O presidente da Câmara dos
Deputados, Marco Maia (PT-RS), disse hoje (10) que pretende colocar a proposta
que acaba com o fator previdenciário em votação logo após o segundo turno das
eleições municipais, marcado para o dia 28 deste mês. O petista informou que
pretende dialogar com o Ministério da Previdência e a área econômica do governo
para buscar um entendimento.
“Quero, na próxima, semana procurar
a Receita Federal e o Ministério da Previdência para começarmos o debate, a discussão
sobre o tema fator previdenciário. Nossa intenção é pautar esse assunto logo
após a eleição do segundo turno, mas quero já iniciar o processo de debate, de
discussão na próxima semana”, disse Maia.
Em abril, a Câmara aprovou a
urgência para o projeto de lei que acaba com o fator previdenciário. Com isso,
a proposta não precisa tramitar nas comissões temáticas da Casa, já podendo ser
discutida e votada pelo plenário. Contudo, como no governo não há consenso
sobre o tema, a votação foi deixada para o segundo semestre.
Entre as propostas aprovadas por um
grupo de trabalho criado para discutir o tema está a substituição do fator
previdenciário – dispositivo que reduz o valor das aposentadorias para o
trabalhador que se aposenta pelo tempo de serviço antes de atingir a idade de
60 anos, no caso da mulheres e 65 anos para homens – pela regra do 85/95. O
mecanismo condiciona a aposentadoria à soma do tempo de contribuição à
Previdência e à idade do beneficiado.
No caso dos homens, por exemplo,
serão necessários, no mínimo, 35 anos de contribuição e 60 de idade para que o
trabalhador aposente com o teto do benefício pago pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS). Já para as mulheres, a soma do tempo de contribuição com
a idade tem que atingir 85.
O fim do fator previdenciário já foi
aprovado pelo Congresso, mas foi vetado posteriormente pelo então presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Criado durante o governo do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, o fator previdenciário tinha o intuito de estimular os
trabalhadores a permanecerem no mercado de trabalho. Mas há alguns anos é tido
como redutor dos benefícios representes dos trabalhadores.
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