Os bancos poderão voltar a participar de operações de
empréstimos para pagamento antecipado de exportações. O Banco Central (BC)
editou hoje (28) uma circular que amplia as possibilidades de antecipação de
recursos para quem vende ao exterior. A alteração, na prática, facilita a
entrada de dólares.
O secretário executivo do BC, Geraldo Magela Siqueira, admitiu que a
medida facilitará a entrada de dólares no país em um momento de alta da moeda
norte-americana. Ele, no entanto, disse que esse não foi o objetivo da
autoridade monetária. “Fizemos apenas um ajuste para o financiamento às
exportações com adiantamento cambial”, declarou.
Por meio dessas operações de crédito, o comprador da mercadoria pega
dinheiro emprestado e adianta o pagamento ao exportador brasileiro antes do
embarque, o que facilita o comércio exterior. O Banco Central, no entanto,
suspeitou que os financiamentos estavam sendo usados com outra finalidade, já
que foram detectados casos de bancos que pegavam empréstimos com vários anos de
antecedência.
Em janeiro e fevereiro, informou Magela, as operações de pagamento
antecipado somaram US$ 8,9 bilhões, volume cerca de 40% maior que no mesmo
período do ano passado. Desse total, a maior parte, US$ 5 bilhões, tinha prazo
superior a um ano.
Em março, o BC determinou que apenas os importadores no exterior
podiam fazer esse tipo de operação e limitou o prazo dos empréstimos a 360 dias
entre a contratação de câmbio e o embarque da mercadoria ou a prestação de
serviços no exterior. “Conseguimos conter o crescimento desordenado que havia,
principalmente nas operações de longo prazo”, declarou o secretário executivo
do BC. Agora, a autoridade monetária autorizou que os bancos voltem a contratar
esses empréstimos, mas manteve o prazo limite de um ano.
Com as restrições, ressaltou Magela, os pagamentos antecipados aos
exportadores somaram US$ 8,8 bilhões em março e abril, volume praticamente
estável em relação ao primeiro bimestre. Segundo ele, a retomada dessas
operações pelos bancos deve ajudar o comércio exterior, sem comprometer a
finalidade original dos empréstimos. “O prazo máximo foi mantido em 360 dias. A
proibição para as operações de longo prazo foi mantida”, disse. Por Wellton
Máximo Via Agência Brasil
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