A Organização
das Nações Unidas (ONU) colocou à disposição do governo brasileiro todas as 24
unidades que atuam no Brasil para auxiliar no combate ao vírus Zika. A
manifestação ocorre após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar, na
segunda-feira (1º), o vírus uma emergência internacional em saúde pública.
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Espanha registra primeiro caso de vírus Zika em grávida
As autoridades
da região espanhola da Catalunha confirmaram hoje (4) que uma mulher grávida de
13 semanas, que esteve recentemente na Colômbia, foi diagnosticada com o vírus
Zika. As autoridades catalãs acreditam que este é o primeiro caso de uma
gestante infetada com o vírus Zika na Espanha.
Segundo o
Departamento de Saúde da Catalunha, a mulher está recebendo assistência, mas
não está hospitalizada. Os sintomas e sinais clínicos da infeção, transmitida
aos seres humanos por picada de mosquito, são muito parecidos com os da gripe,
como febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de
cabeça e musculares.
OMS apoia restrição de doações de sangue por quem passou por países com Zika
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) considerou hoje (4) “adequado” restringir doações de
sangue de viajantes oriundos de países de risco, de modo a evitar uma eventual
propagação do vírus Zika, que atinge a América Latina.
“Com o risco
de novas infeções pelo vírus Zika em diversos países e a possível ligação entre
o vírus e a microcefalia, além de outras consequências clínicas, restringir as
doações de sangue por parte daqueles que regressam de regiões onde há a
epidemia é uma medida de precaução adequada”, segundo a OMS.
Grupo defende direito ao aborto em casos de microcefalia; CNBB é contra
A intensa
circulação do vírus Zika no Brasil e a possível associação da infecção em
gestantes com casos de microcefalia em bebês reacende no país o debate sobre o
aborto. Um grupo composto por advogados, acadêmicos e ativistas prepara uma
ação, a ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), que cobra o direito de
interromper a gravidez em casos em que a síndrome for diagnosticada nos bebês.
Em entrevista
à Agência Brasil, a antropóloga e pesquisadora Debora Diniz, que está à
frente do trabalho, explicou que a ação deve ser encaminhada à Suprema Corte
em, no máximo, dois meses. O mesmo grupo impetrou ação similar, em 2004, para
pedir ao STF o direito ao aborto em casos de bebês com anencefalia. O pedido foi
acatado pelos ministros em 2012.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Anvisa registra teste que detecta zika, chikungunya e dengue de forma combinada
A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu a análise técnica de três
produtos comerciais para diagnóstico in vitro do vírus Zika. A partir
de agora, com o registro da Anvisa, esses testes poderão ser
comercializados.
Dois desses
produtos utilizam metodologia de imunofluorescência para a detecção de anticorpos
relacionados aos vírus Zika, Chikungunya e da dengue em um único procedimento
de teste de forma combinada.
Já um terceiro
produto utiliza a metodologia de reação em cadeia da polimerase para determinar
a presença do Zika na amostra biológica em estudo.
Ainda segundo
a agência, foram concluídas também as análises de outros dois produtos para
determinar a presença dos vírus da febre chikungunya e da dengue pela mesma
metodologia de reação em cadeia da polimerase.
As medidas
foram publicadas hoje (3) no Diário Oficial da União.
Técnicos americanos chegam ao Brasil para ajudar no combate ao Zika
Técnicos do
Centro de Controle e Combate a Doenças dos Estados Unidos chegarão ao Brasil no
dia 11 de fevereiro para definir um cronograma para o combate ao vírus Zika,
informou hoje (3) o ministro da Saúde, Marcelo Castro, em viagem a Montevidéu.
A cooperação
entre os dois países foi acertada entre a presidenta Dilma Rousseff e o
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Houve também entendimentos entre o
ministro brasileiro e a secretária de Saúde americana, Sylvia Burbell.
EUA preparam medidas para conter transmissão do vírus Zika por relação sexual
Depois de
confirmar a ocorrência, no estado do Texas, de um caso de paciente infectado
pelo vírus Zika transmitido por relação sexual, e não pela picada do mosquito Aedes
aegypti, as autoridades norte-americanas de saúde anunciaram que vão adotar
novas medidas para evitar novos casos. Já anteciparam que o uso de
preservativos para homens será uma das recomendações a serem adotadas.
Conter novos
casos de transmissão de Zika por relação sexual entra no rol dos esforços da
Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos governos de todo o mundo para conter a
epidemia da doença.
O Centro de
Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão responsável pelas medidas de
emergência em situações de ameaça à saúde pública dos Estados Unidos, confirmou
ontem (2) que uma pessoa com o vírus Zika foi infectada depois de ter relações
sexuais com alguém que havia retornado da Venezuela.
O CDC também
confirmou as informaçõs das autoridades de saúde, no Texas, de que a pessoa
infectada pelo vírus Zika, por relação secual, não deixou os Estados Unidos.
Até o momento, as autoridades não informaram o sexo da pessoa infectada.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Fundador do Facebook, Zuckerberg divulga campanha contra o vírus Zika
O fundador do
Facebook, Mark Zuckerberg, defendeu que os cidadãos de todo o mundo, em
especial da América Latina, auxiliem no combate ao mosquito Aedes aegypti,
transmissor do vírus Zika e também dos vírus da dengue e da chikungunya.
Por meio de um post no
Facebook, Zuckerberg convida os internautas a assistirem ao vídeo de uma
campanha promovida pela própria rede social e pela Associação Brasileira de
Saúde Coletiva (Abrasco).
Brasil e EUA definem agenda contra o vírus Zika
O ministro da
Saúde, Marcelo Castro, e a secretária de Saúde dos Estados Unidos, Sylvia
Burbell, reafirmaram o compromisso dos países no combate ao mosquito Aedes
aegypti em teleconferência na tarde de hoje (2), segundo informou o
Ministério da Saúde.
Castro e
Sylvia vão buscar cooperação para o desenvolvimento de pesquisas para
diagnósticos, vacina e tratamento contra o vírus Zika. Além disso, se
comprometeram em acelerar as investigações em curso sobre as infecções causadas
por arbovírus, relacionados aos casos de microcefalia e de Síndrome de
Guillain-Barré.
Campinas registra caso autóctone de vírus Zika
A cidade de
Campinas, no interior de São Paulo, registrou um caso autóctone de vírus Zika.
Uma pessoa doou sangue no hemocentro da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), mas não apresentava sintomas na época da doação. O doador teria a
presença do vírus em abril do ano passado.
O paciente que
recebeu o sangue contaminado tinha politraumatismo e, segundo a Secretaria
Municipal de Saúde, devido à manifestação laboratorial atípica, a Unicamp
começou a investigar as causas desses sintomas que não estariam relacionados ao
politraumatismo. Ao todo, 18 bolsas de sangue foram investigadas e, em uma
delas, foi encontrado zika vírus.
Zika: 3.700 casos levam Honduras a declarar estado de emergência nacional
O presidente
de Honduras, Juan Orlando Hernández, declarou nessa segunda-feira (1º) estado
de emergência nacional devido à propagação do vírus Zika, que afetou 3.700
pessoas no país desde dezembro.
O estado de
emergência foi decretado na sessão do Conselho de Ministros, dirigido pelo
presidente, informou a ministra adjunta de Estratégia e Comunicação, Hilda
Hernández, em sua conta na rede social Twitter.
A ministra da
Saúde, Yolany Batres, afirmou que o país contabiliza, apenas este ano, 3.649
casos de infecções pelo vírus Zika, os quais se juntam aos 51 registrados em
dezembro último, quando foi detectado o primeiro caso.
Do Conselho de
Ministros também saiu a ordem para ativar o Sistema Nacional de Gestão de
Riscos, para coordenar e reforçar as medidas preventivas diante da propagação
do Zika.
Horas antes, o
Comitê de Emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu que os casos
de microcefalia e de desordens neurológicas surgidas no Brasil constituem
emergência sanitária de alcance internacional.
A OMS
confirmou que até agora foram detectados casos em 25 países e territórios das
Américas.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Zika: OMS discute se declara emergência internacional em saúde pública
O comitê de
emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) para avaliar o risco de
propagação do vírus Zika no mundo terá hoje (1º) sua primeira reunião em
Genebra. O grupo discutirá se a propagação do vírus e sua possível relação com
o aumento de casos de microcefalia constitui emergência em saúde pública de
importância internacional, como aconteceu recentemente com a epidemia de ebola,
detectada na África Ocidental.
Segundo o
Ministério da Saúde, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças
Transmissíveis da pasta, Cláudio Maierovitch, apresentará os dados brasileiros
por videoconferência.
O comitê foi
criado depois que os Estados Unidos emitiram alerta para que gestantes não
viajassem a países onde circula o vírus e que governos aconselharam mulheres a
não engravidar.
O comitê é
formado por profissionais renomados, especialistas na área. Segundo a
professora de direito internacional da Universidade de São Paulo, Deisy
Ventura, o grupo pode se reunir por alguns dias, até definir se defende a
declaração de emergência ou não. A decisão final é da diretoria-geral da OMS e
pode ser mudada, dependendo das novas informações.
Durante sessão
do conselho da organização na semana passada, a diretora-geral da OMS, Margaret
Chan, disse que a situação do vírus no mundo mudou drasticamente e que o Zika,
após ser detectado nas Américas em 2015, se espalha agora de forma explosiva.
Até o momento, segundo ela, 23 países já reportaram casos da doença
A situação é
preocupante, segundo Margaret Chan, por conta de fatores como a ausência de
imunidade entre a população; a falta de vacinas, tratamentos específicos e
testes de diagnóstico rápido; e a possibilidade de disseminação global da
doença, quando considerada a presença do mosquito Aedes aegypti em
diversas partes do planeta. O mosquito é o transmissor do vírus.
Entenda o que é uma situação internacional de emergência em saúde pública
A professora
da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Deisy Ventura,
disse que, para decretar situação de emergência em saúde pública de
importância internacional, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deve considerar
a necessidade de ação coordenada entre os países e analisar se a situação
apresenta risco à saúde global. O assunto começou a ser discutido pela entidade
hoje, em Genebra.
A criação de
um comitê de emergência para avaliar a questão foi decidida depois que o
governo brasileiro levantou a possibilidade de o vírus Zika, transmitido pelo
mosquito Aedes aegypti, ser motivo do aumento de nascimentos de
crianças com microcefalia. A informação mudou o perfil de risco do Zika, de uma
leve ameaça a uma epidemia de proporções alarmantes. A decisão da OMS pode
levar alguns dias.
A organização
poderá fazer recomendações, como por exemplo nos cuidados em viagens, com
bagagens e procedimentos. Além disso, há maior mobilização para a arrecadação
de fundos destinados ao combate ao vírus. “A OMS tem que combater a propagação
internacional da doença, causando o mínimo possível de danos à circulação de
pessoas, de bens e mercadorias”, disse a especialista, que também é professora
de direito internacional.
Para Deisy, a
emergência em saúde pública de importância internacional tem um lado bom e um
ruim. “Quando a OMS usa esse recurso, ela deixa todo mundo em estado de alerta,
então reforça a importância daquela ameaça dentro dos Estados-Membros. Ela
ajuda os ministérios da Saúde a receberem mais peso internamente. Ajuda a
captar recursos internacionais e dá uma orientação para os Estados - o
que se quer é que todos andem no mesmo sentido. Por outro lado, a repercussão
tem impacto sobre o turismo, sobre a compra de produtos, o que é natural quando
o mundo toma conhecimento de uma situação de risco em alguns países”,
acrescentou.
Desde a
reformulação do Regulamento Sanitário Internacional, em 2007, foram decretadas
três situações de emergência de importância internacional. A primeira em 2009,
pelo vírus H1N1, em seguida pelo poli vírus selvagem, em 2014, e a mais
recente, pelo ebola, também em 2014.
Mesmo com a
situação do ebola, vírus transmitido pelos fluidos de pessoa para pessoa e que
mata 80% dos infectados, a OMS recomendou que os países não restringissem a
circulação de pessoas oriundas dos países da África Ocidental, onde havia
epidemia da doença.
Ainda no caso
do ebola, a organização recomendou que os governantes tivessem um sistema de
comunicação eficaz, que estruturassem uma rede nacional de respostas imediatas
e de tratamento. “Às vezes, as recomendações têm dificuldades de implementação
porque não existem sistemas nacionais de saúde estruturados. Foi o grande
problema do ebola. A gente sabe o que tem que fazer com uma crise de ebola, mas
o sistema de saúde desses Estados estava sucateado e foi preciso criar uma
missão das Nações Unidas”, lembrou Deisy.
Segundo a
especialista, no caso do vírus Zika, os países têm mais estrutura do que a
Guiné, Serra Leoa e a Nigéria, os países mais atingidos pelo ebola, e isso
torna a situação um pouco mais favorável. “Nossa capacidade de resposta já é
bem maior”.
Até 2007,
havia um recurso usado para evitar a propagação de doenças específicas, como a
varíola, febre amarela e tifo. Porém, a organização percebeu que há situações
desconhecidas que precisam de ações globais enérgicas. Para tomar a decisão, é
montado um comitê técnico de emergência, formado por pessoas que tenham
conhecimento do assunto, que dará à OMS os subsídios necessários.
Veja avanço do vírus Zika no mundo
Entre 3 e 4
milhões de pessoas devem contrair o vírus Zika em 2016 no continente americano,
sendo que 1,5 milhão desses casos devem ser registrados no Brasil. A estimativa
foi divulgada nesta quinta-feira (28) pela Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas. O cálculo
considera o número de infectados por dengue, doença transmitida pelo mesmo
vetor, o mosquito Aedes aegypti, em 2015, e a falta de imunidade da
população ao vírus.
Pelo menos 22
países e territórios já confirmaram a circulação autóctone do vírus Zika, desde
maio de 2015, segundo a Opas. A maioria está localizado no continente
americano. São eles: Brasil, Barbados, Colômbia, Equador, El Salvador,
Guatemala, Guiana, Guiana Francesa (França), Haiti, Honduras, Martinica
(França), México, Panamá, Paraguai, Porto Rico (EUA), Ilha de São Martinho
(França/Holanda), Suriname, Venezuela, Ilhas Virgens (EUA), Samoa e Cabo Verde.
Além desses países,
o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC, na sigla em inglês)
também aponta casos da doença na Bolívia, em Curaçao, na República Dominicana,
em Guadalupe (França), na Nicarágua, Tailândia, em Fiji, nas Ilhas Maldivas,
Nova Caledônia (França) e nas Ilhas Salomão. O órgão ainda indica que 10 países
da Europa registraram casos importados de Zika: Dinamarca, Finlândia, Alemanha,
Itália, Portugal, Holanda, Espanha, Suécia e Reino Unido.
O Centro de
Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) informou que um morador
do Texas é o primeiro infectado com o vírus Zika no país. O homem havia
visitado a América Latina recentemente.
De acordo com
a diretora da Opas, Carissa F. Etienne, o vírus Zika está se espalhando
rapidamente pelas Américas e pode chegar a todos os países do continente,
exceto o Canadá e o Chile continental, onde o Aedes aegypti, mosquito
transmissor da doença, não está presente.
Ainda não há
dados consolidados e precisos do número de casos da doença nos países que registraram
a ocorrência do vírus. Segundo a diretora, a dificuldade na obtenção de números
confiáveis de casos de infecção pelo vírus Zika se deve a várias razões, como o
fato de o vírus ser detectável somente por alguns dias no sangue das pessoas
infectadas, e dos médicos, assim como os exames laboratoriais, não conseguirem
com facilidade diferenciar os casos de Zika de doenças como dengue e
chikungunya, que têm sintomas semelhantes.
Além disso,
apenas uma em cada quatro pessoas infectadas apresentam os sintomas, o que
significa que somente uma pequena parcela de pessoas procura os serviços de
saúde, prejudicando a contagem dos casos da doença.
Vírus
Zika
Da família Flaviviridae e
do gênero Flavivirus, o vírus Zika provoca uma doença com sintomas muito
semelhantes ao da dengue, febre amarela e chikungunya. De baixa letalidade,
causa febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem
coceira, artralgia (dores nas articulações) e exantema maculo-papular (manchas
ou erupções na pele com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de
cabeça e dor nas costas.
O vírus é
transmitido pela picada dos mosquitos da família Aedes (aegypti,
africanus, apicoargenteus, furcifer, luteocephalus e vitattus). A partir da
picada, a doença tem um período de incubação de aproximadamente quatro dias no
organismo humano até os sintomas começarem a se manifestar, que podem durar até
7 dias.
Como não
existe um medicamento específico contra o vírus, o tratamento atual serve
apenas para aliviar os sintomas. Assim, o uso de paracetamol, sob orientação
médica, é indicado nesses casos.
As medidas de
prevenção e controle da doença são as mesmas adotadas para a dengue, febre
amarela e chikungunya, como eliminar os possíveis criadouros do mosquito,
evitando deixar água acumulada em recipientes como pneus, garrafas, vasos de
plantas e fazer uso de repelentes.
No Brasil, as
autoridades de saúde investigam a relação do Zika com o aumento da ocorrência
de microcefalia, uma anomalia que implica na redução da circunferência craniana
do bebê ao nascer ou nos primeiros anos de vida, entre outras complicações. O
Ministério da Saúde confirma 270 casos de bebês que nasceram com microcefalia
por infecção congênita, que pode ter sido causada por algum agente infeccioso,
inclusive o vírus Zika, e 49 mortes. A pasta ainda investiga outros 3.448 casos
suspeitos de microcefalia no país.
Também
associado ao vírus, os órgãos de saúde de vários países da América do Sul e
Central, incluindo o Brasil, verificaram um crescimento de casos da síndrome de
Guillain-Barré (SGB). A doença neurológica, de origem autoimune, provoca
fraqueza muscular generalizada e, em casos mais graves, pode até paralisar a
musculatura respiratória, impedindo o paciente de respirar, levando-o à morte.
De acordo com
a OMS, o Zika pode causar outras síndromes neurológicas, como meningite,
meningoencefalite e mielite.
* Com
informações da Organização Mundial de Saúde, Organização Pan-Americana da
Saúde, Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças, Centro de Controle e
Prevenção de Doenças dos EUA e do Ministério da Saúde
domingo, 31 de janeiro de 2016
Fiocruz pesquisa formas de transmissão do Zika
Pesquisadores
da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) estudam se a bactéria Wolbachia,
usada no Aedes aegypti para evitar a transmissão da dengue,
impede também a propagação do vírus Zika. De acordo com o pesquisador Luciano
Moreira, que coordena o projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, estudos
internacionais tiveram resultados positivos.
“Tem já
trabalhos publicados na literatura científica. [A bactéria] também reduz a
transmissão do vírus da febre amarela, do vírus Chikungunya. Não está publicado
ainda, mas recentemente colaboradores do programa internacional realizaram
experimento e foi mostrado que o mosquito com Wolbachia também tem
efeito sobre o vírus Zika”, disse o pesquisador.
Desde 2014, os
pesquisadores usam os chamados mosquitos do bem como um meio natural de
controle da dengue. São insetos criados em laboratório, que não têm a
capacidade de transmitir a doença. O pesquisador Luciano Moreira esclarece que
não se trata de modificação genética, mas de uma bactéria que é naturalmente
encontrada em mosquitos e em até 60% dos insetos do mundo inteiro. “Foi
descoberto que, quando colocada no Aedes aegypti, ela bloqueia e reduz
muito a transmissão do vírus da dengue”, explica.
Atualmente o
projeto é testado em Tubiacanga, na Ilha do Governador, zona norte da
capital fluminense e em Jurujuba, Niterói. Moreira afirma que pode demorar
anos para que a tecnologia seja usada em grande escala.
“Ainda é um
projeto de pesquisa, a gente passou por todas as fases de aprovação regulatória
governamental, hoje a gente está no campo em pequena escala. Isso dando certo,
um próximo passo seria a expansão do projeto. A gente já está em conversa com o
ministério [da Saúde], há interesse, mas isso tem que ser muito planejado e
pode levar alguns anos para ter resultado numa área maior”, disse o
pesquisador.
Pernilongo
O departamento
de entomologia da Fiocruz também investiga se o mosquito Culex, conhecido
popularmente como pernilongo ou muriçoca também pode transmitir o vírus Zika. A
coordenadora da pesquisa, Constância Ayres, diz que até agora não há
comprovação da tese, motivada pela rapidez com que ocorreu a propagação do
Zika.
“A primeira
coisa que me chamou a atenção foi a rapidez na transmissão. Na maioria dos
países em que o Zika vírus foi introduzido, ele gerou um número de casos muito
grande em um espaço de tempo muito curto. Então isso já mostra um padrão um
pouco diferente das outras viroses que o Aedes transmite, por exemplo
a dengue. Então isso foi uma das coisas que me levou a investigar a
possibilidade de outros mosquitos estarem envolvidos”, disse Constância.
De acordo com
a pesquisadora, saber qual é o agente transmissor é fundamental, pois os
hábitos do pernilongo e do Aedes são bem distintos. “Infelizmente, os
mosquitos são completamente diferentes. Essas duas espécies têm hábitos
completamente diferentes, enquanto o Aedes se alimenta durante o dia,
o Culex quinquefasciatus se alimenta preferencialmente à noite,
quando a gente está dormindo. Os criadouros também são diferentes.
O Culex tem
preferencialmente criadouros que contém água extremamente poluída, como
esgotos, fossas, canaletas, água rica em matéria orgânica. Já o Aedes
aegypti prefere colocar seus ovos em água parada, em água limpa”.
Ela ressalta,
no entanto, que ainda é cedo para mudanças de estratégia e que as ações devem
continuar voltadas para o controle do Aedes aegypti, comprovadamente vetor
das duas doenças. “A priori é o Aedes aegypti. Então as ações estão
voltadas para o controle do Aedes".
De acordo com
estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 3 milhões e 4
milhões de pessoas do continente Americano devem ser contaminadas com o vírus
Zika em 2016.
sábado, 30 de janeiro de 2016
EUA aumentam monitoramento sobre Zika e apostam no desenvolvimento de vacina
Os Estados
Unidos vão monitorar o avanço do vírus Zika nas Américas e adotar medidas mais
eficazes para contê-lo, disse o porta-voz do Centro de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC ), Benjamin Haynes.
As medidas
anunciadas pelo CDC revelam a importância que o governo norte-americano vem
dando ao problema. Ontem (29), em conversa por telefone, o presidente
Barack Obama e a presidenta Dilma Rousseff decidiram criar um grupo de pesquisa
para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus Zika.
À Agência
Brasil, o porta-voz acrescentou que o monitoramento será acompanhado de ações
para equipar laboratórios de diagnóstico e apoiar programas de controle de
mosquitos, tanto nos Estados Unidos quanto nos países em que se verificam a
presença do mosquito Aedes aegypt. O mosquito é o agente transmissor do
vírus Zika, da dengue e da chikungunya.
A pesquisa
destinada a criar uma vacina contra o vírus Zika, que pode provocar malformação
em recém-nascidos, deverá ser feita com base em uma cooperação já existente
entre o Instituto Butantan e o Instituto Nacional de Saúde (NIH), uma agência
governamental do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos,
com sede em Bethesda, no estado de Maryland.
Reunião
Antes da
conversa com a presidenta Dilma, Obama orientou sua equipe de saúde para
acelerar os esforços nas pesquisas para desenvolver vacinas e tratamentos para
conter o vírus Zika. Em reunião, na terça-feira (26), na Casa Branca, com
integrantes da área de Saúde e Segurança Nacional, Obama determinou que todos
os americanos recebam informações sobre o vírus e as medidas que devem tomar
para se proteger da infecção.
Hoje, existem
31 casos de Zika em 11 estados norte-americanos. O papel do CDC é evitar que
aumentem os casos da doença. Por isso, o órgão faz constantes alertas
destinados, principalmente, a americanos que possam ser infectados em viagens
ao exterior.
Recentemente,
o CDC alertou às mulheres grávidas que residem nos Estados Unidos a evitar que
viajem para 23 países, a maioria na América o Sul e na América Central.
Orientou também às mulheres que pretendem ficar grávidas que avaliem seus
planos de viagem e que, caso resolvam mesmo viajar, se protejam contra os
mosquitos nos lugares de destino.
Apesar de
ressaltar que a epidemia do Zika se espalha muito rapidamente no Brasil e nas
Américas, Benjamin Haynes disse que ainda é cedo para que o órgão publique uma
lista de recomendações para que atletas e turistas se protejam durante o
período das Olimpíadas, no Rio de Janeiro, de 5 a 21 de agosto deste ano.
“Seria imprudente especular prematuramente o conteúdo de recomendações de
cuidados ou proteção com uma antecedência de seis meses”, disse o porta-voz do
CDC.
Haynes disse
que o CDC tem conhecimento do vírus Zika há algum tempo e vem se preparando
para sua chegada aos Estados Unidos. Laboratórios em muitos países já foram
treinados para realizar testes para detectar a dengue e a febre chikungunya.
“Essa especialização dos laboratórios agora será destinada para testes com o
Zika”, acrescentou.
Por telefone, Dilma e Obama acertam parceria para vacina contra o vírus Zika
A presidenta
Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiram criar
um grupo de alto nível para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus
Zika. Os dois conversaram hoje (29), por telefone, e concordaram em unir
esforços para produzir a vacina e produtos terapêuticos contra o vírus. O Zika
está relacionado à ocorrência de microcefalia em recém-nascidos.
A base das
pesquisas será a cooperação já existente entre o Instituto Butantan e o National
Institute of Health (NIH), que já estudam uma vacina contra a dengue,
também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Durante a
ligação, Dilma e Obama determinaram que o ministro da Saúde brasileiro, Marcelo
Castro, e o Departamento de Saúde dos Estados Unidos mantenham contato a fim de
aprofundar a cooperação bilateral na área.
Nesta semana,
o governo federal intensificou as ações de mobilização para eliminar
criadouros do Aedes aegypti. Outro vírus transmitido pelo mosquito, o
chikungunya, provocou a morte de uma pessoa no Recife. Danielle Santana,
de 17 anos, teve miosite aguda, associada ao vírus.
Itália desaconselha viagens a países afetados pelo Zika
O Ministério
da Saúde da Itália desaconselhou grávidas ou mulheres pensando em ter um filho
a visitarem os países mais afetados pelo vírus Zika. O comunicado da pasta não
menciona o nome de nenhuma nação, apenas fala em “adiar viagens não essenciais
para essas áreas”.
O governo
recomendou também a mesma precaução para indivíduos afetados por doenças no
sistema imunológico ou com graves patologias crônicas. “Ainda que a OMS
[Organização Mundial da Saúde], até o momento, não recomende a aplicação de
restrições de viagens ou movimentos internacionais às áreas ligadas à
transmissão do vírus zika, é oportuno, com base em um princípio de extrema
precaução, pedir a todos os viajantes que adotem medidas de proteção individual
para prevenir picadas de mosquito”, diz o aviso do Ministério da Saúde.
Além disso, nos próximos dias, serão colocados em portos e aeroportos painéis informativos sobre a doença pedindo para os turistas que retornarem à Itália ficarem atentos a sintomas como febre, dores musculares e nas articulações, erupções cutâneas e conjuntivite.
Venezuela tem 255 casos de síndrome neurológica relacionada ao Zika
As autoridades
venezuelanas registraram 255 casos da síndrome neurológica de Guillain-Barré,
relacionada com o vírus Zika e que em alguns casos pode causar paralisia ou
debilidade muscular, segundo a ministra da Saúde da Venezuela, Luisana Melo.
“Ontem,
tínhamos registros de 255 doentes com a síndrome de Guillain-Barré e, de entre
eles, há 55 que estão na unidade de cuidados intensivos”, disse a ministra em
entrevista à televisão estatal VTV.
Até agora,
foram contabilizados na Venezuela 4.500 casos suspeitos do vírus Zika, de
acordo com a governante, que descartou a ocorrência de casos de microcefalia em
bebés associados ao vírus, que se propagou por 24 países americanos e do
Caribe.
No entanto,
Luisana Melo assinalou que aquele número não corresponde ao total de casos, uma
vez que, segundo cálculos das autoridades, três em cada quatro pessoas com o
vírus é assintomática, pelo que o número de casos pode ser muito superior.
Ainda de
acordo com a ministra, foi concebido “um plano de abordagem com atividades de
promoção e prevenção” relativas à doença para implantar em todo o país. Serão
usados de cerca de 70.000 litros de inseticida em pulverizações.
O vírus Zika
provoca uma doença caracterizada por um surto de erupções cutâneas que podem
ser acompanhados de febre, artrite, conjuntivite, dores musculares e dores de
cabeça, entre outros sintomas.
Nos últimos
meses, o vírus espalhou-se velozmente pelo continente americano que, segundo
estimativas da Organização Pan-Americana de Saúde, pode chegar 3 milhões a 4
milhões de casos da doença no espaço de um ano.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Dilma discute com governadores ações de combate ao Aedes aegypti
A presidenta
Dilma Rousseff está reunida neste momento com os governadores dos estados de
Pernambuco, Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, por meio de
videoconferência, para tratar de medidas de combate ao mosquito Aedes
aegypti.
Dilma está
acompanhada de sete ministros, entre eles, da Saúde, Marcelo Castro, da
Integração Nacional, Gilberto Occhi e da Defesa, Aldo Rebelo, na Sala Nacional
de Coordenação e Controle para Enfrentamento da dengue, chikungunya e vírus
Zika.
Dia
de mobilização
Hoje, o
governo federal promove um dia de mobilização para eliminar possíveis criadores
do Aedes aegypti, mosquito que transmite dengue, chikungunya e zika – que
pode causar microcefalia em crianças.
Mais cedo, o
ministro da Saúde afirmou que o Brasil está diante de uma epidemia que chama a
atenção do mundo, ao se referir ao avanço do vírus Zika no país. A declaração
foi feita um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocar um comitê
de emergência para tratar do assunto.
O continente
americano deve ter entre 3 milhões e 4 milhões de casos de zika em 2016. A
estimativa, divulgada ontem (28), é da Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas), braço da OMS.
Boletim
divulgado na quarta-feira (27) pelo Ministério da Saúde confirma que 270
crianças nasceram com microcefalia por infecção congênita, mas não
necessariamente causada pelo vírus Zika. A pasta ainda investiga 3.448 casos
suspeitos de microcefalia.
A Região
Nordeste concentra 86% dos casos notificados. Pernambuco continua com o maior
número de casos em investigação (1.125), seguido da Paraíba (497), Bahia (471),
do Ceará (218), de Sergipe (172), Alagoas (158), do Rio Grande do Norte (133),
Rio de Janeiro (122) e Maranhão (119).
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Sobre o Blog
Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.
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