Duelo, cotado para ser um
dos melhores do ano, levantou a arena em Brisbane, na Austrália. Resultado
agrada aos dois lutadores
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Antônio Pezão e Mark Hunt travaram uma batalha histórica em Brisbane, na Austrália (Foto: Getty Images) |
Blog Dag Vulpi - Os versos
"Eu sou guerreiro / sou trabalhador" da música "Lado B Lado
A", do Rappa, que embalaram a entrada do paraibano Antônio
Pezão no octógono em Brisbane, na Austrália, podem resumir a sua
atuação de diante do neozelandês Mark Hunt na
madrugada deste sábado. Diante de um adversário fortíssimo e de momentos em que
a maioria dos atletas desistiria, o brasileiro resistiu e protagonizou uma das
maiores lutas da história dos pesos-pesados no MMA. O resultado de empate
majoritário (48-47 para Hunt e um duplo 47-47) fez justiça aos dois atletas,
que não mereciam deixar o octógono derrotados. Ambos tiveram os braços
levantados pelo árbitro, e não mostraram nenhum sinal de descontentamento. Pelo
contrário. Aplaudiram a decisão.
- Que luta!
Agradeço a Deus por tudo e aos fãs pelo apoio - disse Hunt, que retirou-se
rapidamente com o filho nos braços.
Antônio Pezão
falou um pouco mais, e foi aplaudido por todos os presentes.
- Quero
agradecer a todos na Austrália. Isso aqui é um paraíso. Mark é um guerreiro. Há
duas semanas eu lesionei as costas, mas vim aqui para lutar por vocês. Agradeço
à minha família e a todos no Brasil.
A
luta
O primeiro
round começou com os dois lutadores mantendo a distância, e Pezão aplicando
dois pisões laterais e um chute baixo logo de início. Hunt contra-atacou
buscando um cruzado de direita próximo à grade. O brasileiro desviou-se e
perdeu o equilíbrio, mas levantou-se rapidamente. O brasileiro encurtou a
distância e aplicou um duro golpe que derrubou o neozelandês. Ele, no entanto,
recuperou-se rapidamente e voltou a mantre a distância do paraibano. Consciente
e usando sua estratégia com perfeição, Pezão mantinha Hunt à distância com
chutes e buscava golpes fortes, principalmente de direita. O neozelandês se
valia apenas de socos isolados.
No segundo
round Pezão começou buscando um chute alto aproveitando sua vantagem de altura.
No contra-golpe, Hunt buscou os diretos de direita, mas a movimentação do
brasileiro evitava que ele se tornasse um alvo fácil para o rival. Pezão também
tentou um chute alto rodado, do qual o neozelandês desviou-se com facilidade.
Na sequência, os dois buscaram golpes fortes, e Hunt acertou uma combinação de
jab e direto no rosto do brasileiro, que sentiu, mas respondeu com um chute
baixo. A luta diminuiu de ritmo, mas Pezão conseguiu acertar um forte chute no
otrnozelo esquerdo de Hunt, que sentiu claramente e passou a mancar até o fim
do round.
Os lutadores
voltaram para o segundo round com estratégias diferentes. Pezão se mantinha
aplicando chutes e buscando magoar a perna esquerda do neozelandês. Já Hunt
buscava encurtar a distância e levar a luta para a grade ou para o chão,
provavelmente para tentar proteger a perna esquerda. O brasileiro tentava se
afastar e aplicar golpes, mas Hunt acertou um belo direto de direita que
derrubou Pezão. No chão, Hunt buscava dar sequência aos golpes e o brasileiro
tentava ganhar tempo e se proteger de novos socos. Em inferioridade no round,
Pezão apenas se defendeu das cotoveladas e socos do neozelandês até o fim do
período.
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Mark Hunt reagiu no fim da luta e criou sérios problemas para Antônio Pezão (Foto: Getty Images) |
O quarto round
trouxe os lutadores mostrando algum cansaço, e Pezão parecia ainda abalado pelo
castigo sofrido no round anterior. O brasileiro tentou levar a luta para o
chão, mas Hunt defendeu e derrubou o paraibano, ficando por cima e tentando
repetir o castigo do fim do terceiro round. A partir da segunda metade do
round, a luta ficou espetacular, com golpes trocados de parte a parte, com
vantagem para Pezão, que montou e passou a massacrar Mark Hunt até o fim do
período. O "Super Samoano" mostrou coração e resistiu ao castigo
bravamente.
No quinto e
último round, após um abraço respeitoso no meio do octógono sob aplausos dos
fãs, os dois lutadores mostravam cansaço, mas demonstravam um coração
extraordinário. Trocando golpes duríssimos, os dois buscavam um nocaute que
encerrasse a luta o quanto antes. Hunt usava os cotovelos, e o supercílio do
brasileiro abriu e passou a sangrar muito, a ponto do árbitro Steve Perceval
interromper o combate para que o médico analisasse o ferimento. Na volta à
luta, Pezão conseguiu pressionar o neozelandês na grade, mas Hunt novamente
aplicou golpes duros. Apenas no coração, o brasileiro se mantinha no combate
resistindo ao castigo até o fim. Ao soar do fim da luta, os dois se abraçaram e
foram aplaudidos de pé por toda a arena, inclusive por Bruce Buffer.
Do G1Esportes