O Congresso Nacional
entrou hoje (18) com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a
revisão da decisão que impediu a apreciação do veto da presidenta Dilma
Rousseff ao projeto de lei que prevê a distribuição dos recursos dos royalties do
petróleo. Ontem (17), o ministro do Supremo, Luiz Fux, relator do caso, determinou
a suspensão da análise do veto enquanto a Casa Legislativa não
analisar todos os 3 mil vetos pendentes.
Os advogados do Parlamento pedem
que o ministro se retrate, revogando a decisão, ou que o caso seja levado ao
plenário do STF. Em trecho do pedido, argumentam que a decisão de Fux é “clara
ingerência” e “usurpa prerrogativa do Poder Legislativo e o deixa de joelhos
frente a outro Poder”.
Outro argumento usado no recurso é
que a decisão de Fux tem “efeitos devastadores” e pode trancar toda a pauta do
Senado, inclusive a votação do Orçamento para 2013. O STF entrará de recesso na
próxima quinta-feira (20) até fevereiro, e o último dia de sessão para possível
análise do recursos será amanhã (19), no período da manhã. Hoje, os líderes
partidários entraram com requerimento na Mesa do Senado para que os 3 mil vetos
sejam analisados em bloco nesta quinta-feira.
17/12/2012 -
Ministro do STF suspende análise sobre veto dos royalties no Congresso
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu o Congresso Nacional de analisar o veto presidencial na lei dos royalties enquanto todos os outros vetos não forem deliberados. A decisão, tomada hoje (17), é relativa a mandado de segurança ajuizado nesta semana pelo deputado Alessandro Molon (PT-RJ). Foi marcada para as 19h de amanhã (18) a sessão que vai analisar o veto presidencial ao projeto de lei com nova redistribuição dos recursos dos royalties do petróleo. Com a decisão de Fux, a sessão não poderá ocorrer.
Fux determinou que a Mesa Diretora do Congresso Nacional “se abstenha de deliberar acerca do veto parcial nº 38/2012 antes que se proceda à análise de todos os vetos pendentes com prazo de análise expirado até a presente data, em ordem cronológica de recebimento da respectiva comunicação, observadas as regras regimentais pertinentes”.
Ao decidir a questão, Fux ressaltou que o primeiro veto recebido pelo Congresso e não apreciado dentro do prazo impede a avaliação de todos os outros que o sucederam. Ele ainda argumenta que todos os vetos são urgentes, pois trancam a pauta legislativa. “Daí porque não há, diante da Lei Maior, vetos mais ou menos urgentes. Todos o são em igual grau”.
Nos argumentos apresentados ao STF, Molon protestou contra o regime diferenciado adotado na questão dos royalties, lembrando que há mais de 3 mil vetos pendentes de apreciação no Congresso, vários deles com o prazo expirado. “A necessidade de proteger as minorias parlamentares de eventuais abusos como esse tem sido destacada em importantes precedentes dessa egrégia Corte, muitos dos quais sequer envolviam violações tão graves e manifestas”.
A presidenta Dilma Rousseff vetou artigo do projeto, aprovado pelo Congresso, que previa a nova divisão dos royalties para os contratos de concessão já licitados. Em mensagem encaminhada ao Parlamento, a presidenta argumenta que o dispositivo violaria “frontalmente” a Constituição e, por isso, foi alvo de veto.(Agência Brasil)
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