Os Estados
Unidos vão monitorar o avanço do vírus Zika nas Américas e adotar medidas mais
eficazes para contê-lo, disse o porta-voz do Centro de Controle e Prevenção de
Doenças (CDC ), Benjamin Haynes.
As medidas
anunciadas pelo CDC revelam a importância que o governo norte-americano vem
dando ao problema. Ontem (29), em conversa por telefone, o presidente
Barack Obama e a presidenta Dilma Rousseff decidiram criar um grupo de pesquisa
para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus Zika.
À Agência
Brasil, o porta-voz acrescentou que o monitoramento será acompanhado de ações
para equipar laboratórios de diagnóstico e apoiar programas de controle de
mosquitos, tanto nos Estados Unidos quanto nos países em que se verificam a
presença do mosquito Aedes aegypt. O mosquito é o agente transmissor do
vírus Zika, da dengue e da chikungunya.
A pesquisa
destinada a criar uma vacina contra o vírus Zika, que pode provocar malformação
em recém-nascidos, deverá ser feita com base em uma cooperação já existente
entre o Instituto Butantan e o Instituto Nacional de Saúde (NIH), uma agência
governamental do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos,
com sede em Bethesda, no estado de Maryland.
Reunião
Antes da
conversa com a presidenta Dilma, Obama orientou sua equipe de saúde para
acelerar os esforços nas pesquisas para desenvolver vacinas e tratamentos para
conter o vírus Zika. Em reunião, na terça-feira (26), na Casa Branca, com
integrantes da área de Saúde e Segurança Nacional, Obama determinou que todos
os americanos recebam informações sobre o vírus e as medidas que devem tomar
para se proteger da infecção.
Hoje, existem
31 casos de Zika em 11 estados norte-americanos. O papel do CDC é evitar que
aumentem os casos da doença. Por isso, o órgão faz constantes alertas
destinados, principalmente, a americanos que possam ser infectados em viagens
ao exterior.
Recentemente,
o CDC alertou às mulheres grávidas que residem nos Estados Unidos a evitar que
viajem para 23 países, a maioria na América o Sul e na América Central.
Orientou também às mulheres que pretendem ficar grávidas que avaliem seus
planos de viagem e que, caso resolvam mesmo viajar, se protejam contra os
mosquitos nos lugares de destino.
Apesar de
ressaltar que a epidemia do Zika se espalha muito rapidamente no Brasil e nas
Américas, Benjamin Haynes disse que ainda é cedo para que o órgão publique uma
lista de recomendações para que atletas e turistas se protejam durante o
período das Olimpíadas, no Rio de Janeiro, de 5 a 21 de agosto deste ano.
“Seria imprudente especular prematuramente o conteúdo de recomendações de
cuidados ou proteção com uma antecedência de seis meses”, disse o porta-voz do
CDC.
Haynes disse
que o CDC tem conhecimento do vírus Zika há algum tempo e vem se preparando
para sua chegada aos Estados Unidos. Laboratórios em muitos países já foram
treinados para realizar testes para detectar a dengue e a febre chikungunya.
“Essa especialização dos laboratórios agora será destinada para testes com o
Zika”, acrescentou.
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