sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Dilma e Mujica discutem relação entre Mercosul e países da Europa


O presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, manteve hoje (7), em Brasília, reunião privada com a presidenta Dilma Rousseff para discutir a relação entre o Mercosul e a Europa e o ingresso de outros países no bloco.
Segundo Mujica, que está no Brasil para a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, o momento de crise econômica que a Europa atravessa pode abrir novas negociações entre os países europeus e o Mercosul com a possibilidade de realizar acordos que antes não eram possíveis. Ele citou, em especial, o protecionismo agrícola.
“A Europa está passando por um momento muito especial e talvez seja oportuno tentar negociar coisas que no passado e não se alcançavam. Dada a atual situação da Europa, talvez hoje seja possível encontrar um clima mais razoável. Me refiro ao protecionismo agrícola, que sempre foi um obstáculo, por parte da Europa”, disse a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto.
O presidente uruguaio disse ainda que a expectativa é de que a relação econômica com a Ásia se mantenha firme. Os dois mandatários falaram também sobre melhorar as relações econômicas e sociais entre os membros do Mercosul e sobre o interesse de países como a Bolívia e Equador de fazerem parte do bloco econômico.
A Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul reúne hoje, além da presidenta Dilma Rousseff e de José Pepe Mujica, os presidentes Cristina Kirchner, da Argentina;  Rafael Correa, do Equador; Evo Morales, da Bolívia; Donald Ramotar, da Guiana e Desi Bouterse, do Suriname.

Ministro de Minas e Energia é o representante de Chávez na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, enviou como representante na Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul o ministro de Minas e Energia e presidente da PDVSA (Petróleos de Venezuela S.A.), Rafael Ramírez. Até ontem à noite, a expectativa era que o vice-presidente e ministro de Relações Exteriores, Nicolás Maduro, participasse das reuniões. Ramírez é o terceiro homem na hierarquia política Venezuela, depois do Chávez e Maduro.
O presidente venezuelano passou os últimos dias em Havana, capital de Cuba, fazendo tratamento de combate ao câncer, mas retornou hoje (7) a Caracas.
A presença de Chávez era aguardada pelas autoridades porque a cúpula em Brasília é a primeira reunião de chefes de Estado do Mercosul desde que a Venezuela teve seu ingresso no bloco oficializado, em julho.
Confirmaram presença na cúpula, além da presidenta Dilma Rousseff, os presidentes Cristina Kirchner, da Argentina; José Pepe Mujica, do Uruguai; Rafael Correa, do Equador; Evo Morales, da Bolívia; Donald Ramotar, da Guiana e Desi Bouterse, do Suriname.

Brasil promulga adesão da Venezuela ao Mercosul

Um decreto presidencial promulgou hoje (7) a adesão da Venezuela ao Mercosul, conforme acordo firmado em 2006. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, e dá quatro anos para que o novo membro adote a Tarifa Externa Comum e a Nomeclatura Comum do Mercosul. Como presidente pro tempore do bloco, coube ao Brasil fazer a publicação.
O decreto cria também um grupo de trabalho formado por representantes dos países que fazem parte do bloco, que desenvolverá as tarefas previstas no Protocolo de Adesão. Esse grupo deverá se reunir em até 30 dias e terá mais 180, a partir da data do encontro, para executar suas funções.
A solenidade que aprovou a entrada da Venezuela no bloco ocorreu em julho. O Paraguai não participou do encontro por estar suspenso do bloco. O país foi suspenso como reação coletiva dos líderes políticos da região à destituição do poder do então presidente Fernando Lugo.
A adesão da Venezuela aumenta a população do Mercosul para 270 milhões de habitantes, cerca de 70% da população da América do Sul. O Produto Interno Bruto (PIB) do bloco passa a ser de US$ 3,3 trilhões, aproximadamente 83,2% do PIB sul-americano.
Edição: Talita Cavalcante//Matéria alterada às 11h42 para acrescentar informação sobre a cerimônia de adesão da Venezuela ao bloco e a situação do Paraguai no Mercosul.

Representantes dos países do Mercosul pedem mais integração no setor agrícola

Na manhã de hoje (7), representantes dos países do Mercosul pediram mais integração do setor agrícola dos países da região. A agricultura é uma das principais atividades do bloco e, segundo os ministros e secretários presentes no 1º Fórum Empresarial do Mercosul, deve ser pensada em conjunto, com ações que promovam o desenvolvimento tecnológico e a melhoria da infraestrutura no escoamento da produção.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Mendes Ribeiro, reafirmou o interesse do Brasil na cooperação entre os países. Ele destacou as ações do governo brasileiro para a melhoria de infraestrutura, entre elas, o recém-anunciado investimento no setor portuário brasileiro.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Norberto Yahuar, ressaltou que a unidade de negócio do Mercosul é uma só e qualquer alteração em um dos países refletirá nos demais. “Nenhum é completamente independente”, destacou. Segundo ele, é preciso dar ênfase também a pequenos e médios produtores, responsáveis, na Argentina, pela maior parte do abastecimento das cidades por meio da agricultura periurbana.”
Em relação às cooperativas agrícolas, o superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nóbile, disse que o bloco ainda deve avançar e priorizar a segurança alimentar e o bem-estar das populações. De acordo com a entidade, no Brasil, são 660 cooperativas que reúnem 10 milhões de cooperados (5% dos produtores). Na Argentina, as cooperativas representam 22% dos produtores agrícolas, na Venezuela, 3,5%, e no Uruguai, 13%.
Os países do Mercosul têm destaque na produção das cinco principais culturas alimentares globais – soja, milho, trigo, açúcar e arroz. O Mercosul é o maior produtor e exportador mundial de soja, primeiro produtor e segundo maior exportador mundial de carne bovina, o quarto produtor mundial de vinho, o nono produtor mundial de arroz, além de ser grande produtor e importador de trigo e milho.

(Agência Brasil)

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