terça-feira, 20 de outubro de 2015

Oposição adia para amanhã pedido de impeachment contra presidenta Dilma


Partidos da oposição adiaram para amanhã (21) o protocolo do pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. A entrega do documento assinado pelos juristas Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique, e Janaína Conceição Paschoal estava prevista para as 10h de hoje. Em nota, a oposição disse que a mudança “foi necessária para a inclusão de dados e informações no pedido”.

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Bicudo, Reale e Janaína Conceição Paschoal já tinham apresentado um pedido em setembro mas, ao lado de parlamentares do DEM e do PSDB entre outros, decidiram reformular o texto incluindo informações do procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira. Oliveira recomendou a abertura de um novo processo para analisar operações do governo federal que teriam violado a Lei de Responsabilidade Fiscal este ano, a partir de demonstrativos contábeis oficiais da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), já encaminhados ao TCU.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já indeferiu mais de dez pedidos que estavam aguardando sua análise. A aposta da oposição que defende a saída de Dilma é neste documento que ainda será protocolado e tem o apoio de 45 movimentos, entre eles Brasil Livre e Vem Pra Rua.

Cunha aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, no último dia 13, acatou liminares apresentadas pelos partidos governistas para suspender o rito definido pelo peemedebista para um processo de impeachment que inclui, entre as regras, a previsão de recurso ao plenário da Câmara no caso dele recusar um pedido de abertura de processo. O rito foi divulgado como resposta a uma questão de ordem apresentada pela oposição que queria clareza sobre os procedimentos e regras nestes casos.

Ontem (19), a pedido da oposição, Cunha protocolou recursos no STF contras as três liminares expedidas. No agravo, o peemedebista argumentou que o trâmite foi estabelecido com base no Regimento Interno da Casa e em precedentes adotados em decisões da Câmara.


Ataques aéreos russos já mataram 370 pessoas na Síria


Pelo menos 370 pessoas, dois terços rebeldes, morreram desde o início dos ataques aéreos da Rússia na Síria, informou hoje (20) o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

A organização não governamental, que registra dados sobre as vítimas da guerra na Síria, informa que do total de mortos nos ataques russos, 234 eram combatentes, 52 do grupo extremista Estado Islâmico e 127 civis.

Desde 30 de setembro, a aviação russa tem bombardeado posições jihadistas na Síria, com a ajuda de civis sírios que estão colaborando com informações sobre as atividades dos grupos na área.

Os bombardeios têm colocado em lados opostos a Rússia, os Estados Unidos e países da região, que acusam as autoridades de Moscou de não cooperar numa ação conjunta e de desencadear uma campanha de ataques visando a defender o regime do presidente sírio, Bashar Al Assad.


Dilma diz na Finlândia que seu governo não está envolvido em corrupção


A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (20) que o seu governo não está envolvido em esquema de corrupção e evitou comentar declaração feita ontem pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de que o governo brasileiro está envolvido no maior escândalo de corrupção no mundo.

“Primeiro, não vou comentar palavras do presidente da Câmara. Segundo, meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção. Não é o meu governo que está sendo acusado atualmente”, disse em entrevista coletiva na Finlândia.

Ao ser questionada se a Petrobras é uma empresa de seu governo, a presidenta respondeu que “não é a empresa Petrobras que está envolvida no escândalo. São pessoas que praticaram corrupção e elas estão presas".

Para ela, o objetivo da oposição é inviabilizar a ação do governo, mas essa ação não será inviabilizada “faça ela quantos pedidos de impeachment fizer”.
As declarações de Dilma foram feitas durante entrevista ao lado do presidente finlandês, Sauli Niinisto.

ONU exige fim da violência entre Israel e palestinos


O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, exigiu hoje (20) a israelenses e palestinos que ponham fim à onda de violência na região, em comunicado divulgado antes de seguir para uma visita-surpresa a Israel e à Palestina.

"Já chega. Deixemos de hipotecar o futuro de ambos os povos e da região", disse o secretário-geral em mensagem de vídeo gravada em Bratislava, onde participou de ato em comemoração ao 70º aniversário da ONU.

Ban Ki-moon, que ainda hoje deverá se reunir com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e amanhã com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, em Ramallah, dirigiu-se em primeiro lugar aos palestinos para manifestar "consternação" por ter visto "jovens, meninos, levantando uma arma para matar".

"Entendo a frustração de vocês, sei que as esperanças de paz foram interrompidas em inúmeras ocasiões, estão cansados pela continuação da ocupação e a expansão das colônias. Muitos de vocês estão decepcionados com os seus  líderes e conosco, a comunidade internacional, por não termos conseguido pôr fim à ocupação", afirmou o líder da ONU.

"Mas, deixem-me ser claro: a violência só vai minar as legítimas aspirações palestinas para alcançar um Estado".

Aos israelenses, ele manifestou compreensão pela situação, pelo “medo das crianças irem à escola e por qualquer um na rua ser uma potencial vítima”.
Assim, acrescentou, “a segurança é obviamente uma prioridade imediata”, mas lembrou que as medidas tomadas recentemente pelo governo de Israel não são a solução.

“Muros, reforços policiais, duras respostas por parte das forças de segurança e a demolição de casas não podem sustentar a paz e a segurança”.
A visita do secretário-geral da ONU coincide com uma ofensiva diplomática da comunidade internacional para conter a onda de violência que começou no início deste mês e que já deixou 43 mortos do lado palestino e oito entre os israelenses.

A visita-surpresa de Ban Ki-moon coincide também com os esforços do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que se reunirá na Alemanha com Netanyahu e, na sexta-feira (23) com Abbas, em Amã.

Partido Liberal vence eleições no Canadá


Justin Trudeau é o novo primeiro-ministro do Canadá, depois de as eleições federais dessa segunda-feira (19) terem dado a maioria absoluta ao Partido Liberal, após quase uma década de governo conservador.

Trudeau, de 43 anos, filho do antigo primeiro-ministro Pierre Trudeau (1968 a 1979), vai liderar o governo, depois de o seu partido ter conseguido a maioria absoluta na nova Câmara dos Comuns, com 338 assentos parlamentares.

O Partido Liberal era a terceira força política na legislatura anterior.

"Canadenses de todo o país, enviaram uma mensagem nessa segunda-feira: é o momento da mudança, meus amigos, da verdadeira mudança", afirmou Justin Trudeau, no discurso da vitória, em Montreal, onde mora e foi eleito.

O novo primeiro-ministro disse ainda que a "visão com esperança positiva, otimista, da vida pública, não é um sonho ingênuo", pois pode ser "uma força poderosa para a mudança".

Os liberais elegeram pelos menos 182 deputados, quando eram necessários apenas 170 para conseguir a maioria absoluta.

Os conservadores elegeram 99 deputados, o NDP (sociais-democratas) 43, o Bloco Quebequense dez e o Partido Verde apenas um. Ainda faltam apurar os votos de três distritos eleitorais.

O primeiro-ministro anterior, o conservador Stephen Harper, que chefiou o Executivo desde 2006, pediu demissão da liderança do partido.

Os conservadores governavam com 159 lugares na Câmara dos Comuns. O NDP era a segunda maior força política, com 95 lugares, e os liberais tinham apenas 36 deputados. Os outros quatro lugares eram ocupados por um independente, um representante do Partido Verde, um do Bloco Quebequense e por um dissidente.

Devido ao aumento da população, foram criados 30 distritos federais, 15 deles na província do Ontário, seis para Alberta e Colúmbia Britânica e três no Quebec.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Lava Jato: MPF/PR denuncia executivos da Odebrecht por crimes de corrupção



Na ação, a força-tarefa pede o pagamento de danos mínimos de R$ 275 milhões para a Petrobras


19/10/2015 - com informações do site oficial do MPF
O Ministério Público Federal apresentou, nessa sexta-feira, 16 de outubro, nova denúncia contra executivos do Grupo Odebrecht e ex-funcionários do alto escalão da Petrobras. Os executivos Marcelo Bahia Odebrecht, Marcio Faria da Silva, Rogério Araújo e Cesar Rocha foram acusados pela prática de corrupção ativa de Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Renato Duque, no interesse de obter vantagens para a Construtora Norberto Odebrecht em oito contratos firmados com a Petrobras. Renato Duque e Pedro Barusco foram acusados de corrupção passiva. Foram 64 crimes praticados de 09/12/2004 a 03/08/2011, envolvendo propinas que chegaram a R$ 137 milhões.

Acompanha a denúncia pedido de manutenção das prisões cautelares dos executivos Marcelo Odebrecht, Rogério Araújo, Márcio Faria e César Rocha, bem como do já condenado ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Segundo o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, a prisão preventiva é uma medida excepcional, mas plenamente justificada no caso. A prisão foi decretada para proteger a sociedade de crimes e para que o processo pudesse tramitar de modo regular, já que surgiram indicativos, ao longo da investigação, de planos para obstruir a ação da Justiça. “É uma medida extrema para um caso extremo”, afirmou o procurador.

Para o procurador da República Roberson Pozzobon, a prisão preventiva é necessária para proteger a sociedade da prática reiterada de crimes por essa organização criminosa. Ele ressaltou que evidências apresentadas com a acusação anterior indicam a prática de crimes pela Odebrecht até muito recentemente, em 2014. “Crimes foram praticados no atacado, e não no varejo, sem qualquer freio moral, individual ou institucional. Os crimes foram praticados a partir da cúpula da empresa, e só a prisão pode refrear a sua continuidade. Em casos similares de tráfico de drogas, fraudes à previdência e roubo, a Justiça tem mantido réus contumazes presos durante o processo. Não há razão para distinção neste caso, em que a corrupção atingiu cifras e danos à sociedade muito maiores.”

O procurador Regional da República Antonio Carlos Welter frisou que “a Odebrecht não forneceu, no Brasil, documentos das contas que movimentou no exterior, e que não houve um sistema efetivo decompliance ou uma investigação interna que tenha apurado os crimes praticados, o que reforça a vinculação dos delitos à alta administração da empresa”.

O procurador destacou, ainda, que a fragilidade do programa de compliance implementado pela Odebrecht ficou clara por ocasião da oitiva de uma das responsáveis por sua condução, ocorrida em audiência na 13ª Vara Federal de Curitiba, no dia 07/10/2015 (Evento 787, VIDEO 10, autos nº 5036528-23.2015.404.7000). De acordo com o vídeo, a testemunha relatou que o comitê feito na Odebrecht para, supostamente, apurar os fatos, não solicitou informações, dentro da empresa, a respeito das contas mantidas pela Odebrecht na Suíça e que o escopo da apuração interna foi definido pelos executivos Márcio Faria e Rogério Araújo, que são réus e não foram ouvidos pelo comitê a respeito dos pagamentos de propinas à Petrobras a eles imputados.

Corrupção - Esta ação penal tem por objeto delitos de corrupção relacionado aos projetos de terraplenagem no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e na Refinaria Abreu de Lima (RNEST); da Unidade de Processamento de Condensado de Gás Natural (UPCGN II e III) do Terminal de Cabiunas (Tecab); da Tocha e Gasoduto de Cabiunas; das plataformas P-59; P-60, na Bahia. As obras estavam relacionadas às diretorias de Serviços, Abastecimento, Exploração e Produção e Gás e Energia, tendo já sido evidenciada a corrupção de servidores da Petrobras vinculados às duas primeiras. Nas duas últimas, a propina foi arrecadada pela Diretoria de Serviços, responsável pela condução das grandes licitações da Estatal em diversas áreas.

Todos os denunciados foram também acusados nos autos de nº 5036528-23.2015.404.7000 pela prática dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e outros delitos de corrupção, cuja ação penal já se encontra em estágio final de instrução.

Valores - Na ação, o MPF pede que seja decretado o perdimento do produto e proveito dos crimes, ou do seu equivalente (incluindo numerários bloqueados em contas e investimentos bancários e os montantes em espécie apreendidos em cumprimento aos mandados de busca e apreensão), no valor total mínimo de R$ 137.932.482,22. O montante corresponde aos 3% do valor total de todos os contratos e aditivos relacionados às obras da RNEST e Comperj (R$ 52.283.549,47) e aos 2% do valor total de todos os contratos e aditivos relacionados às obras do Tecab (Consórcios Odebei, Plangás e Odebei Flare), Gásduc II) (Consórcio Odetech), P-59 e P-60 (Consórcio Rio Paraguaçu), no valor de R$ 85.648.932,75. Além disso, o MPF pediu o arbitramento cumulativo do dano mínimo, a ser revertido em favor da Petrobras, no montante de R$ 275.864.964,44, correspondente ao dobro dos valores totais de propina paga.

Outros crimes - As investigações prosseguem em relação aos denunciados acerca da prática dos crimes de cartel, contra as licitações e contra o sistema financeiro nacional, bem como em relação aos empresários vinculados às demais empreiteiras que consorciaram-se com a Odebrecht nos referidos projetos. 

Embora Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa tenham participado dos delitos denunciados, não foram acusados, tendo em vista que já foram condenados no âmbito da Operação Lava Jato a mais de 30 e 20 anos de prisão, respectivamente. Os limites foram estabelecidos nos acordos de colaboração premiada celebrados com o MPF para fins de suspensão de novas acusações.

A denúncia foi protocolada na 13ª Vara Federal da Justiça do Paraná sob número 5051379-67.2015.4.04.7000. Acesse a íntegra da denúncia clicando aqui.

Denunciados, crimes e penas: 

- Marcelo Odebrecht, Márcio Faria e Rogério Araújo: corrupção ativa (art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal), por 64 vezes. 

- Pedro Barusco e Renato Duque: corrupção passiva qualificada (art. 317, caput e §1º, c/c art. 327, §2º, todos do Código Penal), por 27 vezes.

- Cesar Rocha: corrupção ativa (art. 333, caput e parágrafo único, do Código Penal), por 10 vezes.

Lava Jato - Acompanhe todas as informações oficiais do MPF sobre a Operação Lava Jato no site www.lavajato.mpf.mp.br.

10 Medidas 
- O combate à corrupção é um compromisso do Ministério Público Federal. Por esta razão, o MPF apresentou ao Congresso Nacional um conjunto de dez medidas distribuídas em três frentes: evitar que a corrupção aconteça (prevenção); trazer uma punição adequada sobre o crime, proporcional ao mal causado, e criar instrumentos que permitam a recuperação satisfatória do dinheiro desviado; e acabar com a impunidade, que alimenta a corrupção. Essas medidas podem se tornar projetos de iniciativa popular, como foi feito com a lei da Ficha Limpa. Para isso, é necessário coletar, no mínimo, 1,5 milhão de assinaturas de eleitores em todo o país. Saiba mais sobre as medidas e a campanha de coleta de assinaturas no site www.10medidas.mpf.mp.br. 

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