A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (13) que recebeu um retorno positivo do primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, em relação à possibilidade de acabar com o embargo imposto às importações de carne brasileira. “Ele não comunicou ainda qual será a decisão final, mas considera que os produtores brasileiros tomaram todas as medidas [necessárias] e teremos resultados positivos no final”, disse Dilma após ser recebida na Casa de Recepções do governo russo, única programação oficial da presidenta nesta quinta-feira.
No dia 23 de novembro, o governo russo publicou nota informando que as compras de carne dos três estados brasileiros totalmente embargados (Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul) poderiam ser retomadas. Isso, no entanto, depende, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da agilidade de adaptação das empresas exportadoras às regras impostas pelas autoridades russas.
A Rússia é o mercado que mais compra carne bovina brasileira e o segundo em relação à carne suína. Em junho de 2011, quando o embargo foi imposto, os exportadores brasileiros sofreram um forte baque, sendo obrigados a buscar outros mercados para compensar a queda nas vendas para a Rússia.
Entre várias idas e vindas de missões técnicas brasileiras e russas para solucionar o problema, a questão parece estar mais próxima de uma solução. Depois de uma posição inicial mais reativa dos brasileiros, tanto empresários quanto governo, de que o embargo era uma barreira comercial, as autoridades sanitárias dos dois países elaboraram planos de trabalho para esclarecer as formas de trabalho e buscar um ponto comum.
Entre as exigências russas, está a proibição de uso de hormônio promotor de crescimento na carne exportada para o país. A ausência do hormônio deve ser atestada por um laudo de laboratório credenciado.
Durante o encontro com Medvedev, a presidenta Dilma propôs que a próxima reunião de cooperação entre os dois países aconteça no Brasil no período do carnaval.
Rússia suspende embargo às exportações de carne de três estados brasileiros
Brasília - O embargo russo às exportações de carne de três estados brasileiros, que já durava um ano e cinco meses, foi suspenso. A informação foi divulgada somente hoje (28) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), embora a Rússia tenha comunicado a decisão ao embaixador do Brasil em Moscou na última sexta-feira (23).
Apesar do fim do embargo, ainda não há previsão de quando serão retomadas as vendas de Mato Grosso, do Paraná e Rio Grande do Sul para o país europeu. Isso dependerá, segundo o Mapa, da celeridade de adaptação das empresas exportadoras às regras impostas pelos russos. Também restariam alguns frigoríficos em outros estados sob embargo da Rússia.
De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Ênio Marques Pereira, para que houvesse a retomada do comércio, o Brasil optou por se submeter às exigências do país. Entre elas, está a exigência de que as carnes exportadas – tanto a bovina quanto a suína e de aves - não tenham hormônio promotor de crescimento, a ser atestado por um laudo de laboratório.
A mesma exigência já é feita pelos países da União Europeia. “O comércio com a Rússia já tem em torno de 15 anos. Nestes últimos dois anos, as exigências passaram a um limite que tivemos muita dificuldade de atender”, disse o secretário.
Desde o início do embargo, em junho do ano passado, foram realizados mais de dez encontros com autoridades russas na tentativa de solucionar o impasse. Além do Ministério da Agricultura, o Ministério das Relações Exteriores tomou parte nas discussões.
Segundo dados do Mapa, as exportações brasileiras de carne mantiveram-se estáveis. De janeiro a outubro deste ano, somaram US$ 12,981 milhões. Nos mesmos meses de 2011, ficaram em US$ 12,965 milhões.
De acordo com Célio Porto, secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, o embargo causou prejuízo principalmente ao mercado interno dos estados onde houve veto à exportação. Ele afirmou ainda que a suinocultura foi a mais prejudicada, pois 50% das exportações de suínos partindo do Brasil são destinados à Rússia.
Agência Brasil
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