Diretório paulistano do PT teve
contas rejeitadas pela Justiça Eleitoral porque serviços que empresa de Freud
Godoy diz ter prestado não constam de lista de despesas
A Justiça Eleitoral rejeitou nesta
quarta-feira, 12, a prestação de contas do diretório municipal do PT de São
Paulo relativa às eleições municipais. Entre as “graves irregularidades”
apontadas pelo juiz da 6.ª Zona Eleitoral de São Paulo, Paulo Furtado de
Oliveira Filho, está a omissão de despesa com serviço de segurança patrimonial
prestado pela empresa Caso Sistema de Segurança, de Freud Godoy, ex-assessor do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Freud foi citado pelo
empresário Marcos Valério em novo depoimento à Procuradoria-Geral da República,
cujo teor foi revelado pelo Estado, como beneficiário de R$ 100 mil do esquema
do mensalão.
A despesa omitida no balanço do PT
paulistano, segundo o TRE, foi de R$ 30.655,11. O diretório municipal do PT
afirmou que a Caso foi contratada em janeiro deste ano para realizar a
segurança patrimonial da sede do diretório, no centro da capital, e que “em
nenhum momento” trabalhou na campanha eleitoral. No entanto, segundo Oliveira
Filho, o PT não juntou documentos que comprovassem essa afirmação, “revelando,
com isso, omissão de receita”.
Fernando Neisser, advogado da
campanha de Haddad, afirmou que a Caso teria cometido “um equívoco” ao
declarar, à Justiça Eleitoral, o serviço prestado como relacionado às eleições.
“Vamos apresentar o contrato e as notas ficais à Justiça”, afirmou. Neisser
criticou o procedimento da Justiça Eleitoral chamado circularização, por meio
do qual empresas que prestam serviços a partidos são notificadas a informarem,
por meio eletrônico, o trabalho realizado e os valores recebidos.
Segundo ele, “falta orientação” às
empresas sobre como preencher os formulários, o que teria levado a Caso ao
erro. “A Justiça está indo atrás de informações, é importantíssimo, mas falta
orientação e ela (a Justiça) acaba recebendo informações que a confundem”,
disse. Freud não foi localizado para comentar.
A Justiça Eleitoral também apontou a
ausência de declaração de R$ 132 mil doados pela empresa Jofege Pavimentação e
Construção Ltda., que representam 11,12% do valor total arrecadado. O PT afirma
que a doação teria sido feita ao diretório nacional do partido e que
apresentará a documentação à Justiça. Contudo, Oliveira Filho diz não ter
achado o lançamento da doação nas contas do diretório nacional.
Na decisão, o juiz suspendeu os
repasses do Fundo Partidário das direções nacional e municipal do PT pelo
período de quatro meses. A prestação de contas do comitê financeiro municipal
único do partido foi aprovada.
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Dag Vulpi