quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Delator cita propina para tucanos, e caso de cartel vai ao STF

Por Flávio Ferreira & Mario Cesar Carvalho

Um novo depoimento da testemunha-chave no inquérito da Siemens cita dois secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB) como recebedores de propina do cartel que atuava no Metrô e na CPTM, o que levou a Justiça federal em São Paulo a enviar a investigação para o Supremo Tribunal Federal.

Os políticos citados como tendo recebido suborno do esquema são Edson Aparecido (PSDB), chefe da Casa Civil de Alckmin, Rodrigo Garcia (DEM), secretário de Desenvolvimento Econômico de Alckmin, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e o deputado estadual Campos Machado (PTB).

Aparecido e Garcia são deputados federais licenciados e só podem ser investigados em inquérito conduzido pelo Supremo. O nome dos quatro foi citado em um depoimento sigiloso pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, que foi utilizado pelo juiz Marcelo Cavali, de São Paulo, para justificar o envio da investigação para Brasília.

O executivo contou à Polícia Federal ter ouvido de um diretor da CPTM que eles recebiam suborno de empresas do cartel dos trens. O depoimento com os nomes foi o segundo que o ex-diretor prestou à PF num acordo de delação premiada em troca de uma pena menor.

Rheinheimer também participou do esquema de pagamento de propina e temia ser punido por isso. O executivo disse, porém, não ter provas contra os políticos. Para o juiz Cavali, os indícios contra os suspeitos ainda são frágeis mas qualquer medida para aprofundar as investigações deve primeiro ser analisada pelo STF.

O engenheiro mencionou quatro nomes quando foi questionado se havia políticos próximos à empresa de consultoria de Teixeira, a Proncint, apontada como repassadora de suborno pela PF. Rheinheimer repetiu o nome de Rodrigo Garcia e citou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o deputado federal José Anibal (PSDB-SP) e Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos. O Metrô e a CPTM são vinculadas a essa pasta.

Em seu depoimento Rheinheimer disse que soube que o valor das propinas correspondia a 5% do montante dos contratos fraudados. Os sete nomes já haviam aparecido antes em um documento apócrifo, cuja autoria é atribuída ao ex-diretor da Siemens. Logo após sua divulgação, no mês passado, ele divulgou uma nota negando ser o autor dos papéis. Era um jogo de cena. À PF, ele confirmou os nomes.

Foi esse documento que levou tucanos a acusar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de tê-lo vazado para tentar acobertar a prisão dos petistas condenados no mensalão.

EFEITOS PRÁTICOS
O Supremo vai analisar se as evidências citadas são suficientes para que o inquérito seja conduzido por um ministro da Corte. Se o Supremo julgar que sim, o primeiro efeito prático será a paralisia da apuração até que um ministro seja designado para ser o relator do caso. O Supremo entra em recesso no próximo dia 20 e volta a funcionar em fevereiro.

O banho-maria no inquérito deve ter um efeito político, já que as decisões sobre os deputados devem ser tomadas pelo STF em ano eleitoral, no qual o PT tenta conquistar o governo paulista.

O Supremo terá que decidir também se o inquérito completo ficará com aquela corte, como ocorreu com o mensalão. A procuradora Karen Louise Kahn, que era contra a remessa para o STF, defendeu, alternativamente, que pelo menos a apuração contra pessoas sem foro privilegiado fosse desmembrada e mantida em São Paulo.


A vingança de Tuma Jr, o amigo do chefe da máfia chinesa de São Paulo

Tuma Jr. (Imagem da internet)

Para quem quer entender como funciona a mídia.

Li Kwong Kwen foi preso, em 2010. A Polícia Federal apurou que ele, conhecido como Paulo Li, era chefe de uma máfia chinesa que promovia contrabando de celulares falsificados procedentes da China. A quadrilha também intermediava vistos de permanência no Brasil para imigrantes chineses em situação irregular.

Gravações mostraram conversas comprometedoras de Li com o então secretário nacional da Justiça, Romeu Tuma Jr. Nas conversas, Tuma Jr chegou a fazer encomendas a Li (Uma muambazinha não dói).

Era uma relação tão próxima que, quando foi preso, Li telefonou para Tuma Jr  na frente dos agentes da Polícia Federal.

Coisas do Brasil da governabilidade: Tuma Jr chegou à Secretaria Nacional de Justiça numa negociação para que o partido de seu pai, Romeu Tuma, aderisse à base aliada do governo Lula.

Para encurtar, Tuma Jr acabaria demitido.

Três anos depois, ele aparece com um livro no qual, segundo a Veja, existem revelações “estarrecedoras”. Repare: não são “acusações”. São “revelações”.

O livro é assinado pelo jornalista Claudio Tognolli, parceiro de Lobão na biografia 50 Anos a Mil.

Lobão, no Twitter, vem promovendo intensamente o livro do parceiro. Tognolli, também no Twitter, parece eufórico: “Está para sair minha biografia de Romeu Tuma: o país vai ficar de joelhos.” Sobre Tognolli nada fala tanto quanto um tuíte no qual ele define Chico, Caetano e Gil como “comunas”.

Você pode imaginar quais são os alvos da vingança de Tuma Jr. Ou melhor: o alvo. Lula, Lula e ainda Lula.

Como age a mídia nestes casos, além de tratar acusações como revelações? Esquecendo, por exemplo, de dizer quem é o acusador e o que está por trás de suas acusações.

Fiz uma breve pesquisa e fui dar num artigo do jornalista Carlos Brickman de alguns meses atrás, publicado no Observatório da Imprensa, de Alberto Dines.
Brickman falava do livro, que estava por sair. Já no título o veredito de Brickman estava manifestado: “Um livro fura a imprensa”. Quer dizer: se fura é porque é sério, profundo, embasado.

Li duas vezes o texto de Brickman em busca de alguma informação que me ajudasse a entender quem é Tuma Jr, e o que estava por trás de suas acusações.

Nada.
Repito: nada.
Não há uma única menção às relações de Tuma Jr com a máfia chinesa, e sua consequente demissão.

De Brickman vou ao site da Veja. Topo com Reinaldo Azevedo. Em negrito, ele inicia assim seu artigo:

“O LIVRO-BOMBA – Tuma Jr. revela os detalhes do estado policial petista.”
Enfrentei, estoicamente, o texto copioso de Azevedo. Como em Brickman, nem uma única menção ao passado de Tuma Jr. Ao pobre leitor são negadas informações essenciais se você quer cobrir com decência um caso de denúncia.

Vejo que Tuma Jr, numa de suas mais estridentes acusações – ou “revelações” –, invoca o pai morto.

Quer dizer: o “documento” que ele apresenta no caso é a palavra, aspas, do pai morto.

Isto diz tudo.
Quanto a mim, aguardo um  livro-bomba de Carlinhos Cachoeira e Policarpo Júnior com revelações devastadoras sobre Lula, e rio sozinho ao imaginar o aproveitamento que a Veja dará a isso.


Reinaldo usa "livro bomba" em defesa de tucanos


"Atenção! Ainda que o inquérito seja sigiloso — a despeito dos vazamentos —, sabe-se que não traz absolutamente nada contra as autoridades tucanas, a não ser a acusação feita pelo ex-diretor da Siemens, que depois negou ser o autor das acusações", diz o blogueiro de Veja.com; capa de hoje da Folha, no entanto, revela que Everton Rheinrheimer fez novo depoimento e confirmou pagamentos de propinas a secretários graúdos do governo de São Paulo; segundo Reinaldo, inquérito do chamado "propinoduto tucano" faz parte da mesma engrenagem denunciada por Romeu Tuma Júnior em seu livro "Assassinato de Reputações"; era essa a finalidade do livro?

João Paulo Cunha publica documento corajoso contestando as acusações de Joaquim Barbosa


Do Brasil 247

Blog Dag Vulpi - Deputado João Paulo Cunha, um dos condenados na Ação Penal 470, publica documento corajoso onde contesta, uma a uma, todas as acusações feitas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa; com documentos, ele demonstra fatos incontestáveis, como: (1) a contratação de uma agência de publicidade pela Câmara não foi feita por ele, mas pelo antecessor Aécio Neves, (2) a decisão de licitar nova agência não foi dele, mas da Secretaria de Comunicação da casa; (3) o contrato não foi assinado pelo deputado, mas pela diretoria da Câmara; tudo está documentado, incluindo relatórios da Polícia Federal, do TCU e da própria Câmara, que inocentam o deputado; leia em primeira mão e faça seu próprio julgamento sobre a conduta do parlamentar, que também demonstra como o dinheiro – que Barbosa diz ter sido desviado para o PT – foi gasto em empresas como Globo, Abril e Folha

Mais três testemunhas confirmam participação de Ustra em sequestro


Blog Dag Vulpi  – Mais três testemunhas ouvidas hoje (10) pela Justiça Federal confirmaram a participação do coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra no sequestro de Edgar de Aquino Duarte, ocorrido em 1973, durante a ditadura militar (1964-1985). Duarte continua desaparecido até hoje.
Ação penal proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) acusa o coronel reformado e os delegados de polícia Alcides Singillo e Carlos Alberto Augusto pelo sequestro qualificado de Duarte. Ustra comandou o Destacamento de Operações de Informações–Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) de São Paulo no período de 1970 a 1974.

Delegado da ONU questiona destituição do prefeito de Bogotá

Blog Dag Vulpi – Um dia depois de o prefeito da capital colombiana, Gustavo Petro, ter sido destituído do cargo pela Procuradoria-Geral da Nação do país, a Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou hoje (10) audiência com o procurador-geral, Alejandro Ordóñez, que emitiu a decisão. Desde ontem à tarde, centenas de pessoas se manifestam em favor de Petro, nos arredores da Praça de Bolívar, em frente à prefeitura de Bogotá, e também em frente à Procuradoria-Geral.

Petro foi destituído e condenado a 15 anos de inelegibilidade devido a irregularidades apontadas pelo Ministério Público colombiano no processo que estatizou a maior parte do sistema de coleta de lixo na cidade. O delegado da ONU na Colômbia, Todd Howland, disse ter interesse de se reunir com o procurador Alejandro Ordóñez para falar do tema.

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