O
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, exigiu
hoje (20) a israelenses e palestinos que ponham fim à onda de violência na
região, em comunicado divulgado antes de seguir para uma visita-surpresa a
Israel e à Palestina.
"Já
chega. Deixemos de hipotecar o futuro de ambos os povos e da região",
disse o secretário-geral em mensagem de vídeo gravada em Bratislava, onde
participou de ato em comemoração ao 70º aniversário da ONU.
Ban Ki-moon,
que ainda hoje deverá se reunir com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin
Netanyahu, e amanhã com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, em
Ramallah, dirigiu-se em primeiro lugar aos palestinos para manifestar
"consternação" por ter visto "jovens, meninos, levantando uma
arma para matar".
"Entendo
a frustração de vocês, sei que as esperanças de paz foram interrompidas em
inúmeras ocasiões, estão cansados pela continuação da ocupação e a expansão das
colônias. Muitos de vocês estão decepcionados com os seus líderes e
conosco, a comunidade internacional, por não termos conseguido pôr fim à
ocupação", afirmou o líder da ONU.
"Mas,
deixem-me ser claro: a violência só vai minar as legítimas aspirações
palestinas para alcançar um Estado".
Aos
israelenses, ele manifestou compreensão pela situação, pelo “medo das crianças
irem à escola e por qualquer um na rua ser uma potencial vítima”.
Assim,
acrescentou, “a segurança é obviamente uma prioridade imediata”, mas lembrou
que as medidas tomadas recentemente pelo governo de Israel não são a solução.
“Muros,
reforços policiais, duras respostas por parte das forças de segurança e a
demolição de casas não podem sustentar a paz e a segurança”.
A visita do
secretário-geral da ONU coincide com uma ofensiva diplomática da comunidade
internacional para conter a onda de violência que começou no início deste mês e
que já deixou 43 mortos do lado palestino e oito entre os israelenses.
A
visita-surpresa de Ban Ki-moon coincide também com os esforços do secretário de
Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que se reunirá na Alemanha com Netanyahu
e, na sexta-feira (23) com Abbas, em Amã.
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