quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A VIABILIDADE DA SOLUÇÃO DE "DOIS ESTADOS": PALESTINA E ISRAEL


O ESTADO PALESTINO VAI EXISTIR COMO? AONDE?

Por  Marcos Rebello*
Já sobre a proposta de um estado Palestino é outro exercício em futilidade dada a impraticabilidade demonstrada nos mapas demográficos acima, muito embora seja uma exigência legítima. Por outro lado, a dualidade no tratamento da questão palestina pode ser vista com espanto quando analisamos comparativamente as duas diásporas: os judeus, espalhados por dois milênios, e com cidadanias múltiplas, assentados em países que podem ser considerados seus, estão sendo arremessados para o território palestino que antes do êxodo e após a diáspora judaica sempre esteve sob seu domínio. Enquanto que a outra diáspora, ocorrendo brutalmente nos dias de hoje, é dos palestinos. Como resolver isso que é eminentemente uma questão humanitária, de direitos humanos os mais básicos, e de segurança a qual nem a ONU se dispõe a resolver em qualquer nível. Tanto que as condições de vida em Gaza e no West Bank são absolutamente deploráveis sob QUALQUER standard. Não existem princípios! E a carta da ONU serve de nada porque nada é feito.

Enquanto isso, enquanto a questão de soberania é falsamente discutida, inclusive no Conselho de Segurança quando o tema é levado para este forum, compra-se tempo para que Israel estenda ainda mais o seu domínio de terras palestinas demolindo casas e assentando colonos judeus de nacionalidade estrangeira. Como é possível o Conselho de Segurança da ONU monitorar isso e permitir tamanha agressão? Mesmo existindo tratados e resoluções adotadas pela maioria dos países do mundo, como é permitido que Israel continua agindo como vem agindo violando TODOS os direitos humanos MAIS BÁSICOS assumidos e monitorados pela ONU?

Ficamos então com os Planos de Paz que deveriam culminar nos Acordos. Porque as Resoluções da ONU servem de praticamente NADA.

A Resolução 242, por exemplo, a mais importante porque resolveria a maior parte dos conflitos posteriores e assentaria condições para um processo de paz e, principalmente, para a criação efetiva do estado Palestino, foi atirada no lixo por estupidez na interpretação do texto escrito pelo imbecil Lorde Caradon que não especificou a totalidade do território palestino a ser desocupado por Israel depois da Guerra de 1967. Bastava ser incluída a palavra "todos" em referencia aos territórios conquistados por Israel para que os Árabes aceitassem a declaração. Mas deliberadamente esta palavra não foi incluída dando pretexto para especulações e Israel seguir adicionando território até hoje como vem ocorrendo. Alguns dizem também que a Resolução 242, não continha provisão para ação árabe após a retirada de Israel dos territórios como rezava a Resolução 338 de 1973 que estipulava a entrada imediata das partes em negociações imediatamente após a cessassão dos conflitos.

O Acordo de Oslo de 1993 foi impedido de ser completado pelo assassinato de um dos seus proponentes e negociador, o Primeiro Ministro de Israel Yitzhak Rabin. Muito embora o espírito do acordo estivesse claro, preferiu-se atirá-lo pela janela a fim de manter escancarada a porta para tomada de mais territórios.

O acordo de Camp david náo foi acordo nenhum, porque muito embora houvessem propostas do lado israelense de cessão de grandes partes território, Yasser Arafat rejeitou porque haviam demais de cláusulas de controle sobre territórios com população palestina habitando, o que retirava sua soberania. Alem disso, a diáspora palestina chegara a um número alarmante e não havia qualquer hipótese dos israelenses aceitarem o retorno dos que saíram forçadamente diante de situações calamitosas e de impossível sobrevivência.

Resultado, o território Palestino fica sendo invadido pelos sionistas em uma sucessão interminável desde o final do século 19 até os dias de hoje. O invasor passa a ser o invadido, e a vítima passa a ser o agressor. Palestinos tem que ceder suas casas, negócios, plantações e pastos para que assentamentos de judeus, que nunca viveram lá, se apossem de algo que não é seu. Fica então um dito divino de três mil anos atras, um dito que deve ser entendido como um ACÔRDO, com direitos e deveres, acordo muitas vezes quebrado e com claras conseqüências, que deveriam nortear as políticas israelenses, mas em vão. Segue-se que os erros de interpretação deste ACÔRDO DIVINO entre Deus e os Israelitas, são transferidos para os Palestinos e o resto do mundo. Isso os próprios judeus ortodoxos entendem, mas os sionistas não.


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