Os advogados dos réus ligados ao Banco Rural condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, informaram hoje (17), em nota, que vão recorrer da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles protestam contra as altas penas aplicadas a seus clientes, alegando que eles não participaram das concessões fraudulentas de empréstimos que alimentaram o pagamento de propina a parlamentares.
Kátia Rabello, a então presidenta do banco, foi condenada a 16 anos e oito meses de prisão, e multa de mais de R$ 1,5 milhão. Segundo José Carlos Dias, responsável pela defesa, a condenação é “absolutamente injusta e um dos mais graves erros judiciários que testemunhou em seus 50 anos de atuação na área”. Ele lembra que Kátia herdou a direção do banco quando as irregularidades já haviam sido cometidas.
Márcio Thomaz Bastos, que defendeu o ex-vice-presidente José Roberto Salgado, também contestou a pena de quase 17 anos de prisão e multa de R$ 1 milhão. Ele alega que Salgado atuava apenas na área internacional até abril de 2004 e não participou de nenhuma das operações criminosas. Bastos adianta que recorrerá para garantir novo julgamento de seu cliente, pois ele não tem foro privilegiado.
Condenado a mais de oito anos de prisão e quase R$ 600 mil de multa, o ex-diretor do banco Vinícius Samarane também apresentará recurso contra pena “desproporcional e não foi adequadamente individualizada”. O advogado Maurício de Oliveira Campos Junior disse que seu cliente não concedeu nem renovou os empréstimos, e que o relatório sobre operações de crédito não tinha apenas Samarane como responsável. Agência Brasil
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