O Supremo Tribunal Federal (STF)
pode encerrar hoje (13) o julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão,
caso a presença do ministro Celso de Mello seja confirmada. Gripado, ele não
compareceu à sessão de ontem (12), o que resultou no cancelamento da pauta
prevista. Mello já comunicou ao tribunal que deve estar apto a trabalhar nesta
quinta.
O julgamento do mensalão foi
suspenso na última segunda-feira (10), quando o placar sobre a questão da perda
de mandato parlamentar estava empatada em 4 votos a 4. Está em jogo o futuro
político dos deputados federais Pedro Henry (PP-MT), João Paulo Cunha (PT-SP) e
Valdemar Costa Neto (PR-SP), todos condenados pelo STF.
Os ministros Joaquim Barbosa, Luiz
Fux, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello defendem que a perda de mandato é
imediata, e que a Câmara dos Deputados só precisa ratificar a decisão. Os
ministros Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Antonio Dias Toffoli e Cármen Lúcia
acreditam que a perda de mandato só pode ser definida por decisão interna do
Legislativo.
Embora ainda não tenha votado formalmente, Mello já adiantou que deverá seguir o entendimento de Barbosa. Para o ministro, não é possível conciliar o exercício do cargo com condenações em regime fechado, o que autorizaria o STF a intervir.
Além da questão dos mandatos, o STF
ainda terá que discutir as novas multas propostas por Lewandowski. O revisor do
processo aumentou as multas propostas por ele anteriormente, alegando que era
preciso adotar critérios mais objetivos. Elas continuam abaixo dos valores
estipulados pelo plenário.
A questão da prisão imediata dos
condenados só deverá ser discutida quando o Ministério Público Federal reforçar
o pedido apresentado no início do julgamento. O procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, deverá protocolar nova petição quando tudo acabar. A questão
poderá ser analisada por Barbosa individualmente ou pelo plenário.
Não haverá proclamação geral de
decisões quando o julgamento acabar, pois os resultados foram anunciados de
forma fatiada ao fim de cada capítulo e de cada pena. O ressarcimento dos
valores desviados dos cofres públicos deve ser analisado apenas na fase de
execução civil da decisão. Barbosa ainda não definiu se irá delegar a execução
para um juiz ou se ele próprio se encarregará dessa etapa. O ministro pretende
encerrar o julgamento o quanto antes e resolver questões residuais na fase dos
recursos.
Barbosa manteve a convocação de
sessão extra na próxima segunda-feira (17) considerando a hipótese de o
julgamento não terminar nesta quinta. A última sessão do ano do STF será
quarta-feira (21). Geralmente, a sessão da tarde é deslocada para a manhã, com
o julgamento de casos de pouca repercussão e a apresentação de balanço do ano
judiciário.
(Agência Brasil)
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