Para coordenadores de sua campanha,
esse é um dos fatores que prejudicaram o desempenho do candidato nas pesquisas
este ano e alimentaram sua rejeição
O prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab (PSD), disse neste sábado (22) que o ex-governador José Serra
(PSDB) está no fim de sua trajetória político-eleitoral e já deixou o sonho de
ser presidente da República. Em visita ao Nordeste para participar da campanha
de aliados, o prefeito afirmou que a dúvida dos paulistanos sobre a presença do
tucano na prefeitura durante os quatro anos de mandato, caso seja eleito, está
se esvaindo, o que justifica a vantagem nas pesquisas em relação ao terceiro
colocado, Fernando Haddad (PT).
Serra deixou a prefeitura em 2006 para concorrer ao governo paulista, embora tenha afirmado e assinado documento, dois anos antes, comprometendo-se a permanecer até o final do mandato. Para coordenadores de sua campanha, esse é um dos fatores que prejudicaram o desempenho do candidato nas pesquisas este ano e alimentaram sua rejeição. "(O Serra) está praticamente encerrando a carreira dele. Vai se dedicar nos próximos quatro anos à prefeitura e já abandonou o sonho de ser presidente", disse. "Todos têm sonhos na vida que realizam e não realizam. Ele não será presidente da República."
O prefeito disse estar confiante na ida do tucano para o segundo turno. Segundo ele, ao passo que a desconfiança sobre o cumprimento dos quatro anos de mandato diminui, o candidato melhora seu desempenho. A última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira, mostra que Serra abriu seis pontos de vantagem sobre Haddad, ainda na margem de erro. Ele tem 21%, contra 15% do petista.
"À medida que a dúvida está deixando de existir, a cidade está voltando os olhos para a candidatura dele. O Serra é um candidato que tem musculatura. Não é qualquer candidato, que cai fácil", avaliou.
Questionado, Kassab negou que a má avaliação de sua administração tenha prejudicado a campanha de Serra. "Não tem atrapalhado. As pessoas conhecem o Serra, a sua formação. E a avaliação verdadeira, numa cidade como São Paulo, vem com o tempo", alegou.
Para o prefeito, o forte apoio do eleitorado a Celso Russomano (PRB), líder nas pesquisas, decorre de sua forte exposição na mídia, por conta de seu programa de TV, e de os novos candidatos não terem empatia com o eleitorado. Segundo o Datafolha, Russomano tem 35%.
Perguntado sobre seu futuro político, Kassab disse estar disposto a disputar o governo de São Paulo, mas ponderou que sua candidatura em 2014 dependerá dos acertos políticos. "Tenho vontade de ser governador. Mas é preciso ver as circunstâncias. Nosso partido apoia a gestão de (Geraldo) Alckmin e seria natural caminhar com ele", comentou.
O prefeito fez campanha em Petrolina para o deputado Fernando Filho (PSB), ao lado do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), pai do candidato à prefeitura, e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Chegou no meio da manhã num jatinho fretado e participou de comício do candidato.
No início da tarde, após almoço com o ministro e o governador, seguiu para Natal (RN), onde participaria de evento de apoio ao candidato a prefeito Carlos Eduardo (PDT). Segundo ele, embora São Paulo seja sua prioridade, uma vez por mês, aos sábados, ele viaja pelo País pedindo votos para aliados.
Fonte: Agência Estado
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