Brasília
- Com a proximidade da votação do Orçamento Geral da União, que deve ocorrer
até o dia 21 dezembro pelo Congresso Nacional, entidades de defesa dos
interesses das mulheres de vários estados querem incluir na proposta mais
recursos para políticas de enfrentamento à violência. A reivindicação está em
uma carta lida hoje (20), por representantes do movimento, em uma reunião com a
bancada feminina na Câmara.
No
documento, além cobrar uma participação mais efetiva das mulheres na elaboração
de políticas públicas, elas também pedem mecanismos mais transparentes para que
seja possível saber quanto está sendo investido na proteção de mulheres vítimas
de violência do campo e da cidade. Elas reconheceram que a criação da
Secretaria de Política para Mulheres, em 2003, foi importante,mas não trouxe os
recursos suficientes.
A
deputada Fátima Bezerra (PT-RN) ressaltou a importância da pressão popular para
conseguir mais recursos para políticas públicas. “Não adianta ter belas ideias,
políticas públicas, se não tivermos orçamento”, disse. A coordenadora da
bancada feminina, deputada Janete Pietá (PT-SP), disse que vai tentar articular
uma conversa da bancada com o presidente da Comissão Mista de Orçamento,
deputado Paulo Pimenta (PT-RS), e com o relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR),
para tratar das reivindicações das mulheres.
O
encontro não se limitou a queixas por mais recursos. Lembrando que no próximo
dia 25 é comemorado o Dia Latino-Americano pelo Fim da Violência contra
Mulheres, as deputadas também ouviram reclamações sobre situações que, segundo
o grupo, são frequentemente vividas por mulheres.
“O
Brasil é o sétimo lugar no ranking de violência contra a mulher. São
violências física, moral, sexual, patrimonial e psicológica. Para nós mulheres
é difícil viver em um país onde a gente sente tanta discriminação”, disse a
agricultora Maria Mendes dos Santos . Ela também destacou a violência sofrida
por mulheres no campo e os “vários processos que ficam engavetados e não são
resolvidos no tempo hábil que é necessário”.
A
representante do Movimento dos Atingidos por Barragens, Lívia Gonçalves,
destacou que durante a construção de hidrelétricas, pelo menos 16 direitos
humanos são violados. “Nesses locais, geralmente cidades pequenas, chegam
milhares de homens para trabalhar e aumentam muito os casos de violência física
e sexual contra mulheres”. Ela disse ainda que nessas áreas, antes mesmo de as
empresas se instalarem para começar as obras, chegam pessoas interessadas em
abrir prostíbulos. “Isso não é lazer, estamos falando das nossas vidas”,
denunciou.
Karine
Melo - Repórter da Agência Brasil - Edição: Talita Cavalcante
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