Carlos Antonio Levi do cargo do reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
Rio
de Janeiro – O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro requereu à
Justiça o afastamento liminar de Carlos Antonio Levi do cargo do reitor da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na ação, por improbidade
administrativa, são citados mais cinco réus e a Fundação Universitária José
Bonifácio, pelo desvio de R$ 52.841.934,00 do erário público.
É
igualmente réu o espólio do ex-reitor Aloísio Teixeira. Morto em julho deste
ano, Teixeira ocupou o cargo até 2011. À época, Levi era pró-reitor de
Planejamento e Desenvolvimento da UFRJ.
A
investigação começou em 2008, quando o MPF pediu que a Controladoria-Geral da
União (CGU) apurasse denúncias de irregularidades na universidade. A
autora da ação é a procuradora da República Marcia Morgado, que apresentou a
denúncia no último dia 6. “A partir de inquérito civil público instaurado no
MPF, a CGU e o TCU [Tribunal de Contas da União] realizaram apurações e
constataram a existência de graves irregularidades na UFRJ que levaram a
propositura de ação por ato de improbidade administrativa, sem prejuízo da
adoção de outras medidas cabíveis no caso”, diz a procuradora, em nota
distribuída pelo Ministério Público.
“Entre
2005 e 2009, o ex-reitor, em conjunto com os demais acusados, usou recursos
públicos que deveriam ter sido repassados ao caixa da UFRJ e registrados no
Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (Siafi)",
acrescenta a nota da procuradora. Pelo esquema, foram desviados R$ 52.841.934,00,
provenientes de dois convênios e de um contrato celebrado entre a UFRJ e o
Banco do Brasil.
Outra
irregularidade apontada no processo é a aquisições de bens e serviços sem os
devidos processos licitatórios.
Em
entrevista à Agência Brasil, Levi negou qualquer tipo de irregularidade em
sua gestão na UFRJ. Ele disse que sua interpretação quanto ao modo que as
universidades federais usam suas fundações de apoio é diferente da visão da
Controladoria da União. "Essa diferença de visões produziu uma premissa de
que houve desvio de recursos públicos, o que é absolutamente equivocada,
segundo o nosso ponto de vista, com [apoiado em] pareceres competentes de
vários juristas que trabalham na área da administração pública.”
Para
Levi, o processo do Ministério Público ameaça as demais universidades federais
do país, que, segundo ele, adotam práticas semelhantes. “Isso coloca em risco
todas as universidades federais, que têm como prática usar as suas relações com
as fundações de apoio para garantir agilidade e fortalecer suas atividades
administrativas.”
Quanto
ao pedido de afastamento do cargo, Levi desqualificou a proposta do MPF. “Acho
completamente absurda essa proposta, uma vez que nunca deixamos de prestar os
esclarecimentos que vêm sendo solicitados."
O
reitor enfatizou que não houve ilicitude na universidade. “Nossas práticas
repudiam qualquer tipo de ilegalidade e irregularidade e nossos procedimentos
foram ditados pelos interesses da universidade, o que está demonstrado no
próprio relatório da CGU”, concluiu.
Vladimir
Platonow - Repórter da Agência Brasil - Edição: Nádia Franco
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi