Diante da
realidade que vivemos onde mais e mais o potencialismo europeu e estadunidense
rouba a cultura latina de nossa América, é preciso falar daquilo que povoa o imaginário
popular e enriquece nosso folclore. Segue alguns nomes de assombração
“existentes” no Brasil que de fato é de uma preciosidade cultural
extraordinária.
Boto-rosa – Diz os crédulos que se trata de um demônio que vive nas águas da
amazonia, durante a noite se transforma um rapaz bonito de vestes brancas, ele
é um sedutor de moças donzelas, elas, encantadas pela beleza inebriante do
boto, sedem-lhe a honra, e fatalmente saem grávidas após contato com este ser
sobrenatural.
Mula-sem-cabeça – Vira mula-sem-cabeça, mulher que
se deita com padre ou ainda aquela que trai o marido com o compadre. Quando
morrem, elas ficam vagando pelos sertões assustando aos vivos, se a mesma
aparece para alguém, é bom esconder unhas e dentes para livrar-se do
ataque dessa devassa que não foi digna nem do céu nem do inferno.
ataque dessa devassa que não foi digna nem do céu nem do inferno.
Caipora – exímia apreciadora de tabaco, vive nas matas brasileiras, sobre
sua aparência as opiniões se divergem, uns dizem ser ela uma velha feia e aos
frangalhos, outros já a mostram sendo uma moça bonita, de saia rodada e fumando
muito. Esta diabinha tem o costume de embaraçar as crinas dos animais de modo
que jamais são desembaraçadas se as mesmas não forem cortadas. Para isentar-se
das diabruras da caipora, é aconselhável deixar para ela, uma porção de fumo
encima de um toco, a caipora por gratidão não faz traquinices com as pessoas
que lhe ofertam fumo.
Curupira – índio fantástico, cabelos vermelhos, vive no meio do mato, sua
principal característica são os pés virados pra trás, protetor incondicional
dos bichos e da natureza, o curupira é o terror de caçadores e lenhadores.
Lobisomem – O filho que nasce depois de sete filhas vira lobisomem, também
aquele que passa sete anos sem entrar em uma igreja sofre esta metamorfose. É
um perigo sair de casa em noites de lua cheia, no período da quaresma, o
lobisomem corre todas as noites. É preciso tomar cuidado, o lobisomem aprecia
cocô de galinha mas também devora bezerros e crianças recém nascidas.
Boitatá – Conta-se que o boitatá é guardião
dos cemitérios e pântanos, olhos de fogo, pele reluzente, mostra-se como uma
assombrosa luz que oscila entre o chão e o alto, assusta aos que caminham fora
de hora.
Saci-pererê – Clássico por suas diabruras, moleque peralta de cor negra tem
uma única perna, gorro vermelho sobre a cabeça pitando um saboroso cachimbo. Se
manifesta em redemoinhos de vento, adora assustar cavalos fazendo-os disparar,
gosta também de azedar o leite e surrar cachorros, é sofrível ganido de
cachorro quando apanha do sací.
Estes são apenas
alguns dos vários exemplos da nossa rica cultura cheia de crendices populares.
É preciso resgatarmos nossas origens, ressuscitar nossas lendas, para que o
domínio estrangeiro não roube nossa identidade. Professores, profissionais da
pedagogia, pais e mães do Brasil, ensinem sobre o nosso folclore, ao invés do
‘halloween’, é muito mais bonito nossas assombrações. Esqueçam as bruxas norte
americanas, digam não ao estrangeirismo e sim ao sobrenatural que enriquece o
imaginário nacional. Viva os nossos curupiras, caiporas lobisomens sacis e
tantas outras assombrações da nossa terra.
Via - mateusbrandodesouza | Por: Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi