quinta-feira, 21 de abril de 2011

Lula "O PT NO PODER POR 20 ANOS"

Dag Vulpi 21/04/2011 11:44
Agora depois de o representante maior afirmar que o PT ficará no poder durante 20 anos, justificasse o comportamento e algumas atitudes do PT nos últimos tempos.


O ex-presidente afirmou que PSDB passa por “crise de identidade" e que petistas vão vencer as eleições presidenciais de 2014 e de 2018.

Essa sensação, por um lado é boa, pois o otimismo é um sentimento inerente aos vitoriosos, porém, ele não poderá andar de mãos dadas com a soberba, pois esta é parente próximo da arrogância que é uma péssima conselheira.  

Para que a previsão se confirme, a sigla teria de vencer as disputas presidenciais de 2014 e 2018, acumulando cinco vitórias seguidas desde a sua eleição em 2002.

A afirmação foi feita em entrevista à TVT (TV do Trabalhador), que pertence ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

"Quando o Fernando Henrique (Cardoso) ganhou as eleições em 1994, eles projetaram 20 anos de governança do PSDB, e o que vai acontecer é que teremos 20 anos de governança do PT", disse.

E emendou: "Eles não se conformam é que o PT vai ter o tempo necessário para mudar definitivamente a cara do Brasil".

Lula ironizou a profecia do tucano Sérgio Motta, ministro das Comunicações de FHC, que disse em1995 que o PSDB tinha "um projeto de poder para 20 anos".

O ex-presidente disse que o PSDB sofre de "fragilidade ideológica" e não tem "perfil ideológico definido". Para ele, "disputas internas" entre o ex-governador José Serra, o senador Aécio Neves (MG) e o governador Geraldo Alckmin (SP) agravam o quadro.

Lula disse que "está chegando o momento" de o PT vencer na capital paulista.

"Precisamos apenas montar a chapa perfeita" Ele defendeu a escolha de um vice à sua direita, com perfil mais conservador. "O PT vai ganhar em São Paulo quando encontrar seu José Alencar. O que ele significou para mim em termos de composição política foi extraordinário: "O vice tem que ser um representante de setores médios da sociedade, pequeno empresariado, profissionais liberais e aquelas pessoas que ainda têm um pouco de cisma do PT", afirmou.

Não estaria o PT com estas declarações cometendo o mesmo erro já cometido pelo PSDB?
Convoco a todos os petistas para uma analise do posicionamento do PT em relação à Reforma Política.

O PT preocupa-se com o fortalecimento intra-partidário com a proposta de aprovação do sistema de voto por "LISTA FECHADA", só com o fortalecimento do comando do partido, deveria continuar pensando também na sua força maior, que aquela que carrega as bandeiras e que formam esta legenda, diga-se de passagem, a força do PT sempre esteve na força do povo que o apóia, e é desnecessário correr o risco de perder o apoio desta força, tentando aprovar esta proposta antidemocrática, onde o eleitor NÃO PODERÁ ESCOLHER DE FORMA DIRETA O SEU REPRESENTANTE.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
DEBATE BATE PAPO FACE
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Paulo Oisiovici Resta saber qual ou quais os objetivos do PT. O poder pelo poder? Considerando-se que o PT é um partido que não pretende a derrubada do capitalismo, mas apenas reformá-lo (fala de se atingir o socialismo,mas mantem o latifúndio intocável), cabe perguntarmo-nos a quem servirá os 20 anos do PT no poder?
Paulo Oisiovici (Tentei postar mais não publicam)
José Roberto Bonifácio Entrevista exclusiva para o "Seu Jornal" com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de honra do PT <http://www.tvt.org.br/portal/watch.php?id=4666&category=198>.
Claudio Roberto Angelotti Bastos Falando na entrevista assistam...
Carlos Dorsch li. é forma de motivação para as eleições próximas. no passado, outro partido que aparentemente dominava a situação disse a mesma coisa. mas respeito a posição desse líder que desmistificou a política de distribuição de riquezas no país. an...tigamente, era preciso fazerrescer o bolo para distribuir. nessesúltimos anos, a distribuição fez crecer o bolo. pena que já se começa a alterar aquele projeto. crédito já começa a ficar mais longe dos tomadores menores. inflação começa a incomodar. são frutos dessa nova política que começa a me preocupar. abraços. dorsch.<br /><br /><br /> <hr style="border-top: 1px solid #ccc;" />
José Roberto Bonifácio Nem tudo o que e bom pode durar pra sempre... do mesmo modo que nao ha mal que jamais acabe...

Fernanda Tardin Zé, sobre este comentario: "Datafolha: PT supera PSDB em briga pela nova classe média
José Roberto Bonifácio EU ja tinha postado isto agora estou localizando a pesquisa propriamente dita, que e o que realmente interessa. Ha contraevidencias a estas conclusoes em pesquisas do IBOPE divulgadas pelo Estadao ha uns seis meses atras..
Dagmar Vulpi Nanda e demais, levantou-se uma dúvida em debates anteriores sobre o posicionamento do ex-presidente Lula em relação à sua preferência ao sistema de voto, se por lista aberta ou fechada. O PT defende o sistema por lista fechada, por entende...r que este sistema fortaleceria os partidos, porém, conforme o comentário da Nanda em outra publicação, levanta duvidas quanto o consenso entre ele e o PT. Disse ela: “eu entendi o vídeo (e divulguei) de outra forma: 1 Lula no Vídeo não fala em Lista Fechada (em seu mandato a tal foi REPROVADA 3 VEZES isto mostra que Lula nunca quis a lista fechada, pois é publico e consenso: Quando se faz qq alteração em alguma lei e é de interesse de um governo, o governo banca esta votação- existem emendas- parlamentares, de bancada, de saúde...) pra que? Rsrsrs”. 


Porém nesta entrevista concedida à TVT o ex-presidente usa a seguinte expressão “... Cabe aos partidos fazer com que a lista a ser votada seja escolhida democraticamente DENTRO DOS PARTIDOS...”. Eu entendo este “ESCOLHIDA DEMOCRATICAMENTE DENTRO DOS PARTIDOS”, como LISTA PRÉ-DEFINIDA, indicando sua aprovação ao sistema de votos por lista fechada. Estarei eu equivocado ou ele mudou de opinião?
José Roberto BonifácioSe tiver mudado de ideia nao sera a primeira vez nem a ultima... Vejo isto como uma maneira do Sapo Barbudo reposicionar-se junto ao mediano da opiniao publica e o eleitorado sem "trair" muito descaradamente aquelas suas declaracoes anterio...res, mas priorizando ganhar adeptos junto aqueles que tem preferencias contrarias ao processo interno de oligarquizacao dos partidos o que e adverso aos direitos do eleitorado sobre a representacao politica, de acordo com certos diagnosticos influentes e difundidos (talvez um pouco incosistente e acriticamente...) neste momento.
Árley Batista Paim Na verdade nós eleitores não podemos deixar que os dirigentes partidários escolham nosso deputado ou vereador. Quem vai legislar e se dizer representante do povo tem que ter o voto desse povo enão ser escolhido ou ungido ao cargo por ser amigo do dono do partido.
Fernanda Tardin O Voto em Lista Fechada NAO é acordo do PT . o Voto é uma deliberação da executiva Nacional, sem consulta as bases. O fato de Lula optar por lista aberta pra mim é claro. O Andre Pereira, prsente na lista , na palestra que deu na UFES ( sa...lvou o 'debate') foi taxativo e certeiro: quando um gov. quer mudanças o governo banca a lei. E a lista fechada no governo de Lula nem coadjuvante foi, pois perdeu as 3 vezes que foi votada no Congresso. è que a nacional do PT tá cheia de NERO, imperadores e muitos piulatos que lavam as mãos ( ou as colocam no bolso). FAVOR NAO CONFUNDIR MILITANCIACOM EXECUTIVA IMPOSITORA nacional.rsrsrsrs se eu falar mais serei EX PETISTA, rsrsrsrsr me poupem, please. rsrsrs
Árley Batista Paim Fernanda vale lembrar tambem que o Lula defendo que o PT fosse a favor do parlamentarismo, quando houve aquele plebicito, foi colocado em discussão dentro do PT e a propósta do Lula foi rejeitada em assembléia do PT. Lembra??
Dagmar Vulpi Nanda, mas e a fala do Lula no vídeo, onde ele se diz: " Cabe aos partidos fazer com que a lista a ser votada seja escolhida democraticamente DENTRO DOS PARTIDOS...”. Você não entende essa afirmação como uma aprovação à LF? Sinceramente quero que a minha interpretação esteja iquivocada. Bjao
José Roberto Bonifácio Lula não foi preparado nem para conquistar o poder nem para exercê-lo. Quem montou a operação de conquista do poder foi o grupo de José Dirceu, já desde o começo dos anos 90. Lula foi utilizado como um ícone ou um totem. Bastava içá-lo, par...a que todos os que acalentavam a esperança de uma regeneração da vida política se entusiasmassem diante do ídolo. Bem examinadas as coisas depois que aconteceram, nunca, ninguém, fora do círculo íntimo de Lula, soube bem o que ele pensava do Brasil e do mundo... (Fábio Konder Comparato)http://www.brasiliaemdia.com.br/ApresentaSite.asp?o=100&t=1092
Árley Batista Paim Discordo de vc, josé.
José Roberto Bonifácio Bem examinadas as coisas depois que aconteceram, nunca, ninguém, fora do círculo íntimo de Lula, soube bem o que ele pensava do Brasil e do mundo... (Fábio Konder Comparato)
Árley Batista Paim Lula sabe muito bem o que pensa do Brasil e do mundo, ele pode não revelar para muitos, mas que sabe isso ele sabe.
José Roberto Bonifácio Entao ta! Contudo o Vulpi e outros continuam atonitos com o que ele diz a cada dia...
José Roberto Bonifácio Essa turma oriunda de movimentos sindicais, estudantis etc. é muito boa, verdadeiramente excelente, na hora de defender idéias que são amplamente consensuais, praticamente enraizadas no senso comum. Mas quando o "Bicho Pega", as opiniões po...larizam, os campos se dividem, ou seja, no momento da suprema adversidade em que fica (ou deve ficar) claro, cristalino, transparente... quem tem convicção ou crenças autenticas, quem tem personalidade e caráter (no sentido de identidade, não necessariamente no de índole, moralidade...) aí a história é radicalmente outra, muito pelo contrário. Boa Pascoa a Todos!!!
Fernanda Tardin Da eu não sei como é a convenção em partidos , sei como é a do PT, inclusive participei da ultima como pre candidata. É assim: Coloca-se nomes de pre candidatos e na convenção se estabelece em votação quais os pre que serao aprovados. Entã...o criterios do partido escolher a lista democraticamente, o que acontece no PT. Eu fui aprovada na convenção, mas por motivos que já expliquei no fim da convenção renunciei. DEMOCRACIA HOUVE no criterio de escolha dos candidatos doPT. Isto é o que Lula falou. quanto aos demais partidos, não sei te explicar, não fiz questão de estar em outras convenções partidarias. bja
Fernanda Tardin Zé , levando em conta que Lula recebeu varias menções honrosas e o titulo na universidade europeia de Doutor Honoris... comparato mesmo que um intelectual errou ao se expressar sobre Lula e o 'circulo externo'. Ou então, o circulo externo de Lula é muito mais amplo que 'nossa vã filosofia possa imaginar', rsrs bj 
Fernanda Tardin e aproveito as citações diarias de Lula para destacar uma (duas): A Mídia que dá azia.... SIFU. rsrs bj
Árley Batista Paim Fernanda dentro do PT eu tambem sei que à democracia, o grande problema são os outros partidos, ainda que aprovamos em congresso só 3 mandatos para os cargos de legislativo dentro do PT.
Fernanda Tardin pq Zé? vamos debater, o fato de ter explicado o que rola dentro de convenção e colocar meu pv, não significa ter que parar o debate. Avante Hermano...... ao debate, ao menos isto é livre. Bjao
Dagmar Vulpi José, ainda não vejo motivo para encerrar o debate, muito ainda pode ser dito e, considero que o nível está dentro do esperado para pessoas capazes como vocês. Sou a favor de em se mantendo o nível, e é certo que será mantido, que o debate aprofunde um pouco mais. Abraço a todos e viva a democracia, viva as pessoas que se expressam. 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Partidos políticos são ou não importantes para o funcionamento do sistema político em uma democracia?



Partidos políticos são ou não importantes para o funcionamento do sistema político em uma democracia?

Em uma sociedade em que os partidos políticos sejam meramente rótulos formais para o ajuntamento de chefes políticos o poder dos grandes grupos econômicos é maior ou menor na definição dos negócios públicos e, portanto, no direcionamento do dinheiro dos orçamentos públicos de prefeituras, estados e da União?

No Brasil os partidos políticos são representativos de posições e visões políticas da nossa população?

Bem, estas são questões importantes para a orientação do nosso posicionamento acerca da reforma política.

Na lista fechada os filiados, por eleição direta, elegem os nomes e a ordem da composição da lista, a ênfase esta no coletivo e não no individuo. Na lista aberta, como é hoje, a ênfase reside na pessoa, os partidos são fracos.

Na história recente do Brasil o povo escolheu um presidente que antes de eleito durante várias eleições já era o eleito de um partido. Claro, estou falando de Lula e do PT. Foi feliz. Algumas eleições antes o povo votou na pessoa, num indivíduo, sem partido de peso. Estou me referindo a Collor, que fez campanha se proclamando caçador de marajás.
.....................................................................................................................................
Debate Bate Papo no Facebook
.....................................................................................................................................
Edson Parisotto Acredito que o fortalecimento dos partidos seja um avanço democrático. Propostas políticas devem ser feitas por partidos. Devemos votar em partidos, não em pessoas. Sou pela lista fechada.
Mobilização Brasil Acredito também no fortalecimento dos partidos, assim fica muito mais fácil reconhecer ideologias, que são acima de um indivíduo apenas.
Dagmar Vulpi Sou contrário ao sistema de voto em lista fechada, ao menos enquanto não haver uma prévia reforma que obrigue a existência da democracia real dentro dos partidos. O desejável numa democracia é a existência de partidos fortes, com linhas programáticas bem definidas e claras para os cidadãos.

A grande maioria dos atuais partidos políticos do nosso país está sem crédito, motivado por alianças espúrias e por negociatas envolvendo cargos públicos. 
São os partidos que representam as demandas e reivindicações coletivas numa sociedade democrática. Os próprios agentes políticos, porém, têm contribuído para desmoralizar suas siglas, valendo-se de qualquer pretexto para trocar de bandeira. 
Victor Prs A lista fechada favorece o mesmo e impede a renovação do partido por gente nova, com idéias novas. 

Dagmar Vulpi A reforma política necessária precisará garantir a ampliação do protagonismo popular. 
As propostas programáticas apresentadas e a democracia intra-partidária que tornarão o partido forte ou fraco independente do sistema, seja ele em voto por lista aberta ou fechada.
Dagmar Vulpi O avanço e a consolidação da democracia depende de uma reforma política democrática que assegure, fortaleça e amplie a participação popular nas decisões. O resto são velharias já experimentadas e condenadas que os conservadores, saudosistas de um passado de mando quase ilimitado, teimam em defender com argumentos surrados e falsos. 
Jose Paulo Eu tenho uma posição de até agora não aceitar a lista fechada, por ver argumentos soltos e que não convencem nem os dirigentes partidários , claro que queremos partidos fortalecidos, mais a lista fechada não seria o mecanismo ideal, aprimorar regimentos e regras internas , participação efetiva de filiados nas decisões , não apenas em consultas , eu conheço dirigente que esta com sua mesa a muito tempo nas direções e nunca saem só mudam de lugar, isso ao meu ver não é renovar é perpetuar , imaginem com lista fechada ai que nunca serão trocados mesmo, eu falo de partido progressista, de vanguarda, não de conservadores, essa é a realidade pessoal vamos abrir debates francos , pontuar coisas reais, sem corporativismo partidário, muitas falhas existem e a lista fechada só vai agrava-las. 

Educação fará seminários sobre PNE no Ceará e na Bahia

Postagem Dag Vulpi 20/04/2011 14:11
Leonardo Prado 20/04/2011 13:44
Dep. Waldenor Pereira (PT-BA)
Waldenor Pereira: debates vão estimular a elaboração de planos de educação municipais.
A Comissão de Educação e Cultura realizará seminários para debater o projeto que cria o novo Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10) em Fortaleza, Quixadá, Sobral e Juazeiro do Norte, todos no Ceará, e Vitória da Conquista e Salvador, na Bahia. As datas dos seminários ainda não foram definidas.
Segundo um dos autores dos requerimentos, deputado Waldenor Pereira (PT-BA), os debates vão estimular e subsidiar a elaboração de planos de educação municipais.
Os encontros nos municípios cearenses serão feitos a pedido do deputado Artur Bruno (PT-CE), em conjunto com a Assembleia Legislativa e com parceria da Universidade Federal do Ceará.
Voto contrário
O presidente da comissão especial destinada a analisar o projeto que cria o novo PNE, deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), votou contra os requerimentos. Segundo ele, as propostas de seminários e audiências devem ser apresentadas na comissão especial, “criada especificamente para analisar o plano”.
O parlamentar disse que não aceitará subordinação da comissão especial à Comissão de Educação e Cultura. A presidente da Comissão de Educação, deputada Fátima Bezerra (PT-RN), disse não ver problemas na apresentação dos requerimentos e que o trabalho será feito em parceria com a comissão especial.
Vieira afirmou que a Comissão de Educação tem assuntos mais urgentes para tratar, como denúncias de desvios de verbas no Fundo de Manutenção e Valorização da Educação Básica (Fundeb) e a chacina ocorrida na escola Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, onde 12 alunos morreram baleados.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli

Argumentos contra as usinas nucleares no Brasil-Nordeste


Postagem Dag Vulpi 20/04/2011
Por Heitor Scalambrini Costa em 13/03/2011

Os atuais padrões de produção e consumo de energia estão apoiados nas fontes fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral), o que gera emissões de poluentes locais, gases de efeito estufa e põem em risco o suprimento a longo prazo do planeta, por serem finitas. É preciso mudar esses padrões, incentivar a economia de energia e estimular o uso das energias renováveis (solar, eólica e biomassa). Nesse sentido, o Brasil apresenta uma condição bastante favorável em relação ao resto do mundo.

Não existe uma fonte de energia que só tenha vantagens. Não há energia sem controvérsia, mas a nuclear, pelo poder destruidor que tem qualquer vazamento de radiação, não deve ser utilizada para produzir eletricidade, ao menos em nosso país, onde existem tantas outras opções.

Fica evidenciado que, desde 2005, a indústria nuclear intensificou seu agressivo lobby em diversos países da região, com forte influência nos setores legislativos e da política energética, tentando impor a implantação de usinas, sob o falso argumento de que a energia nuclear é uma fonte “limpa”, segura e contribui para combater o aquecimento global.

Com a retomada discutível e equivocada do Programa Nuclear Brasileiro, reiniciando as obras de construção de Angra 3, e os planos do Ministério de Minas e Energia de instalar no Nordeste usinas nucleares – a região do Brasil com maior potencial eólico e solar -, nada mais atual que discutir as razões contrárias a instalação de usinas nucleares no território nacional.

A opção nuclear para geração de energia elétrica no Brasil e no Nordeste, em particular, não permite resolver os atuais problemas energéticos, e contribuirá para com outros problemas sem solução à vista.

A seguir são apresentadas, sucintamente, as razões para rejeitar as usinas nucleares, vistas sob os seguintes aspectos:
- segurança energética,
- econômico,
- ambiental,
- social,
- riscos,
- proliferação e militarização nuclear,
- sustentabilidade energética,
- democracia.

Segurança energética
A segurança energética é um fator prioritário para o país e aumentará com a diversificação da matriz energética. Do ponto de vista da produção de energia, segundo a Empresa de Planejamento Energético-EPE, o país tem folga no abastecimento, podendo suprir as necessidades de energia elétrica, com as atuais taxas previstas de crescimento, por mais 5 anos. Portanto é puro oportunismo, criar uma relação direta entre os atuais apagões, que tem ocorrido freqüentemente no país todo, com a necessidade da instalação de usinas nucleares para evitá-los. Como que se os atuais apagões fossem decorrentes do desabastecimento, e novamente repetiríamos 2001/2002. Os defensores desta tecnologia associam enganosamente a instalação das novas usinas nucleares como solução aos apagões, que são ocorrências recorrentes do próprio modelo mercantilista empregado no país.

O fundamento principal para a construção de novas usinas de geração é de que existe uma previsão de crescimento da economia (sem que se questione a natureza do crescimento) e de que, em função disso, há necessidade de se ofertar mais energia para atender a esta demanda, construindo novas usinas.

Projeções do consumo futuro de energia dependem do tipo de desenvolvimento e crescimento econômico que o país terá. Existem vários questionamentos sobre os cálculos oficiais que apontam para taxas extremamente elevadas de expansão do parque elétrico brasileiro para atender a uma pretensa demanda. O que essa previsão esconde é o fato de praticamente 30% da energia elétrica ofertada pelo país é consumida por seis setores industriais: cimento, siderurgia, produção de alumínio, química, o ramo da metalurgia que trabalha com ferro e papel/celulose – 30% somente para seis setores. São exatamente eles que puxam o consumo da energia elétrica para cima, os chamados setores eletro-intensivos. Precisamos urgentemente discutir: energia para que? E para quem?

Temos de fugir dessa idéia míope de discutir qual a melhor fonte. A melhor fonte de energia é aquela que não é consumida. Não consumir energia significa ter uma política de aumento da eficiência energética, situação da qual estamos muito longe ainda. Os resultados oficiais apresentados nesta área são pífios.

No Brasil, o consumo de energia per capita ainda é pequeno e é indispensável que o consumo de energia cresça para promover o desenvolvimento sustentável. No entanto, nada impede que o uso de tecnologias modernas e eficientes sejam introduzidas logo no início do processo de desenvolvimento sustentável, acelerando com isso o uso de tecnologias eficientes (aquecimento solar da água, eletricidade solar, geradores eólicos, geração distribuída,…). Contrapondo assim ao pensamento de que, para haver desenvolvimento, é preciso que ocorram impactos ambientais, devido a geração, transporte e uso da energia.

A conservação de eletricidade reduz o consumo e posterga a necessidade de investimentos em expansão da capacidade instalada, sem comprometer a qualidade dos serviços prestados aos usuários finais. A eficiência energética é, sem dúvida, a maneira mais efetiva de ao mesmo tempo reduzir os custos e os impactos ambientais locais e globais, suportando assim, conjuntamente com as fontes solar, eólica e biomassa; a segurança energética do país.

Aspectos econômicos
Do ponto de vista econômico, o custo de uma central nuclear é enorme, da ordem de R$ 10 bilhões. Geralmente este valor está aquém dos valores finais da obra. Nas planilhas de custos é subestimado (até não levado em conta) os custos de armazenamento dos resíduos, da desmontagem da central após sua vida útil e limpeza de locais contaminados, o reforço da linha elétrica para distribuição, e os serviços de fiscalização e segurança, entre outros. O chamado descomissionamento, representa o custo de desmontagem definitiva e descontaminação das instalações das usinas nucleares após o encerramento das suas operações. É preciso que se tenham garantias absolutas de que esse trabalho será levado a cabo com seriedade, e que as instalações e resíduos das usinas não serão simplesmente abandonados contaminados após o seu fechamento.

Como exemplo do que estamos falando, centrais nucleares que estão sendo planejadas atualmente na Finlândia, já estão custando o dobro do estimado antes do começo da obra. Já nos Estados Unidos, as usinas implantadas entre 1966 e 1986 tiveram, em média, custos 200% acima do previsto.

A história do nuclear mostra que esta sempre foi e continua a ser, mesmo com a nova geração de reatores, uma indústria altamente dependente de subsídios públicos. Isto significa que quem vai pagar a conta da imensa irresponsabilidade de se implantar estas usinas em nosso país, será a população de maneira geral, e em particular os consumidores, que pagarão tarifas cada vez mais caras.

Desde 2005, um dos mais conceituados centros tecnológicos do mundo, o Massachusetts Institute of Technology, tem assegurado que a energia nuclear não é competitiva sem subsídios. À mesma conclusão chegaram estudos publicados pelos jornais The New York Times e The Financial Times. Outro estudo ainda, publicado pela National Geographic Brasil (agosto 2005) aponta na mesma direção. E mais recentemente a revista britânica New Scientist listou argumentos que desfavorecem a energia nuclear: não sobrevive sem subsídios, os custos para pesquisa e desenvolvimento são altíssimos e também são insuportáveis os custos da disposição do lixo nuclear e do descomissionamento dos reatores, assim como a segurança nas usinas.

Para os brasileiros o maior impacto da instalação de usinas nucleares será nas tarifas. De 2001 a 2010, o aumento acumulado das tarifas de energia chegou a 186%, enquanto no mesmo período o IPCA (índice oficial de inflação do governo) acumulou 86%, segundo a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia Elétrica (Abrace). E projeta que até 2014, o preço da energia subirá mais de 30%. Pagamos uma das mais altas tarifas do mundo, e com tendência de aumento. Sem nenhuma dúvida pode-se afirmar que o uso da eletricidade nuclear irá contribuir ainda mais para a elevação das tarifas de energia elétrica no Brasil.

Para aqueles que afirmam que o Brasil deve manter-se aberto para todas as possibilidades de aproveitamento na geração e oferta de energia elétrica, a médio e longo prazo, o desvio de recursos públicos para a opção nuclear será um verdadeiro obstáculo ao estabelecimento de políticas de incentivo e promoção de energias renováveis no país. O incentivo garantido às usinas nucleares deveria ser direcionado a outras fontes de geração de energia, muito mais seguras e limpas, como a eólica, solar e a biomassa.

O governo brasileiro mostra mais uma vez que está disposto a bancar a construção de grandes empreendimentos contraditórios e de resultados duvidosos, contrariando interesses divergentes que não tem sido considerado e nem incorporado no processo de negociação e decisão.

No caso de Angra III a estimativa de custos da obra, que era de R$ 7,2 bilhões em 2008, pulou para R$ 10,4 bilhões até o final de 2010, de acordo com a Eletronuclear. Isso sem contar os R$ 1,5 bilhão já empregado na construção e os US$ 20 milhões gastos anualmente para a manutenção dos equipamentos adquiridos há mais de 20 anos. Desde 2008, o custo de instalação por kW de Angra 3 subiu 44%, de R$ 5.330/kW para R$ 7.700/kW. Os gastos em usinas nucleares são um sumidouro de recursos públicos, e quem pagará por esta insanidade será o povo brasileiro.

Questão ambiental
Do ponto de vista ambiental é uma meia verdade, afirmações que as centrais nucleares não contribuem para os gases de efeito estufa, e que são “limpas”.

Em operação rotineira, as centrais nucleares pouco agridem o meio ambiente, porém expõem a sociedade ao risco de acidentes que liberam na biosfera produtos de fissão nuclear de alta radioatividade, que podem trazer conseqüências catastróficas a vida. Embora pequeno, tal risco existe, e não pode ser negligenciado. Ademais, essas usinas não resolveram o problema do que fazer com os rejeitos de alta radioatividade, cuja deposição final demanda pesados investimentos.

Estima-se que estes rejeitos tenham que ficar isolados durante milhares de anos.

Na geração da eletricidade nuclear a produção de CO2 é muito pequena, mas se levarmos em conta o conjunto de etapas do processo industrial (chamado ciclo do combustível nuclear), que transforma o mineral urânio, desde quando ele é encontrado nas minas em estado natural até sua utilização como combustível dentro de uma usina nuclear é produzido quantidades consideráveis de gases de efeito estufa. Portanto, além das elevadas emissões de carbono, geram resíduos tóxicos altamente radioativos e contribui com agressões ambientais. Além de uma central nuclear consumir elevados volumes de água para sua refrigeração, tendo sua instalação obrigatoriamente ser próxima a grandes recursos hídricos (rios, mares, ….).

Portanto, se levarmos em conta todo o ciclo para preparar o combustível nuclear que será “queimado” nas centrais, pode-se afirmar que esta fonte energética é uma importante fonte de emissões, que são produzidas na prospecção do mineral, na extração e no transporte de urânio, no transporte dos resíduos para processamento ou armazenagem e no futuro descomissionamento.

Vários estudos científicos têm monstrado que o ciclo do urânio é um grande consumidor de energia e um forte emissor de CO2. O estudo americano “Nuclear Power: The Energy Balance” (2005), que compara as emissões de CO2 analisando o ciclo de vida de uma central nuclear e de uma central a gás natural (com uma potência equivalente) chega à conclusão que, no longo termo, com o decréscimo da qualidade das reservas de urânio, a eletricidade nuclear provoca muito mais emissões que o gás natural consumido na termoelétrica.

O cálculo que faz a Oxford Research Group chega a 113 gramas de CO2 por kWh gerado. Isso é aproximadamente o que produz uma central a gás. Portanto, existe um mito, um afã de descartar, cortar e mostrar de maneira parcial a realidade desta fonte de energia.

Já de acordo com a metodologia de Storm e Smith para o cálculo de emissões, o ciclo de geração por fontes nucleares emite de 150 a 400 g CO2/kWh, enquanto o ciclo para geradores eólicos emite de 10 a 50 g CO2/kWh.

Segundo dados da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) considerando a mineração do urânio, o transporte, o enriquecimento, a posterior desmontagem da usina e o processamento e confinamento dos rejeitos radioativos, esta opção produz entre 30 e 60 gramas de CO2 por kWh gerado.

Verifica-se então grande contradição nos números relacionados as emissões, e que existe uma polêmica e dúvidas sobre a capacidade de emissão de gases de efeito estufa, ao utilizar o urânio para gerar eletricidade. Creio que neste caso o aconselhável seja uma ação preventiva, de não utilização desta fonte de energia.

No caso brasileiro, embora a extração do urânio utilizado pelas usinas ocorra em território nacional, antes ele vai para o Canadá, onde é transformado em gás e, em seguida, para a Europa, onde é enriquecido. Reparem que só nestes deslocamentos, não só existe a emissão de gases proveniente do transporte e do consumo de energia, mas também um grande risco da exposição dos materiais radioativos, ao realizarem viagens intercontinentais.

Aspectos sociais
É comum os defensores da tecnologia nuclear mencionarem com destaque, o impacto revolucionário de um empreendimento de R$ 10 bilhões, pode representar na economia local. Do ponto de vista da empregabilidade e dos ganhos financeiros para o município-estado que abrigar a usina nuclear, há uma falsa retórica de que os investimentos automaticamente favorecerão os moradores do entorno das instalações.

È bom lembrar aos desavisados que os vendedores da usina são responsáveis pelo fornecimento da ilha nuclear, chamada de Nuclear Steam Supply System (NSSS), e pelo layout da planta, o que representa aproximadamente 20% do custo total do capital. Os custos restantes são despendidos na contratação de empresas de engenharia e arquitetura e em fornecedores de sistemas e componentes.

A ausência de companhias com capacidade de projeto, fabricação e prestação de serviços de engenharia na região, ou mesmo no país, acaba exigindo a contratação de empresas do exterior e a realização de importações. Em geral, isso resulta em negociações que consomem tempo, extensões de prazos de entrega, dificuldades com a qualidade, transporte de equipamentos e outros problemas similares. Isso explica porque alguns vendedores de usinas têm procurado expandir suas responsabilidades para 50% ou 60% do orçamento total da obra, a fim de ter maior controle sobre a execução da usina.

Portanto não acreditem nestes benefícios mágicos trazidos “pelo progresso” representado por uma usina nuclear. Como exemplo, a época das obras da usina nuclear de Angra 1 chegou a 11 mil homens trabalhando no período de maior movimentação da obra. Eles trouxeram também suas famílias e isso gerou um contingente humano imenso que a cidade teve que abrigar. Muita gente veio de outros estados. E se instalou o caos urbano sem que a cidade de Angra dos Reis pudesse atender os que chegavam com os serviços básicos. A migração desordenada em grandes obras no país é uma realidade incontestável.

Por outro lado, acreditar que a mão-de-obra utilizada na construção e gerenciamento de uma usina nuclear no Brasil/Nordeste seja mão-de-obra da região, é de que os royalties provenientes da usina serão maciçamente aplicados em ações sociais e ambientais, é a mesma coisa que acreditar em Papai Noel, Saci-Pererê, Mula sem Cabeça e tantas outras figuras do imaginário popular.

Em comparação com a tecnologia eólica ou solar, a energia nuclear cria poucos empregos. Energias renováveis precisam de trabalhadores locais para a construção local e para a manutenção. Os empregos são criados localmente e ficam no local, por isso as comunidades ganham.

Riscos
Atualmente são feitas afirmativas peremptórias de que as usinas nucleares apresentam alto grau de excelência tecnológica, como principal fator de garantia da segurança e o aumento da confiabilidade. Há uma tentativa de tranqüilizar as pessoas, afirmando que a evolução tecnológica dos últimos 30 anos levou as usinas nucleares a se modernizarem e serem praticamente imunes em relação a acidentes. São citadas nos discursos “de perigo zero” as novas usinas que estão em estudos, às chamadas de 4ª geração que utiliza o conceito de “falha para a segurança”.

Nestas usinas, afirmam que quando ocorrem falhas de operação, estas são corrigidas, levando a uma condição mais segura do que a anterior, ou seja, a correção das falhas se dá automaticamente, sem requerer necessariamente a intervenção dos operadores. Como se isto bastasse e fosse suficiente para impedir acidentes. É só verificar e comparar, que mesmo com os enormes avanços tecnológicos da indústria aeronáutica, acidentes ocorrem, como foi o caso do Airbus 330-200 da Air France/AF 477, pérola da indústria aeronáutica no que diz respeito à automatização e segurança.

E mais recentemente terremoto seguido de tsunami que atingiu usinas nucleares no Japão, as mais seguras do mundo. Houve vazamento de radiação (12/03/2011) de um reator do complexo nuclear de Fukushima Daiichi localizado ao norte de Tóquio (250 km), após uma explosão ter arrebentado o telhado da instalação depois do grande terremoto (11/03/2011), com vazamento de radiação. Os efeitos imediatos deste acidente nuclear, anunciados oficialmente foram de 160 pessoas contaminadas pela radiação, e 170.000 retiradas do entorno do reator, com uma área de exclusão que foi aumentando de 3 km, passando a 10 km e atualmente de 20 km de raio em torno do reator acidentado.

Sem dúvida a segurança das usinas nucleares teve avanços importantes, mas, seu relativo controle é suscetível a fatores humanos e da natureza. Não podemos apagar dos arquivos da memória, acidentes nucleares ocorridos nos últimos anos. Em Three Mile Island, na Pensilvânia – Estados Unidos em 1979, e em Chernobyl, na Ucrânia, 1986. Nos dois casos, os acidentes foram causados por falhas que provocaram um superaquecimento no reator, e vazamento de material radioativo para a atmosfera.

Sempre há um risco de contaminação com radiação, independente se a usina nuclear funciona perfeitamente com um bom sistema de segurança. Emissão de isótopos radiativos de césio e estrôncio sempre acontece. Isso é uma contaminação “normal”, conhecida na linguagem internacional como contaminação “standard” das usinas nucleares. Acidentes com vazamento de radioatividade já aconteceram em várias usinas nucleares no mundo. A população sofre mais tarde de doenças graves como leucemia, aumentando o nível de mortandade. Além da contaminação do lençol freático e das terras se tornarem impróprias ao plantio e criação de animais.

E mais: parte do lixo nuclear produzido na usina precisa ser depositado de forma totalmente isolada do meio ambiente em um período de tempo que pode chegar a mais de 240 mil anos. E até agora a tecnologia para garantir isso de forma perfeita ainda não existe.

A radioatividade dos resíduos do urânio processado nas centrais é muito elevada, com graves riscos para a saúde pública durante dezenas a centenas de milhares de anos. Ainda não foi encontrada uma solução satisfatória para o tratamento dos resíduos, hoje armazenados em locais temporários. Este é um pesado legado para as gerações futuras.

Mas, infelizmente, mesmo o controle rigoroso na operação da usina e em todo processo produtivo do elemento combustíve,l não nos livra de outros tipos de risco como roubo de rejeitos radioativos, ataques terrorista, terremotos, falhas humanas e mecânicas. E as conseqüências de um acidente nuclear são desastrosas, afetando a presente e futura geração.

A nova geração de reatores nucleares em construção na Finlândia (Olkiluoto 3) e na França (Flamanville 3), apresentados como a vanguarda do renascimento do nuclear, têm registrado uma série de atrasos, derrapagens orçamentais e problemas técnicos de segurança. Na Finlândia, o prazo de conclusão da central foi adiado por dois anos e os custos de construção quase que duplicaram para um valor de R$ 11,5 bilhões, com várias falhas na construção a implicar potenciais riscos de segurança. Na França, os problemas são semelhantes, tendo já sido mandada parar a construção pela Agência de Segurança Nuclear francesa por vários problemas técnicos de segurança registrados.

Até agora não se tem notícias de que algum acidente em usinas de geração de energia tenha tido proporções semelhantes a Chernobyl e o desastre de Fukushima Daiichi. Ainda que Itaipu fosse destruída, e a maior parte da Argentina fosse por água abaixo, não ficariam seqüelas em gerações sucessivas a exemplo do que ocorreu na Ucrânia e no Japão.

Outro fator de extrema preocupação, descrito no Relatório da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados publicado em 2006, é que o Estado brasileiro está longe de ter a estrutura necessária para garantir a segurança das atividades e instalações nucleares. Nesse documento são apontadas graves falhas na fiscalização e monitoramento do setor nuclear, destacando, entre outros problemas, a duplicidade de funções da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN atua, ao mesmo tempo, como Requerente, Operadora, Prestadora de Serviços, Licenciadora e Fiscalizadora de si própria.

Vale lembrar que, em setembro de 2011, completara 21 anos da contaminação com Césio 137 em Goiânia, que vitimou milhares de pessoas e ficou conhecido como o maior acidente radiológico do mundo.

Proliferação e militarização nuclear
No Brasil, historicamente, a relação entre o uso da energia nuclear para fins energéticos e para fins militares é muito estreita. O Programa Nuclear Brasileiro surgiu durante a ditadura militar e até hoje atende demandas de alguns setores das forças armadas, fascinados pelo poder que a energia nuclear lhes traz. Outros grupos de interesse fazem “lobby”, como setores industriais “preocupados” com o risco de um apagão, grupos de cientistas pelo prestígio e oportunidades de novas pesquisas e pelo comando do processo, os fornecedores de equipamentos e as empreiteiras, por motivos óbvios.

A exportação e a proliferação contínua de tecnologia nuclear aumentam significativamente o risco de proliferação de armas nucleares, existindo o risco de novos Estados se tornarem novas potências nucleares.

Mesmo neste cenário de degradação ambiental e social, a ameaça de nuclearização da América Latina é real, com o Brasil dividindo com a Argentina a liderança nessa corrida. Ambos têm jazidas de urânio significativas, processo de enriquecimento em curso, usinas e  minireatores. O Brasil já tem acordo de cooperação com a Venezuela, que firmou acordo com a Rússia para cooperação na produção de equipamentos. Outros países da América do Sul estão discutindo a fonte nuclear como alternativa para suas demandas de energia, como a Bolívia, Equador e Uruguai. O Peru e o Chile que planejam construir usinas nucleares.

A ressurreição do Programa Nuclear Brasileiro é mais um dos indícios da estratégia governamental de tornar o Brasil uma potência atômica. O dinheiro empregado no programa, para a construção e funcionamento de novas usinas núcleoelétricas, permitirá a lubrificação de todas as suas engrenagens. A cada usina que construímos aumentaremos o volume de urânio que produzimos, aumentando assim o saldo com que se espera entrar definitivamente como sócios no Clube Atômico, e para tal é necessário ter a bomba atômica.

Devemos evitar para nosso país problemas de geopolítica que são gerados pelo o ciclo de combustível nuclear, a tal ponto que depois das tensões com a Coréia do Norte, atualmente o Irã está em sério perigo de ter seu território invadido militarmente por estar enriquecendo urânio para geração nuclear.

Abrir mão da energia nuclear significa um importante passo para evitar o perigo de uma nova onda de proliferação nuclear, dada a natureza dual da energia nuclear, que se presta tanto para aplicações pacíficas como militares, sem falar dos problemas físicos de segurança nuclear. Não devemos nos esquecer do que afirmou o físico Robert Oppenheimer, responsável pela construção da primeira bomba atômica, quando visitou o Brasil, em 1953: “Quem disser que existe uma energia atômica para a paz e outra para a guerra, está mentindo”.

Sustentabilidade energética
A atual política energética e ambiental adotada, lamentavelmente tem levado o Brasil a caminhar na contramão do que vem sendo implementado em várias partes do mundo, que tem optado pelo uso de fontes renováveis de energia, não só na geração de energia elétrica, mas também no aquecimento de água solar que evita o consumo de eletricidade nos chuveiros. A noção de sustentabilidade energética descarta a eletricidade de origem nuclear como uma solução sustentável.

Na atual política de expansão da oferta de energia para o país, fica evidente o tratamento especial dado para a construção de mega-hidrelétricas na região Amazônica, de termoelétricas a carvão mineral e óleo combustível e a instalação de usinas nucleares.

Esse gigantismo para mega-obras, típico de mentes tecnocráticas e autoritárias, beira a insensatez, pois, dada a atual crise ambiental global, são recomendadas obras menores, que valorizam matrizes energéticas com fontes de energia renováveis, que menos agridem o meio ambiente, e com produção descentralizada.

Se há um país no mundo que goza das melhores oportunidades ecológicas e geopolíticas para ajudar a formular um outro mundo necessário para toda a Humanidade, este país é o nosso. Ele é a potência das águas, possui a maior biodiversidade do planeta, as maiores florestas tropicais, a possibilidade de uma matriz energética menos agressiva ao meio ambiente – à base da água, do vento, do Sol, das marés, das ondas do mar e da biomassa.

Entretanto, ainda não acordamos para isso. E tudo isso nós temos em abundância. Nos fóruns mundiais vive em permanente estado de letargia política, inconsciente, “deitado eternamente em berço esplêndido”. Não despertando para as suas possibilidades e para a sua responsabilidade em face da preservação da Terra e da vida.

Em nosso país existem várias alternativas para aumentar a oferta de energia sem a construção de novas centrais, uma delas é incentivando a eficiência energética. Também são evidentes a abundancia dos recursos renováveis: solar, eólico e da biomassa para a diversificação e complementação da matriz energética. Simplesmente as vantagens comparativas destes energéticos renováveis não são levadas em conta.
Opções energéticas e a eficientização de processos e equipamentos são apresentadas pelos estudiosos da UNICAMP, USP, CHESF, UFPE, que levam em conta as possibilidades de redução da energia na demanda tanto do lado da oferta, como do lado do consumo. Além de apresentarem como fontes renováveis: a energia solar para aquecimento da água e para  produção de eletricidade, energia eólica, usinas térmicas a bagaço de cana (bioeletricidade) e restos de produtos agrícolas, e energia das ondas do mar.

Democracia
A indústria nuclear é por sua natureza secreta e sem transparência. Em alguns países, foi criada uma polícia especializada para cuidar dos materiais radioativos contra o roubo pelos “terroristas”. Com este argumento, a indústria nuclear contribui para a diminuição dos direitos democráticos da sociedade, porque cria um “Estado de Segurança”.

A segurança das usinas geradoras e demais instalações nucleares (tratamento e enriquecimento de urânio, fabricação de elementos combustíveis, reprocessamento de combustíveis irradiados, depósitos de rejeitos etc.) implica importantes e custosos aparelhos policiais. Assim, países que optem pelas usinas nucleares em seus sistemas elétricos poderão ser forçados a adotar métodos próprios de Estados policiais.

É fundamental a necessidade de se discutir mais a questão energética. O debate de idéias e o confronto de interesses são instrumentos decisivos na formulação de uma estratégia energética sustentável e democrática. Daí a necessidade de ampliar os espaços de debate, hoje restritos aos gabinetes dos especialistas.

No caso da energia nuclear informações técnicas, econômicas, financeiras, de segurança, relatórios operativos, entre outros documentos são muitas vezes considerados sigilosos e não disponíveis publicamente. Esta fonte de energia acentua o caráter autoritário na condução da política energética no país.

Heitor Scalambrini Costa é professor associado da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), graduado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP), Mestrado em Ciências e Tecnologias Nucleares na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Doutorado em Energética, na Universidade de Marselha/Comissariado de Energia Atômica (CEA)-França.

domingo, 17 de abril de 2011

Hub, switch ou roteador? Descubra e monte a sua rede doméstica

Quer montar uma rede doméstica e não sabe qual dispositivo escolher? Descubra diferença entre hub, roteador e switch. Foto: Linksys/Reprodução Quer montar uma rede doméstica e não sabe qual dispositivo escolher? Descubra qual a diferença entre hub, roteador e switch
Foto: Linksys/Reprodução

Felipe Gugelmin
Postagem Dag Vulpi 17/04/2011 15:42

Hub, switch ou roteador? Descubra e monte a sua rede doméstica



Montar uma rede doméstica há muito deixou de ser tarefa exclusiva para técnicos em informática. Com equipamentos cada vez mais baratos e fáceis de configurar, dividir o sinal da internet e conectar diferentes computadores tornou-se um processo simples e que envolve somente a conexão de alguns poucos cabos.
A confusão se dá na hora de comprar o aparelho responsável por intermediar os sinais enviados e recebidos das máquinas. Para quem entra em uma loja, hubs, switches e roteadores parecem palavras sinônimas - algo reforçado por vendedores que muitas vezes não fazem ideia das funções do que vendem.
Confira abaixo uma lista das principais diferenças entre esses dispositivos e esclarecimentos sobre quando usar cada um deles.
Hub
O termo "hub" pode ser traduzido como "ponto central", o que dá uma ideia bastante clara do objetivo desses aparelhos. Com a função de interligar computadores em uma rede local, o hub recebe dados vindos de um computador e os retransmite para outra máquina. Durante o processo, outros usuários ficam impossibilitados de enviar informações.
Assim, redes interligadas através de hubs costumam apresentar bastante lentidão, especialmente quando há muitas máquinas interligadas. Em uma rede com 10 máquinas, por exemplo, enquanto duas delas se comunicam, oito têm que esperar pela sua vez.
Um dispositivo do tipo pode contar com várias entradas para a conexão do cabo de rede de cada computador, e em geral é possível encontrar opções com 8, 16, 24 ou 32 portas. Porém, devido às limitações na transmissão de dados, os hubs foram completamente substituídos pelos switches.
Switch
Os switches são aparelhos bastante semelhantes aos hubs, tendo como principal diferença a forma como transmitem dados entre os computadores. Enquanto hubs reúnem o tráfego em somente uma via, um switch cria uma série de canais exclusivos em que os dados do computador de origem são recebidos somente pela máquina destino.
Com isso, a rede não fica mais congestionada com o fluxo de informações e é possível estabelecer uma série de conexões paralelas sem nenhum problema. O resultado é um maior desempenho e comunicação constante entre as máquinas, exceto quando dois ou mais computadores tentam enviar informações para o mesmo destinatário.
É possível encontrar no mercado switches com número variável de entrada, que podem ser conectados entre si para aumentar a rede. Como os problemas na comunicação são muito menores do que nas redes conectadas por hubs, praticamente todos foram substituídos por switches e é difícil encontrar alguma rede que ainda os utilize.
Atualmente, os aparelhos mais usados possuem o nome de "hub switch", e possuem um preço econômico semelhante ao de um hub. Esse tipo de dispositivo é voltado principalmente para redes pequenas, com até 24 computadores.
Roteador
Usados em redes de maior porte, os roteadores têm como principal vantagem atuar de forma mais inteligente que os switches. Além de estabelecer a comunicação entre duas máquinas, esses dispositivos também possuem a capacidade de escolher a melhor rota que a informação deve seguir até seu destino. Com isso, a velocidade de transferência é maior e a perda de dados durante a transmissão diminui consideravelmente.
São dois tipos de roteadores disponíveis no mercado, os estáticos e os dinâmicos. O primeiro sempre escolhe o menor caminho para enviar os dados, sem considerar se há alguma espécie de congestionamento. Já o segundo tipo detecta obstáculos e encontra sempre a rota mais rápida para enviar dados, mesmo que o caminho percorrido seja maior.
Outra vantagem dos roteadores é a capacidade de interligar redes, tornando-os uma opção atrativa para grandes empresas. Alguns aparelhos também vêm equipados com recursos extras, como firewalls capazes de bloquear o envio de conteúdos indesejados entre as máquinas interligadas.
Aliado a outros dispositivos, os roteadores são essenciais para o funcionamento da internet. Ao permitir que diversas pequenas redes conversem entre si, os aparelhos fazem com que informações deixem de estar confinadas a um ambiente local e sejam compartilhadas por usuários espalhados por todo o mundo.

Aécio e a Blitz

Postagem Dag Vulpi 17/04/2011 13:00
O senador Aécio Neves, do PSDB-MG, teve a carteira de habilitação apreendida por estar com o documento vencido e por se recusar a fazer o teste do bafômetro em uma Operação da Lei Seca no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro.

Aécio foi parado na blitz na madrugada deste domingo, segundo a Secretaria estadual de Governo. O político foi multado, mas não teve o carro apreendido, já que apresentou um condutor habilitado, e foi liberado.

A assessoria de imprensa do tucano informou que ele não sabia que a carteira de habilitação estava vencida. Aécio Neves tinha saído da casa de amigos e voltava para a residência dele, no Leblon, com a namorada.

A recusa do teste de bafômetro é considerada uma infração gravíssima, representa sete pontos na carteira e vale multa de R$ 957. Dirigir com a carteira de habilitação vencida também é uma infração gravíssima com multa de R$ 191,54.
Redatora: Bárbara Forte

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

Seguir No Facebook