O
julgamento do mensalão será retomado hoje (20) à tarde no Supremo Tribunal
Federal (STF), com a expectativa das primeiras decisões de absolvição ou
condenação dos réus. Conforme divulgado pelo presidente do STF, Carlos Ayres
Britto, o julgamento será fatiado por situações criminosas, e o primeiro grupo
deve ser colocado em votação logo no início da sessão.
Os
ministros devem decidir se o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo
Cunha deve ser condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro
e duas vezes pelo crime de peculato. Também analisarão se Marcos Valério,
Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, ex-sócios da SMP&B Comunicação, devem ser
condenados pelos crimes de corrupção ativa e peculato.
O
primeiro a votar, na última quinta-feira (16), foi o relator Joaquim Barbosa.
Ele anunciou que votaria por capítulos, seguindo o modelo da denúncia
apresentada pelo Ministério Público Federal. Seu voto começou pelo primeiro
item do terceiro capítulo, que trata das acusações de desvios de dinheiro na
Câmara dos Deputados.
Para
Barbosa, ficou provado que João Paulo Cunha recebeu propina de Valério e dos
sócios dele para favorecer a SMP&B em uma licitação na Câmara. Na visão do
relator, a SMP&B subcontratou todos os serviços e ainda recebeu honorários
por isso. Barbosa também entendeu que João Paulo Cunha usou a Câmara para
contratar uma empresa de assessoria para uso próprio.
De
acordo com o gabinete do relator, o julgamento deve ser retomado nesta segunda
com a votação desse mesmo item pelos demais ministros, começando pelo revisor,
Ricardo Lewandowski. Na semana passada, Lewandowski teve uma discussão com
Barbosa, pois queria que cada ministro lesse o voto por inteiro, e não de forma
fatiada. Seu ponto de vista acabou vencido após interferência de Ayres Britto.
Apesar
de o presidente ter informado, na última sexta-feira (17), que a questão estava
decidida, ainda há dúvidas de como os ministros procederão de fato na hora de
votar. A sessão da última quinta foi encerrada sem um ponto final na discussão,
e a questão só foi resolvida, informalmente, em um bate-papo entre os ministros
antes de deixar o plenário.
Ainda
que parte dos réus seja condenada neste início de julgamento, o relator
adiantou aos colegas que a dosimetria das penas – definição da punição aplicada
após ponderação entre mínimo e máximo - só será decidida no fim do julgamento.
O
próximo tema abordado por Barbosa deve ser o fechamento de contratos entre a
DNA Propaganda e o Banco do Brasil. Os réus desse segmento são o ex-diretor de
Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e novamente os sócios Marcos
Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi