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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Acordo de demissão de William Waack custou 3,5 milhões à Globo



O jornalista rompeu com a emissora em dezembro do ano passado.

A polêmica demissão de William Waack na Globo ainda desperta curiosidade no público, ansioso por saber detalhes do rompimento. Em recentes entrevistas, o jornalista não quis se aprofundar sobre o assunto, mas evidenciou um acordo entre ele e a emissora. De acordo com informações do colunista Ricardo Feltrin, a negociação custou cerca de 3,5 milhões só de indenização a Waack.

O jornalista foi demitido depois do vazamento de um vídeo em que ele aparecia, em tom de brincadeira, proferindo ofensas racistas a um funcionário.

Ainda segundo o UOL, o acordo entre as partes envolveu um documento assinado para que nem Waack, nem a Globo voltassem a questionar o assunto nas esferas jurídicas do Trabalho ou Cível.

William Waack foi demitido em dezembro do ano passado

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Dilma: governo não fará reforma ministerial antes da votação do impeachment


Mais uma vez o apresentador jornalístico da Globo, senhor William Waack,  erra ao tentar induzir o seu público a acreditar que a presidente da Republica  iria barganhar cargos públicos, mais precisamente ministérios, em troca de votos na votação do impeachment.

O apresentador que ancora o programa por detrás de uma bela mesa de vidro, sentado numa confortável cadeira, fez questão de levantar-se no momento em que convidou o jornalista Heraldo Pereira para trazer as noticias que foram destaque em Brasília. Com um ar debochado e uma frase feita. “Heraldo, parece que a presidente não está medindo esforços para se manter no poder. É isso?” Foi dessa forma que ele “vendeu” a falsa noticia de que a presidente Dilma estaria trocando cargos por votos.

Indo na contramão do que afirmara o global, a presidenta Dilma Rousseff disse hoje (5) que o Palácio do Planalto não pretende fazer qualquer reestruturação ministerial antes do processo de votação do impeachment na Câmara dos Deputados. “Nós não iremos mexer em nada atualmente. O governo não está avaliando nenhuma mudança hoje”, afirmou, após conhecer, na Base Aérea de Brasília, a aeronave KC-390, novo avião cargueiro projetado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Perguntada se considera como precipitada a saída do PMDB do governo, Dilma respondeu que não avalia “ação de partido nenhum”, sequer a de sua legenda, o PT. “Eu não faço avaliações sobre ações partidárias, porque isso não é algo adequado para uma presidenta da República fazer”.

No final de março, o PMDB, que era o principal partido da base aliada, decidiu deixar de apoiar o governo. O partido ocupa atualmente seis ministérios no governo Dilma.

Sobre a sugestão do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) de antecipar as eleições presidenciais para outubro, Dilma afirmou que é uma proposta. “Não rechaço nem aceito. É uma proposta. Convence a Câmara e o Senado a abrir mão de seus mandatos?”, disse, em referência aos mandatos dos parlamentares.

Defesa na Câmara
Em relação à defesa do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, apresentada ontem (4), na Comissão do Impeachment da Câmara, Dilma afirmou concordar “integralmente” com os argumentos. “Acho lamentável essa questão em relação aos decretos [suplementares] assim como as chamadas pedaladas fiscais. Acho que qualquer tentativa de transformar isso em tentativa de impeachment é golpe. É golpe porque não tem base legal”, reiterou.

Instabilidade política
A presidenta voltou a dizer que sem estabilidade política fica muito difícil conseguir a recuperação da economia e a geração de empregos. Segundo Dilma, a oposição tem criado instabilidade desde que assumiu o segundo mandato com as pautas-bomba. “Tem uma [pauta-bomba] transitando no Congresso. É uma pauta-bomba de hidrogênio, porque ela tem um impacto de R$ 300 bilhões ao transformar os juros das dívidas dos estados em juros simples. Quem é aqui que consegue um empréstimo com juros simples? Nenhum de vocês”, afirmou aos jornalistas.

“É público e notório no Brasil que tem um pessoal que torce para o quanto pior melhor. Pior para a população e melhor para eles que querem encurtar o caminho do poder. Nenhum governo conseguirá governar o Brasil se não tiver um pacto pelo diálogo, pela estabilidade política”, destacou, encerrando a entrevista dizendo que o governo está “inteiramente disposto a abrir o diálogo”.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Demitido após 18 anos na Globo News, Sidney Rezende critica jornalismo feito por colegas


Trechos da última coluna que Sidney publicou em seu blog: "Há uma má vontade dos colegas que se especializaram em política e economia. A obsessão em ver no Governo o demônio, a materialização do mal, ou o porto da incompetência, está sufocando a sociedade e engessando o setor produtivo. (...) O Governo acumula trapalhadas e elas precisam ser noticiadas na dimensão precisa. Da mesma forma que os acertos também devem ser publicados. E não são. Eles são escondidos. (...) Uma trupe de jornalistas parece tão certa de que o impedimento da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível para a redenção nacional que se esquece do nosso dever principal, que é noticiar o fato, perseguir a verdade." Leia na íntegra:

Nas últimas duas décadas, Sidney Rezende construiu uma carreira respeitada no Rio de Janeiro. Dedicado como poucos à profissão, conquistou espaços importantes em rádio, com sua atuação constante na CBN; na TV, onde era um dos âncoras mais destacados da Globo News, além de apresentador de telejornais da TV Globo; e, também, na Internet, onde foi um dos desbravadores do potencial oferecido pelo web jornalismo

Mas tudo isso não foi suficiente para mantê-lo na emissora onde estava há quase 20 anos.

Leia também: New York Times diz que a Globo é a TV que ilude o Brasil

Em reportagem publicada no Diário do Centro do Mundo, o articulista Kiko Nogueira escreveu uma introdução, antes de mostrar aos leitores a bombástica coluna de Sidney:

"Chega de notícias ruins": a sinceridade da última coluna de um apresentador da Globo 

É certo que a Globo News está realizando o que se chama eufemisticamente de "reestruturação" - aka, demitindo. No mês passado, foi o apresentador Eduardo Grillo, que trabalhava no canal desde o início, em 1996.

Agora chegou a vez de Sidney Rezende, que integrava o estafe há 18 anos. "Ao dar a notícia de que o contrato não seria renovado, Ali Kamel, diretor de jornalismo e esporte, fez questão de enaltecer para Sidney Rezende a sua qualidade profissional e o excelente desempenho dele nos muitos anos que trabalhou para a TV Globo", diz um comunicado oficial publicado no dia 13 (sexta).

Também é certo que a última coluna que Rezende escreveu em seu blog, datada de 12 de novembro, é intitulada "Chega de Notícias Ruins". Poderia ser endereçada a praticamente todo o time de articulistas da Globo.

Ei-la:

Em todos os lugares que compareço para realizar minhas palestras, eu sou questionado: "Por que vocês da imprensa só dão 'notícia ruim'?"

O questionamento por si só, tantas vezes repetido, e em lugares tão diferentes no território nacional, já deveria ser motivo de profunda reflexão por nossa categoria. Não serve a resposta padrão de que "é o que temos para hoje". Não é verdade. Há cinismo no jornalismo, também. Embora achemos que isto só exista na profissão dos outros.

Os médicos se acham deuses. Nós temos certeza!

Há uma má vontade dos colegas que se especializaram em política e economia. A obsessão em ver no Governo o demônio, a materialização do mal, ou o porto da incompetência, está sufocando a sociedade e engessando o setor produtivo.

O "ministro" Delfim Netto, um dos mais bem humorados frasistas do Brasil, disse há poucas semanas que todos estamos tão focados em sermos "líquidos" que acabaremos "morrendo afogados". Ele está certo.

Outro dia, Delfim estava com o braço na tipoia e eu perguntei: "o que houve?". Ele respondeu: "está cada vez mais difícil defender o governo".

Uma trupe de jornalistas parece tão certa de que o impedimento da presidente Dilma Rousseff é o único caminho possível para a redenção nacional que se esquece do nosso dever principal, que é noticiar o fato, perseguir a verdade, ser fiel ao ocorrido e refletir sobre o real e não sobre o que pode vir a ser o nosso desejo interior. Essa turma tem suas neuroses loucas e querem nos enlouquecer também.

O Governo acumula trapalhadas e elas precisam ser noticiadas na dimensão precisa. Da mesma forma que os acertos também devem ser publicados. E não são. Eles são escondidos. Para nós, jornalistas, não nos cabe juízo de valor do que seria o certo no cumprimento do dever.

Se pesquisarmos a quantidade de boçalidades escritas por jornalistas e "soluções" que quando adotadas deram errado daria para construir um monumento maior do que as pirâmides do Egito. Nós erramos. E não é pouco. Erramos muito.

Reconheço a importância dos comentaristas. Tudo bem que escrevam e digam o que pensam. Mas nem por isso devem cultivar a "má vontade" e o "ódio" como princípio do seu trabalho. Tem um grupo grande que, para ser aceito, simplesmente se inscreve na "igrejinha", ganha carteirinha da banda de música e passa a rezar na mesma cartilha. Todos iguaizinhos.

Certa vez, um homem público disse sobre a imprensa: "será que não tem uma noticiazinha de nada que seja boa? Será que ninguém neste país fez nada de bom hoje?". Se depender da imprensa brasileira, está muito difícil achar algo positivo. A má vontade reina na pátria.

É hora de mudar. O povo já percebeu que esta "nossa vibe" é só nossa e das forças que ganham dinheiro e querem mais poder no Brasil. Não temos compromisso com o governo anterior, com este e nem com o próximo. Temos responsabilidade diante da nação.

Nós devemos defender princípios permanentes e não transitórios.

Para não perder viagem: por que a gente não dá também notícias boas?

Taí uma boa pergunta, cuja resposta Rezende sabe.

New York Times diz que a Globo é a TV que ilude o Brasil


Um artigo publicado no jornal New York Times, e reproduzido por aqui no site UOL, é de causar constrangimento a todo brasileiro mais crítico. Nele, Vanessa Bárbara revela com contundente precisão o quanto a TV Globo historicamente interfere no cotidiano de um país que figura entre os de mais baixa qualificação de ensino do planeta. Lembrar que William Bonner comparou o telespectador médio de TV do país com Homer Simpson chega a ser obrigatório.

Gigante da mídia cativa os telespectadores com novelas vazias e comentários ineptos no noticiário.

Vanessa Barbara, no International New York Times, via UOL em São Paulo

No ano passado, a revista "The Economist" publicou um artigo sobre a Rede Globo, a maior emissora do Brasil. Ela relatou que "91 milhões de pessoas, pouco menos da metade da população, a assistem todo dia: o tipo de audiência que, nos Estados Unidos, só se tem uma vez por ano, e apenas para a emissora detentora dos direitos naquele ano de transmitir a partida do Super Bowl, a final do futebol americano".

Esse número pode parecer exagerado, mas basta andar por uma quadra para que pareça conservador. Em todo lugar aonde vou há um televisor ligado, geralmente na Globo, e todo mundo a está assistindo hipnoticamente.

Sem causar surpresa, um estudo de 2011 apoiado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que o percentual de lares com um aparelho de televisão em 2011 (96,9) era maior do que o percentual de lares com um refrigerador (95,8) e que 64% tinham mais de um televisor. Outros pesquisadores relataram que os brasileiros assistem em média quatro horas e 31 minutos de TV por dia útil, e quatro horas e 14 minutos nos fins de semana; 73% assistem TV todo dia e apenas 4% nunca assistem televisão regularmente (eu sou uma destes últimos).

Entre eles, a Globo é ubíqua. Apesar de sua audiência estar em declínio há décadas, sua fatia ainda é de cerca de 34%. Sua concorrente mais próxima, a Record, tem 15%.

Assim, o que essa presença onipenetrante significa? Em um país onde a educação deixa a desejar (a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico classificou o Brasil recentemente em 60º lugar entre 76 países em desempenho médio nos testes internacionais de avaliação de estudantes), implica que um conjunto de valores e pontos de vista sociais é amplamente compartilhado. Além disso, por ser a maior empresa de mídia da América Latina, a Globo pode exercer influência considerável sobre nossa política.
Um exemplo: há dois anos, em um leve pedido de desculpas, o grupo Globo confessou ter apoiado a ditadura militar do Brasil entre 1964 e 1985. "À luz da História, contudo", o grupo disse, "não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original".

Com esses riscos em mente, e em nome do bom jornalismo, eu assisti a um dia inteiro de programação da Globo em uma terça-feira recente, para ver o que podia aprender sobre os valores e ideias que ela promove.

A primeira coisa que a maioria das pessoas assiste toda manhã é o noticiário local, depois o noticiário nacional. A partir desses, é possível inferir que não há nada mais importante na vida do que o clima e o trânsito. O fato de nossa presidente, Dilma Rousseff, enfrentar um sério risco de impeachment e que seu principal oponente político, Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, está sendo investigado por receber propina, recebe menos tempo no ar do que os detalhes dos congestionamentos. Esses boletins são atualizados pelo menos seis vezes por dia, com os âncoras conversando amigavelmente, como tias velhas na hora do chá, sobre o calor ou a chuva.

A partir dos talk shows matinais e outros programas, eu aprendi que o segredo da vida é ser famoso, rico, vagamente religioso e "do bem". Todo mundo no ar ama todo mundo e sorri o tempo todo. Histórias maravilhosas foram contadas de pessoas com deficiência que tiveram a força de vontade para serem bem-sucedidas em seus empregos. Especialistas e celebridades discutiam isso e outros assuntos com notável superficialidade.

Eu decidi pular os programas da tarde -a maioria reprises de novelas e filmes de Hollywood- e ir direto ao noticiário do horário nobre.

Há dez anos, um âncora da Globo, William Bonner, comparou o telespectador médio do noticiário "Jornal Nacional" a Homer Simpson -incapaz de entender notícias complexas. Pelo que vi, esse padrão ainda se aplica. Um segmento sobre a escassez de água em São Paulo, por exemplo, foi destacado por um repórter, presente no jardim zoológico local, que disse ironicamente "É possível ver a expressão preocupada do leão com a crise da água".

Leia também: JN omite notícias importantes enquanto audiência despenca

Assistir à Globo significa se acostumar a chavões e fórmulas cansadas: muitos textos de notícias incluem pequenos trocadilhos no final ou uma futilidade dita por um transeunte. "Dunga disse que gosta de sorrir", disse um repórter sobre o técnico da seleção brasileira. Com frequência, alguns poucos segundos são dedicados a notícias perturbadoras, como a revelação de que São Paulo manteria dados operacionais sobre a gestão de águas do Estado em segredo por 25 anos, enquanto minutos inteiros são gastos em assuntos como "o resgate de um homem que se afogava causa espanto e surpresa em uma pequena cidade".

O restante da noite foi preenchido com novelas, a partir das quais se pode aprender que as mulheres sempre usam maquiagem pesada, brincos enormes, unhas esmaltadas, saias justas, salto alto e cabelo liso. (Com base nisso, acho que não sou uma mulher.) As personagens femininas são boas ou ruins, mas unanimemente magras. Elas lutam umas com as outras pelos homens. Seu propósito supremo na vida é vestir um vestido de noiva, dar à luz a um bebê loiro ou aparecer na televisão, ou todas as opções anteriores. Pessoas normais têm mordomos em suas casas, que são visitadas por encanadores atraentes que seduzem donas de casa entediadas.

Duas das três atuais novelas falam sobre favelas, mas há pouca semelhança com a realidade. Politicamente, elas têm uma inclinação conservadora. "A Regra do Jogo", por exemplo, tem um personagem que, em um episódio, alega ser um advogado de direitos humanos que trabalha para a Anistia Internacional visando contrabandear para dentro dos presídios materiais para fabricação de bombas para os presos. A organização de defesa se queixou publicamente disso, acusando a Globo de tentar difamar os trabalhadores de direitos humanos por todo o Brasil.

Apesar do nível técnico elevado da produção, as novelas foram dolorosas de assistir, com suas altas doses de preconceito, melodrama, diálogo ruim e clichês.

Mas elas tiveram seu efeito. Ao final do dia, eu me senti menos preocupada com a crise da água ou com a possibilidade de outro golpe militar -assim como o leão apático e as mulheres vazias das novelas.


* Vanessa Barbara é uma colunista do jornal "O Estado de São Paulo" e editora do site literário "A Hortaliça".

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

JN omite notícias importantes enquanto audiência despenca

O Jornal Nacional há muito deixou de ter a representatividade política e econômica de outros tempos. Foi-se o tempo em que seu diretor derrubava ou promovia ministros. Aumentava ou reduzia preços. Mais distante no tempo ainda vai o período em que o JN elegia presidentes ou governadores. Atualmente, com sua audiência na casa dos 23 pontos, muitas vezes inferior ao número de telespectadores ligados na concorrência, o JN virou uma espécie de conversor de crentes. Ou seja: seu público é basicamente o mesmo que compra o discurso de que tudo vai mal no país do PT e só o impeachment da presidenta Dilma poderá nos salvar. Mas será que ele fala a verdade?

Nada como o preto no branco. Que a Economia do Brasil já não é a mesma de outros períodos, todos nós sabemos. Há uma crise internacional que tem quebrado a banca da Europa à China, passando com desenvoltura por aqui. Mas os sinais de recuperação, mesmo os mais sutis, existem. E não devem (ou não deveriam) ser omitidos do grande público sob nenhuma hipótese. Afinal, a mentira (ou sua prima irmã, a omissão) só dura até a esquina. Além disso, a informação é um bem, um direito, a que todo povo deve ter acesso. Repare o que fez o principal noticiário da Rede Globo:

O jornal apresentado por William Bonner nesta terça-feira (03/Nov 2015) não deu a notícia de que o dólar recuou e fechou a 3,77 - depois de passar meses na casa dos R$ 4 e quebrar muitos importadores. Também omitiu que a Bolsa de Valores teve alta de quase 3% - uma marca há muito distante neste cenário. Pior, nossa mais importante empresa, hoje no centro de denúncias de corrupção, a Petrobras, já respira sem aparelhos. Suas ações tiveram 10% de alta.

Em outras palavras as notícias escondidas por Bonner (ou através dele) representam geração de empregos, garantia dos postos de trabalho que ainda restam na nossa maior empresa e possibilidade de investimento no setor de serviços.

Por que omitir do brasileiro que seu país não vive o pior dos mundos? Por que William Bonner, ou quem manda nele, quer nos fazer acreditar que ainda vivemos nos anos 80/90 quando o brasileiro era refém de um jornalismo torto, descompromissado com a verdade e defensor de um modelo político que nos colocou entre os mais perversos países no campo do amparo social? 

A baixa audiência do JN se justifica a cada dia. Não há verdade que se esconda nestes tempos de Internet. Iniciativas independentes no campo do jornalismo acabam por denunciá-lo, todos os dias, como um aparelho de Comunicação viciado, arcaico e muitas vezes mal intencionado. E quando o denunciamos, acredito, não o fazemos com este propósito. Não é nosso objetivo desmascarar a má fé. Mas o fazemos quando optamos por apresentar o verdadeiro jornalismo. E é o que fazemos agora.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

A presidente Dilma mantem a indiferença apesar da eminência do golpe

Por Laerte Braga* no Facebook

Há um golpe em marcha. Prospera dia a dia e conta com a inércia da presidente Dilma Roussef.

As concessões que vem fazendo de forma irresponsável às forças mais retrógradas do País. Parece não perceber que está sendo empurrada a um abismo e nesse abismo despencam os trabalhadores brasileiros. Não são fatos isolados a operação Lava a Jato, a determinação do ministro Gilmar Mendes de reabrir as investigações sobre as contas do governador de Minas, Fernando Pimentel (terra da quadrilha de Aécio), o silêncio sobre o inquérito dos Zelotes, os escândalos do metrô em São Paulo, processos que correm no País inteiro contra tucanos (caso de Yeda Crusius no Rio Grande do Sul), as ações de Eduardo Cunha e seus sequazes na Câmara dos Deputados, as idas e vindas de Renan Calheiros em troca de impunidade nos processos a que responde, o comportamento da mídia de mercado, sobretudo a GLOBO, VEJA e FOLHA DE SÃO PAULO.

A pesquisa divulgada no último fim de semana, real ou não, tem um objetivo golpista claro, todo um processo que visa interromper o curso democrático.

Pre sal e BRICS são os motivos principais, lógico a PETROBRAS, o golpe vem de fora para dentro.

O juiz Sérgio Moro não resistiria a uma simples investigação sobre sua conduta. É peça chave nesse golpismo e a prisão dos diretores da ODEBRECHT e da ANDRADE GUTIERREZ é um passo e tanto na direção do golpe. A ODEBRECHT é hoje uma das grandes empreiteiras mundiais e tem afetado negócios de empreiteiras norte-americanas, dentro do próprio território dos EUA, onde tem obras.

O Brasil é peça chave dentro da América do Sul. A aparente palhaçada de Aécio e outros senadores na Venezuela é parte dessa orquestra golpista, envolve FHC.

O efeito dominó de uma derrubada de Dilma, ou de sua total imobilização, é devastador. Afeta e desequilibra países que lutam por sua real independência em toda essa parte do mundo.

O porto Muriel em Cuba é outra problema. Norte-americanos não aceitam a primazia do País nas relações com o governo de Raul Castro. Não toleram os avanços da Rússia e da China na América Latina. As elites brasileiras são tacanhas e subordinadas a esses interesses. Tucanos e afins são agentes desse golpismo.

Boa parte da Polícia Federal não digere a perda de gratificações que eram pagas pelo FBI na farsa da política de combate ao tráfico (Aécio e Perrela estão soltos) e é aparelhada pela extrema direita, pelo tucanato.

O que fazer? Dilma não tem como se reconstruir. Está perdida, fraca, submissa e encurralada a despeito de frequentar casamentos e que tais. Vai aos EUA assinar a capitulação. O PT tem que entender que é preciso ir às ruas, retomar sua história de formação e luta e não se prender a defesas histéricas de um governo que acabou sem começar. Lula já percebeu isso é um alvo. Não querem correr riscos que volte em 2018. Cesar Benjamin em 2002, numa palestra, previu que o século XXI seria o da recolonização. Sua previsão está se confirmando. E pior, do fim da democracia em seu sentido lato senso. Ou acordamos e a luta é de resistência, ou vamos para o brejo.

Que Dilma não caia como Jango, afirmação de um amigo dos velhos tempos. Que tenha um impulso de coragem dos seus velhos tempos e resista. Os tempos Dilma de hoje são trágicos.

*Laerte Braga É jornalista, trabalhou no Diário Mercantil e no Diário da Tarde de Juiz de Fora, para os Diários Associados e pela agência Meridional (primeira grande agência de notícias do Brasil) e também dos Diários e Emissoras Associadas, tendo sido correspondente do Estado de Minas de Juiz de Fora e Zona da Mata, e também trabalhou como freelancer para revistas e jornais do Brasil e de outros países. Laerte escreve semanalmente ao Diário Liberdade. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Ricardo Teixeira, o homem-bomba que a Globo não quer ver indiciado


Por Luiz Carlos Azenha no VIOMUNDO

Anos 2000. A International Sport and Leisure (ISL) corre o risco de falir. A empresa havia sido criada por Horst Dassler, o magnata alemão herdeiro da Adidas. Foi o homem que ajudou a inventar o marketing esportivo: assumir um evento, empacotar comercialmente e vender a emissoras de televisão, já com os patrocinadores definidos.

Hoje sabemos que a ISL dominou o mercado à custa de dezenas de milhões de dólares em propinas. O homem da mala de Dassler era Jean Marie Weber. O encarregado de molhar a mão da cartolagem e garantir os direitos de TV e de marketing que eram das federações.

Foi o esquema da ISL que enriqueceu João Havelange e Ricardo Teixeira. Na casa dos milhões e milhões de dólares. Mostramos no Brasil — modéstia à parte, pela primeira vez — a relação entre as datas de pagamento das propinas e o enriquecimento de Teixeira. Está tudo em O Lado Sujo do Futebol.

Voltemos à ISL. Fustigada por concorrentes, deu passo maior que as pernas, sem contar a drenagem do dinheiro que destinava à corrupção. No desespero, fez um pedido à Globo Overseas, dos irmãos Marinho. Queria um empréstimo. A Globo concordou em fazer um adiantamento de uma parcela devida, relativa a direitos de TV da Copa do Mundo, com 13% de desconto. Assim foi feito.

Mas, a FIFA chiou, já que não recebeu da ISL o repasse que lhe era devido. Foi à Justiça. O caso resultou numa ação contra seis executivos da ISL, inclusive o homem da mala. A Globo foi ouvida no caso. No dia 26 de agosto de 2001, o todo-poderoso do futebol global, Marcelo Campos Pinto, deu depoimento.

Não era objeto daquele caso investigar a Globo. Como não é agora, com os cartolas presos em Zurique. Mas aquele primeiro caso colocou a bola para rolar. Foi resultante dele a investigação subsequente, do promotor Thomas Hildbrand, que acabou com um acordo envolvendo Teixeira e Havelange. Eles devolveram parte do dinheiro recebido como propina e ficou por isso mesmo. Não admitiram culpa, mas o meticuloso trabalho de Hildbrand seguiu o dinheiro e constatou sem sombra de dúvidas o propinoduto na casa das dezenas de milhões de dólares.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Globo demitiu Ricardo Boechat pelas mesmas razões que defende a revista Veja

Por que as organizações Globo não viram nada de grave nas relações de Policarpo Jr. com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira, mas demitiram Ricardo Boechat por relação com empresário Nelson Tanure, sendo que as relações de Policarpo Jr. com Cachoeira são muito mais profundas do que aquelas entre Boechat e Tanure?

Ricardo Boechat foi demitido de O Globo em 2011
Como se sabe, o jornal O Globo publicou um comovente editorial em defesa de Roberto Civita, dono da editora Abril (ver aqui). Em matéria de delírio, o diário carioca da família Marinho só foi superado pela própria Veja de Civita, que neste fim de semana conseguiu unir em um mesmo texto aranhas, robôs e comunistas (confira aqui). Parecia um roteiro de terror B. Já o editorial de O Globo recorria ao surrado bordão imprensa chapa-branca vs. imprensa livre (livre de quem?) e tentava ressuscitar um animal extinto, os radicais do PT.

Em resumo: O Globo não viu nada de grave nas relações de Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília de Veja, com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. E afirmou existir uma “campanha” contra a revista dos Civita.
Outros tempos?

Em 2001, a família Marinho demitiu sem pestanejar o jornalista Ricardo Boechat por considerar impróprias suas relações com uma fonte.

Boechat era um profissional celebrado e em ascensão nas Organizações Globo. Editava no jornal uma coluna de notas políticas e econômicas de muito prestígio e fazia comentários na tevê do grupo. Grampos atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas, que disputava o controle de duas operadoras de telefonia com os canadenses da TIW, foram publicados pela Veja (coincidência!!!). Em alguns deles, Boechat conversa com Paulo Marinho, assessor do empresário Nelson Tanure, representante dos canadenses na disputa contra Dantas e dono do Jornal do Brasil.

A reportagem de Veja à época descreve: “Em um dos diálogos, ocorrido em 15 de abril, Boechat conta a (Paulo) Marinho os termos da reportagem que está escrevendo para revelar manobras do Opportunity e que seria publicada no dia seguinte em O Globo. Pela conversa, fica evidente que a direção do jornal não foi informada sobre o grau de ligação do jornalista com Nelson Tanure…” E por aí vai. Neste caso, Veja, ao acusar uma trama para favorecer um dos lados de uma disputa empresarial, agiu para favorecer o outro, o de Dantas.

Pelo que se viu até agora e pelo que se comenta a respeito do que virá, as relações de Policarpo Jr. com Cachoeira são muito mais profundas do que aquelas entre Boechat e Tanure. A começar por um fato: Tanure é um empresário controverso, geralmente odiado por seus funcionários, mas não é um contraventor como Cachoeira. Desconhece-se, por exemplo, o uso de expedientes sujos (arapongas, rede de prostituição etc.) por Tanure.

Uma década atrás, O Globo enxergou um problema ético suficientemente grave para demitir seu funcionário. Hoje, defende sem um átimo de dúvida, sem aquele saudável distanciamento de quem não estava presente no exato momento dos fatos, uma empresa na qual não figura entre os acionistas. Como a família Marinho pode ter tanta certeza a respeito da lisura do comportamento de Veja sem ter conhecimento do teor completo dos telefonemas entre Policarpo Jr. e o bicheiro? Nem sobre os métodos cotidianos da editora?


Da Carta Capital

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Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

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