-presidente Lula, que poderá ser derrubado e criar constrangimento ao
governo, é o que acaba com o fator previdenciário. (Agência Brasil)
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