Brasília - Em meio a expectativas sobre a imposição de possíveis
sanções ao Paraguai por parte do Mercosul, o governo de Federico Franco
informou, nesta quinta-feira, que o bloco liberou US$ 66,04 milhões em recursos
para obras de linhas de transmissão de energia elétrica para seu país.
"O envio dos recursos representa um gesto político [dos países do
Mercosul com o Paraguai]. É um fato muito positivo por parte dos nossos sócios
do Mercosul", disse o novo ministro das Relações Exteriores paraguaio,
José Félix Fernández Estigarribia, em Assunção.
A liberação ocorre no dia em que o deputado paraguaio, Ignacio Mendoza
Unzain, vice-presidente do Parlamento do Mercosul, disse que foi vetado das
reuniões preparatórias para as cúpulas do Mercosul e da União de Nações
Sul-Americanas (Unasul), em Mendoza, na Argentina.
Os recursos liberados correspondem ao Fundo para a Convergência
Estrutural do Mercosul (Focem), criado em 2006 para diminuir as assimetrias
econômicas do Paraguai e do Uruguai em relação aos demais sócios do bloco. O
Brasil contribui com a maior parte dos investimentos. Com estes recursos, a
previsão é que continuem avançando as obras de linhas de transmissão que
levarão energia para a região do Chaco paraguaio.
Assessores de Estigarribia disseram que entre as preocupações do
governo Franco estava a possibilidade de o Paraguai ser sancionado com a
suspensão dos recursos do Focem, considerados essenciais para a área de
infraestrutura do país.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da gestão de Franco, esta
foi a terceira parcela liberada para estas obras.As anteriores foram emitidas
em dezembro, no valor de US$ 35,5 milhões, e no último dia 21 de junho, no
valor de US$ 43,5 milhões, no mesmo dia em que o Congresso paraguaio deu início
ao processo deimpeachment de Lugo.
Segundo negociadores do Mercosul e analistas paraguaios, como Fernando
Mais, do Centro de Análises e Difusão da Economia Paraguaia (Cadep), o Paraguai
é o "principal beneficiado" com os recursos do Focem.
De acordo com estudo do Cadep, o Paraguai já teria o aval dos demais
sócios do Mercosul para ter acesso a um valor aproximado de US$ 608 milhões,
dos quais mais de US$ 400 milhões, seriam usados na melhora da infraestrutura
física do país, como estradas e linhas de transmissão de energia.
Esses recursos equivalem a cerca de 32% do orçamento paraguaio para a área
de infraestrutura este ano.
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