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terça-feira, 14 de agosto de 2012

PIB da Alemanha e da França impede contração maior da zona do euro


O Produto Interno Bruto da zona do euro caiu 0,2%  no segundo trimestre deste ano, em comparação com o primeiro, informou a Eurostat. A queda poderia ter sido maior caso a Alemanha não tivesse crescido 0,3% e o PIB da França ficado estagnado.   O resultado ficou em linha com a previsão dos economistas consultados pela Dow Jones e segue-se a uma leitura estável nos três primeiros meses do ano. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a economia teve contração de 0,4%, também conforme o esperado.

A expansão da economia da Alemanha e a estagnação da França - ambos desempenhos melhores do que as previsões dos economistas - evitaram uma contração maior na zona do euro. No entanto, com sinais de que essas duas economias enfrentarão dificuldades no restante do ano, as perspectivas para a zona do euro poderão se deteriorar.

Alemanha
O PIB da Alemanha cresceu 0,3% no segundo trimestre ante o trimestre anterior, de acordo com dados ajustados sazonalmente divulgados nesta terça-feira, superando ligeiramente as previsões devido às exportações sólidas e ao consumo.  O resultado impediu uma contração maior da zona do euro cuja economia encolheu 0,2% no período. 

"As exportações cresceram ligeiramente mais do que as importações", informou o Escritório de Estatísticas em comunicado. "Além disso, em casa, tanto o consumo privado quanto o doméstico foram maiores do que no trimestre anterior."
"A queda em investimentos, em particular em equipamentos, pode ser compensada desta maneira."

Os dados preliminares também mostraram que o crescimento acelerou 0,5% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior em termos não ajustados.
Pesquisa da Reuters com 46 economistas havia previsto um crescimento de 0,2% na comparação trimestral.

França
A economia da França registrou crescimento zero pelo terceiro trimestre seguido nos três meses até o final de junho, superando marginalmente as expectativas de uma pequena contração devido ao aumento dos investimentos, informou nesta terça-feira a agência de estatísticas INSEE.
Pesquisa da Reuters com 35 economistas previa uma contração de 0,1%, com as estimativas variando entre 0,0 por cento e recuo de 0,5%.
O detalhamento dos números mostrou que o consumo das famílias, o motor da economia francesa, contraiu 0,2% no segundo trimestre, depois de crescer 0,2% nos três primeiros meses do ano.

Em contraste, o investimento fixo de empresas cresceu 0,7% no segundo trimestre, depois de contrair 1,4% nos três primeiros meses do ano. Muitas empresas haviam desacelerado o investimento antes das eleições presidenciais em abril e maio.
As exportações expandiram 0,2%, após um avanço de 0,1% no primeiro trimestre, mas uma alta das importações significou que a performance geral do comércio exterior deteriorou e prejudicou o crescimento no período.

Os dados do PIB superaram ligeiramente uma estimativa na semana passada do Banco da França, o banco central do país, que estimou que a economia francesa entraria em recessão no terceiro trimestre com uma queda de 0,1%.

Os dados de inflação para julho também publicados nesta terça-feira mostraram que os preços ao consumidor caíram 0,5% na comparação com o mês anterior, de acordo com números harmonizados para dados da União Europeia.

Economia da zona do euro registra queda de 0,2% no segundo trimestre


A economia da zona do euro registrou queda de 0,2% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores (janeiro, fevereiro e março). Os dados são do Eurostat, o instituto de estatística da Europa, e se referem ao Produto Interno Bruto (PIB) dos 17 países que usam a moeda comum, o euro. O PIB mede a quantidade total de bens e serviços produzidos por uma economia.

A zona do euro é composta pela Bélgica, pela Alemanha, pela Estônia, pela Irlanda, pela Grécia, pela Espanha, pela França, pela Itália, pelo Chipre e por Luxemburgo, além de Malta, dos Países Baixos, da Áustria, de Portugal, da Eslovênia, da Eslováquia e da Finlândia.

As quedas mais acentuadas foram registradas em Portugal, (-1,2%), no Chipre (-0,8%) e na Itália (-0,7%). Os dados sobre a Irlanda e Grécia ainda não estão disponíveis.

Maior economia da Europa, a Alemanha cresceu 0,3% no segundo trimestre, influenciada pelas exportações e pelo consumo interno.

"A Alemanha impôs-se graças às exportações crescentes para países fora da zona euro", disse Christian Schulz, economista do Berenberg Bank. "É uma surpresa que o consumo tenha aumentado devido à baixa taxa de desemprego, aos salários em alta e a uma baixa taxa de inflação."

Nos últimos meses, vários países da zona do euro intensificaram a adoção de planos de contenção a fim de evitar o agravamento dos efeitos da crise econômica internacional. Houve protestos por parte dos trabalhadores que temem perder seus empregos e pagar mais impostos.

Comparado com o mesmo trimestre de 2011, o PIB cresceu 2,2% nos Estados Unidos (após 2,4% no trimestre anterior) e 3,6% no Japão (após 2,8%).

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Motorola Mobility vai cortar 4 mil empregos, 20% do total


Empresa foi comprada em agosto de 2011 pelo Google, que começa agora a divulgar seus primeiros passos para a recuperação da fabricante de celulares

A Motorola Mobility, que o Google comprou por 12,5 bilhões de dólares, vai cortar 20% de sua força de trabalho e fechar quase 30% de seus escritórios no mundo, afirmou uma porta-voz da gigante das buscas online nesta segunda-feira.

"A Motorola está comprometida em ajudá-los (funcionários) nesta difícil transição e vai oferecer planos de desligamento generosos, bem como serviços de recolocação para ajudar as pessoas a encontrarem novos empregos", disse a representante do Google.

A companhia acertou a compra da Motorola Mobility no ano passado para usar o portfólio de patentes da empresa e assim combater ataques legais contra o sistema operacional Android, além de se expandir para além de operações de software.

O Google vinha mantendo discrição sobre o futuro da Motorola Mobility, mas agora está divulgando os primeiros passos da recuperação da companhia.
Cerca de 30% dos 4 mil empregos que serão cortados estão nos Estados Unidos, mas a companhia não especificou onde ou quais instalações serão afetadas.

O New York Times noticiou o plano do Google e afirmou que a companhia tinha interesse em encolher operações na Ásia e na Índia, não apenas saindo de mercados não lucrativos mas também reduzindo a linha de aparelhos oferecidos.

A Motorola Mobility, que tem 94 escritórios no mundo, vai centralizar operações de pesquisa e desenvolvimento em Chicago, Sunnyvale, Califórnia e Pequim. No Brasil, a companhia tem escritório em São Paulo e um centro industrial em Jaguariúna (SP).
Além dos planejados cortes de empregos, o Google reduziu a equipe de gestão da empresa, eliminando 40% dos postos de vice-presidentes, embora tenha contratado novos executivos sêniores, segundo o jornal.
(Por Juhi Arora)

sábado, 11 de agosto de 2012

Argentina restringe ainda mais a compra de dólares


O governo argentino apertou ainda mais o cerco ao dólar, imposto a partir de outubro do ano passado e que afeta também turistas e residentes estrangeiros. A partir de segunda-feira (13), quem viajar da Argentina aos países vizinhos ou da zona do euro só poderá adquirir a moeda desses países com autorização prévia da Receita Federal, que também determina a quantidade que cada viajante poderá levar.

A norma será aplicada também a pessoas físicas e jurídicas estrangeiras que residam na Argentina. O viajante terá que informar à Afip (a Receita Federal local) o destino, os motivos e a duração da estada fora do país. Caso cancele a viagem, terá que reembolsar as divisas estrangeiras adquiridas em cinco dias úteis.
A medida é a última de uma série de controle de câmbio, que começou a ser adotada em outubro passado, para frear a fuga de capitais da Argentina.

“A burocracia é tão grande que se tornou quase impossível comprar dólar na Argentina”, disse o economista Fausto Spotorno, “De certa forma, o cerco serviu para frear a fuga de capitais, mas criou outro problema, o do mercado negro, que não existia, que vende o dólar 30% mais caro do que no mercado oficial”.

Em 2011, saíram da Argentina US$ 21 bilhões – uma cifra preocupante para um governo que, ha uma década, não tem acesso a créditos internacionais e depende das exportações para obter divisas estrangeiras. A presidenta Cristina Kirchner quer assegurar um superávit alto na balança comercial, apesar da crise internacional, para fazer frente aos gastos com importação de energia.

Para alcançar o objetivo, o governo argentino reduziu as importações, o que diminuiu a saída de capitais no primeiro semestre deste ano (US$ 5,6 bilhões, bem menos que no ano passado). “Pelas nossas previsões, a Argentina terá um superávit comercial de US$ 12 bilhões, US$ 2 bilhões a mais que no ano passado”, disse àAgência Brasil o analista de comércio exterior, Marcelo Claveri.

Defensor das políticas protecionistas do governo, que favorecem a indústria nacional, o presidente da União Industrial Argentina (UIA), Horacio de Mendiguren, acha as medidas de controle cambial exageradas. “Podem dar resultado, mas dão a impressão de que o país está em crise, quando não está”. Os argentinos, há décadas, estão acostumados a poupar em dólar e a guardar o dinheiro em casa ou trancados nos cofres dos bancos – mas sempre que possível fora do sistema financeiro nacional.

“É a forma que encontraram para se defender da inflação e da desvalorização. Quando existe crise de confiança, os argentinos compram dólar”, explicou o banqueiro Alfredo Piano, dono do Banco Piano. As novas medidas praticamente proibiram a poupança em dólares.

Em outubro passado, o governo determinou que quem quisesse comprar a moeda norte-americana (ou qualquer divisa estrangeira) teria que pedir autorização a Receita Federal e provar que tem suficientes pesos declarados para fazer a troca. Mas ao longo dos últimos dez meses, as restrições foram aumentando. O governo agora só permite a venda de dólares a quem for viajar, fora da região e dos países da zona euro.
As restrições também afetam os turistas brasileiros, que não podem trocar os pesos que sobram das viagens por reais. As casas de câmbio só aceitam fazer a troca se o turista tiver um recibo, provando que trocou reais por pesos na Argentina. Se não guardou o comprovante do câmbio ou tirou dinheiro de um caixa automático, só poderá comprar reais no Brasil.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Novo golpe contra autoridades monetárias da China


Dados da China divulgados nesta sexta-feira (10) garantiram um novo golpe contra as autoridades monetárias do país, depois que a balança comercial e os novos empréstimos bancários sugeriram que as políticas pró-crescimento têm mostrado lentidão nos resultados e mais ações urgentes podem ser necessárias para estabilizar a economia.

As exportações em julho subiram apenas 1 % ante o ano anterior e novos empréstimos atingiram mínima de 10 meses, o que se somou a dados na quinta-feira mostrando que a produção industrial cresceu no ritmo mais lento em três anos.

Os primeiros dados de peso do terceiro trimestre levaram alguns analistas a questionar a força do que se esperava ser o início de uma recuperação da economia chinesa depois do crescimento desacelerar por seis trimestres seguidos.

- Achamos que o banco central deve agir o mais rapidamente possível para estabilizar a economia. Espero que haja ao menos mais um corte no compulsório e da taxa de juros neste trimestre – disse Xiao Bo, economista do Huarong Securities.

Alguns economistas dizem que o BC chinês pode agir neste fim de semana para afrouxar a política monetária. O banco central já reduziu a taxa de compulsório três vezes desde novembro para liberar estimados 1,2 trilhão de iuans ( US$ 190 bilhões ) para novos empréstimos e cortou a taxa de juros em junho e julho.

Novos empréstimos bancários líquidos em julho de apenas 540 bilhões de iuans contra expectativa de 690 bilhões são uma potencial grande causa de preocupação. Os financiamentos bancários são o principal mecanismo de criação de crédito na economia chinesa.

O número baixo soma-se a temores de queda na demanda dos dois maiores clientes da China –União Europeia e Estados Unidos– o que já fez economistas reduzirem sua previsão de crescimento anual das exportaçõespara 8,6%, segundo pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters na semana passada.
Excluindo queda das exportações em janeiro, a alta de 1% em julho é a mais fraca desde novembro de 2009 e marcou um grande retrocesso em relação ao crescimento em junho de mais de 11% na comparação anual, segundo dados da Reuters. Os embarques para a União Europeia caíram mais de 16%.

As importações em julho subiram 4,7% ante o ano anterior, o ritmo mais fraco desde abril e também aquém das expectativas de alta de 7,2%.
Antes da divulgação dos dados, o vice-ministro de Comércio da China, Gao Hucheng, disse a repórteres que seria um desafio para a China cumprir sua meta de crescimento comercial de 10% no segundo semestre do ano. O ministro, Chen Deming, já havia dito em junho que se a China alcançasse a meta seria “sorte”.

A China não está sozinha neste quadro. Taiwan divulgou na segunda-feira uma quinta queda consecutiva mensal nas exportações em julho, pressionadas por baixas de dois dígitos nos embarques para China, Europa e Estados Unidos. Enquanto isso, as exportações da Coreia do Sul em julho foram as mais fracas em quase três anos.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Morales quer erradicar a pobreza na Bolívia até 2025 e pede ajuda da sociedade


O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem (6) que pretende erradicar a pobreza no país até 2025, mas para isso precisa do apoio da sociedade civil. Segundo ele, o governo se empenha para executar ações que atendam às necessidades básicas da população. Pelos dados do governo boliviano, nos últimos seis anos, o indicador de pobreza caiu de 20% para 10%. Morales lembrou ainda que mais de 1 milhão de bolivianos passaram a fazer parte da classe média.

"Faço um apelo aqui para todos os irmãos do campo, empresários [pequenos, médios e grandes] e pequenos produtores para garantir que até 2025 conquistemos a auto-suficiência alimentar, segurança alimentar, a soberania", disse o presidente.

Na Presidência da Bolívia desde 2006, Morales foi reeleito. Ele disse que a meta é melhorar a qualidade de vida no país. De acordo com o presidente, mais de 600 mil bolivianos do campo e 400 mil de áreas urbanas foram retirados da extrema pobreza e estão no que ele chamou de pobreza moderada.

De cada dez bolivianos, seis vivem na pobreza e mais dois estão em situação de pobreza extrema. Dois em cada dez bolivianos sobrevivem com menos de US$ 1 por dia, segundo os dados oficiais.

Na sua gestão, Morales implementou a política de alfabetização, incentivos para as mães carentes de crianças que têm menos de 2 anos, e benefícios para os idosos. Para o presidente, até 2025 todos os bolivianos terão acesso aos serviços básicos, como água, energia, rede de esgotos e telefone.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Mario Monti diz que crise pode causar “ruptura psicológica” na União Europeia


O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, disse que o descontentamento causado pela crise econômica internacional pode levar a uma “ruptura psicológica” da União Europeia. Monti acrescentou ainda que conversou com a chanceler alemã, Angela Merkel, sobre sua preocupação com o ressentimento crescente dos italianos com os alemães.

Para Monti, é fundamental que os líderes europeus tenham mais liberdade na discussão sobre as medidas que devem ser adotadas na tentativa de conter os efeitos da crise. Mas a sugestão do primeiro-ministro italiano foi rejeitada por Merkel.

Os impactos da crise econômica internacional se refletem em vários locais, mas principalmente em alguns países da zona do euro, como a Itália, a Espanha e Portugal. As medidas de contenção elaboradas pelos governos desses países geraram reações na população. Manifestações se tornaram frequentes.

Os manifestantes alegam que as medidas levarão ao desemprego, a corte de salários e aumento de impostos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Banco Central Europeu mantém juros conforme expectativa do mercado


O Banco Central Europeu (BCE) anunciou a manutenção da taxa de juro em 0,75%, correspondendo à expectativa da maioria dos analistas financeiros. Foi mantida também a taxa de depósito em zero. Essa taxa é paga pelos depósitos dos bancos comerciais no Banco Central.
A expectativa dos mercados sobre as novas decisões concentra-se na possibilidade de um novo programa de compra de títulos de dívida europeia. Há, ainda, a previsão de medidas não convencionais para evitar o agravamento da crise financeira da zona euro.
Analistas econômicos europeus esperavam que as taxas de juro sejam inalteradas este mês, pois o BCE não costuma mexer nos juros em agosto – o mês de férias do mercado financeiro.
*Com informações da agência pública de informações de Portugal, Lusa 

Sharp cortará 5 mil empregos no mundo todo até março de 2013


A japonesa Sharp cortará cinco mil postos de trabalho no mundo todo até março de 2013 como parte de seu plano de reestruturação, informou a agência "Kyodo", que cita fontes ligadas à empresa. A Sharp anunciou que estudava produzir pela primeira vez demissões em larga escala e vender escritórios para compensar os péssimos resultados do período abril-junho, que ainda serão publicados. A empresa deverá registrar uma perda líquida de 100 bilhões de ienes (US$ 1,26 bilhão) nesse trimestre, o primeiro do ano fiscal 2012 no Japão, sobretudo devido à contínua deterioração das vendas de telas de LCD e painéis solares. Contribuíram para o fraco desempenho os 150 bilhões de ienes (US$ 1,90 bilhão) que a empresa foi obrigada a pagar como compensação à americana Dell por um escândalo de fixação de preços no mercado do LCD. A companhia registrou uma perda líquida recorde de 376 bilhões de ienes (US$ 4,75 bilhões) no exercício 2011, e prevê perder 30 bilhões de ienes (US$ 380 milhões) no atual ano fiscal, embora a perda possa ser maior em função dos custos da reestruturação. 

terça-feira, 24 de julho de 2012

Integração bancária é saída para a crise europeia, indica presidente do BNDES


O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, acredita que os dirigentes europeus tendem a encontrar uma solução rápida para a atual crise econômica que se abate sobre aquele continente. “Eu acredito que as lideranças políticas europeias, sempre que a perspectiva de um desastre venha a se aproximar, terminarão acelerando determinadas soluções”.
Em entrevista no Rio de Janeiro, após abrir o seminário O Brasil e o Mundo em 2022, comemorativo dos 60 anos do BNDES, Coutinho avaliou que a solução para a crise externa, no curto prazo, viria por meio de uma união bancária e um papel mais amplo e firme do Banco Central Europeu no mercado de títulos, apoiando também, de forma direta, o fundo de estabilização.
“A solução existe. Ela é possível”. Segundo Coutinho, a dificuldade é mais de cunho político e interna. No entender do presidente do BNDES, o problema na Europa não é se a Grécia vai sair ou não da zona do euro mas, sim, as grandes economias, como a Espanha e a Itália. “É muito difícil supor que uma ruptura da Espanha ou da Itália possa ser absorvida pelo sistema bancário, mesmo pelo sistema bancário alemão”. Este cenário seria ainda de alta volatilidade e muita incerteza nos próximos tempos, disse.
Ele afiançou, por outro lado, que apesar da crise europeia, a economia brasileira tem condições de crescer, “se seguir uma estratégia de reforço da sua capacidade própria de investimento, aumentar a sua poupança doméstica, usar mais o seu mercado interno, principalmente a fronteira de investimentos necessários em infraestrutura, em logística, para aumentar a capacidade competitiva da economia”.
O presidente do BNDES concordou com o economista norte-americano Barry Eichengreen, segundo o qual o Brasil tem condições de se tornar uma plataforma mundial, mas, para isso, necessita investir em educação. Coutinho destacou que o país vem progredindo na área da educação, mas que precisa fazer mais. “Precisamos avançar fortemente em educação, em produtividade no sistema empresarial brasileiro. Temos uma agenda muito desafiadora. Mas o Brasil tem condições de partida mais favoráveis para enfrentar um período muito difícil no cenário internacional”, ressaltou. “Então, nós temos que tirar proveito dessas condições”, completou.
Em relação à taxa de investimento, ele lembrou que o Brasil estava conseguindo elevar a taxa em direção a 20% do Produto Interno Bruto (PIB), após oscilar durante muito tempo em torno de 15% a 16%. “Não fosse a grande crise de 2008 para 2009, nós iríamos ultrapassar 20%. A crise derrubou. Nós fizemos o caminho de volta. Subimos a taxa. Tivemos um pequeno revés agora, no começo deste ano, porque a crise externa se agravou. Mas nós vamos fazer o caminho de volta. A taxa de investimento sobre o PIB no Brasil vai subir. Nós temos todas as condições de impulsionar isso”, disse.
Coutinho declarou não ter dúvidas que a taxa de investimento vai se recuperar já neste segundo semestre. “Temos condições de atrair mais o investimento privado, especialmente para infraestrutura e logística. E junto com os estímulos, temos hoje um patamar de juros historicamente mais baixo, que veio para ficar. Isso é uma mudança qualitativa importante. E nós temos que construir”.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Relações entre Brasil e UE estão preservadas apesar de suspensão nas negociações do bloco com o Mercosul


A decisão da União Europeia de suspender as negociações em curso com o Mercosul não afetam o Brasil, de acordo com diplomatas que acompanham o assunto. A preservação das relações é garantida porque há uma parceria estratégica entre o Brasil e a União Europeia. Porém, a decisão dos europeus deverá ser analisada de forma conjunta pelos integrantes do Mercosul – Brasil, Uruguai, Argentina e Venezuela – no final do mês.
Uma missão de deputados do Parlamento Europeu argumentou que a destituição do então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, em junho, gerou à interrupção das negociações não só com os paraguaios, mas também com os demais países do Mercosul. A decisão foi anunciada ontem (18) em Assunção, capital paraguaia. Porém, serão mantidos os programas de apoio e cooperação já existentes com o Paraguai.
De acordo com o líder da missão, o deputado espanhol Luis Yáñez-Barnuevo, as negociações serão retomadas após as eleições presidenciais do Paraguai, em 21 de abril de 2013. Segundo ele, a decisão foi tomada depois de conversas com vários setores da sociedade paraguaia e também análises de relatórios referentes ao impeachment de Lugo, em 22 de junho.
Lugo foi destituído do poder após a conclusão de um processo de impeachment, que levou menos de 24 horas, aprovado pela Câmara e pelo Senado. Ele foi substituído pelo vice-presidente da República, Federico Franco. Porém, Lugo diz que foi vítima de um golpe de Estado e anunciou que será candidato ao Senado – que dispõe de 45 vagas – em abril de 2013.
A destituição de Lugo levou o Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) a suspender o Paraguai de suas reuniões e seus debates até as eleições gerais de 2013. Para os líderes internacionais, houve uma ruptura democrática no país, com a aprovação do impeachment em um prazo que comprometeu o direito de defesa de Lugo.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

PIB da China cresceu 7,6% no trimestre; taxa é a menor em três anos


O governo chinês anunciou hoje (12), em Pequim, um crescimento de 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, a menor taxa desde 2009. O resultado confirma as previsões de desaceleração.
O encolhimento da economia chinesa, de 8,1% nos primeiros três meses deste ano para os atuais 7,6%, é motivo de preocupação global e deve afetar diferentes mercados, entre eles o Brasil, um dos principais fornecedores de matérias-primas para o gigante asiático.
Pequim amarga os efeitos da crise financeira que afeta os Estados Unidos e a Europa, seus principais mercados de exportação.
Ainda em março, o governo chinês reduziu para 7,5% a meta de crescimento do PIB em 2012.
A "saúde" da economia chinesa é um fator crucial para a recuperação econômica global em meio à crise iniciada em 2008 que ainda mantém muitos países em alerta, sobretudo a zona do euro.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Diretora do FMI diz que economia global crescerá menos


Da BBC Brasil
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que a próxima previsão de crescimento da economia global a ser divulgada pelo fundo trará uma projeção inferior à última, de 3,5%, apresentada em abril. A declaração foi feita durante simpósio sobre economia em Tóquio.
Lagarde elogiou ainda os esforços dos líderes europeus em busca de uma solução para a crise em seus países. Ela disse que "passos importantes" haviam sido dados, mas que mais reformas eram necessárias.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Banco Central Europeu reduz juros a níveis sem precedentes


O Banco Central Europeu (BCE) reduziu a sua taxa de juro diretora para 0,75%. A instituição também reduziu a taxa de depósito (paga pelos depósitos dos bancos comerciais feitos no Banco Central), de 0,25 % para zero. Como previam os analistas, o banco com sede em Frankfurt anunciou hoje um corte de 25 pontos base à sua taxa de refinanciamento (o juro cobrado pelos bancos em operações interbancárias). São níveis sem precedentes na história da zona euro.
A redução das taxas é um sinal aos mercados de que o BCE continua determinado em estimular o aquecimento da economia europeia, que atravessa um longo período de estagnação.
A redução da taxa de depósito para zero tem um objetivo específico: estimular os bancos a “não estacionar” o seu dinheiro no BCE, reavivando a concessão de crédito à economia.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Países africanos querem implantar programa brasileiro de fortalecimento da agricultura familiar


Países africanos vão desenvolver um projeto piloto com base no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo brasileiro. A iniciativa faz parte de uma parceria entre a Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), entre outras instituições.
Visando a se capacitarem para implantação do PAA na África, representantes do Níger, Malawi, Moçambique, Senegal e Etiópia participam de seminário que está sendo realizado de hoje (2) até a próxima sexta-feira (6), em Brasília.
Os visitantes estão conhecendo como funciona o programa e também a experiência brasileira de aquisição de alimentos em um dos municípios onde funciona a compra. O investimento total do programa para os países africanos é de US$ 2 milhões.
De acordo com informação do site do MDS, o objetivo do PAA é garantir acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regularidade necessárias às populações em situação de insegurança alimentar e nutricional, e promover a inclusão social no campo por meio do fortalecimento da agricultura familiar.
Esse programa será aplicado nos cinco países africanos. Depois do seminário, os representantes enviados ao Brasil para conhecer a iniciativa vão montar o projeto piloto nos seus países com a ajuda de técnicos selecionados pelas instituições organizadoras da iniciativa. O investimento total do programa é de US$ 2 milhões.
Segundo a secretária de Segurança Alimentar do MDS, Maya Takagi, o seminário é o início do processo de capacitação dos representantes africanos. “Vamos mostrar como funciona o programa [de aquisição de alimentos] e vamos dar todos os elementos para que eles possam implantar um modelo similar nos seus países”, acrescentou.
Para o representante da FAO, Helder Muteia, países como o Brasil, Índia e China estão resolvendo problemas de segurança alimentar que podem servir de exemplo para os países da África. “O Brasil conseguiu dignificar o trabalho da agricultura familiar por meio do programa de aquisição de alimentos e também por meio da compra da produção para a merenda escolar”, disse.
Segundo informações do MDS, até quarta-feira (4), os participantes vão ter palestras sobre o funcionamento do PAA. Na quinta-feira (5) e sexta-feira (6), os visitantes vão conhecer  pessoalmente como funciona a aquisição de alimentos em Arapiraca (AL).
O PAA adquire alimentos com isenção de licitação, por preços de referência que não podem ser superiores nem inferiores aos praticados nos mercados regionais, até o limite de R$ 3.500,00 ao ano por agricultor familiar que se enquadre no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Por Roberta Lopes Repórter da Agência Brasil

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Europa fecha acordo para capitalizar bancos e reduzir pressão sobre Itália e Espanha


Os líderes da zona do euro fecharam um acordo na madrugada de hoje (29) para maior integração econômica da região, com ênfase na capitalização bancária. O pacto firmado entre os países da zona do euro terá investimentos de 120 bilhões de euros, o equivalente a pouco mais de R$ 310 bilhões.
Em uma queda de braço diplomática, os premiês italiano, Mario Monti, e espanhol, Mariano Rajoy, condicionaram a adesão de seus países à obtenção de mecanismo para acesso direto dos bancos aos fundos de resgate europeus. A chanceler alemã Angela Merkel, que resistia à idéia, cedeu, mas exigiu que o Banco Central Europeu se converta no único supervisor das entidades financeiras.
Até agora, os estados tomavam dinheiro emprestado dos fundos e depois repassavam aos bancos. Isso, entretanto, estava aumentando a dívida pública, como se viu nos casos da Espanha e da Itália, a ponto de os juros cobrados pelos mercados se tornarem insustentáveis.
Pelo acordo fechado em Bruxelas, os bancos poderão buscar capital diretamente nos fundos criados para a estabilização da zona do euro. Outro ponto acordado é que os fundos de resgate europeus também vão comprar diretamente nos mercados os títulos soberanos dos países em maior dificuldade.
Dessa maneira, Itália e Espanha conseguiram arrancar dos vizinhos, em particular da Alemanha, um pacto para reduzir a pressão dos mercados sobre as dívidas dos dois países.
Conforme anunciou o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, os líderes europeus aprovaram a criação de uma instância única de supervisão dos bancos da zona do euro, com participação do Banco Central Europeu.
Merkel, que teve que fazer concessões, afirmou nesta sexta-feira que se manteve fiel a seus princípios aceitando os compromissos destinados a ajudar os países em dificuldade da zona do euro.
“Eu acho que realizamos algo importante, mas continuamos fieis à nossa filosofia: nenhuma prestação sem contrapartida”, afirmou a chanceler. “Continuamos inteiramente no esquema precedente: prestação, contrapartida, condições e controle”, declarou.
Enquanto isso, o presidente francês, François Hollande, defensor da ideia do pacto, saudou os primeiros efeitos do acordo. O documento parece ter gerado confiança nos investidores. Os juros das dívidas italiana e espanhola já caíram na abertura dos mercados, nesta sexta-feira.
Da Radio França Internacional | Edição: Davi Oliveira

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Líderes do eurogrupo analisam situação de Itália e Espanha


BRUXELAS, Bélgica, 29 Jun 2012 (AFP) - Os chefes de Estado e de Governo dos 17 países da zona do euro iniciaram na madrugada desta sexta-feira uma reunião para discutir medidas de urgência visando o problema das dívidas de Itália e Espanha, anunciou o presidente francês, François Hollande.

"Vamos começar a discutir agora medidas de apoio e de estabilidade na zona do euro (...). A reunião da zona do euro já começou", declarou Hollande à imprensa após um jantar que reuniu os dirigentes dos 27 países da União Europeia em Bruxelas.

"Já que é um assunto importante, vamos seguir mais rápido sobre a agenda, vamos acelerar", acrescentou Hollande, antes de recordar que a espinhosa questão das medidas imediatas está prevista na ordem do dia desta sexta-feira, durante o almoço de dirigentes do eurogrupo.
Itália e Espanha decidiram vincular sua aprovação a um ''pacto'' de crescimento na Europa à adoção de medidas de urgência para os dois países, que estão na mira dos mercados.
Os chefes de governo de Itália e Espanha, Mario Monti e Mariano Rajoy, "me comunicaram suas posições", revelou Hollande na entrevista coletiva.

"Segundo eles, e eu os compreendo, não pode haver um acordo parcial (do pacto de crescimento) e sim um acordo global porque, para eles, as medidas de estabilidade devem ser prioritárias, acima de qualquer outra consideração".

Mais cedo, Hollande defendeu "soluções rápidas para apoiar os países que estão em dificuldades nos mercados, apesar de seus esforços consideráveis"

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

2012: a crise americana cinco anos depois

A política de Obama de combate à crise foi fundamentalmente uma política de resgate dos grandes, isto é, dos grandes bancos, das grandes indústrias e dos ricos. Foi uma saída que salvou os mais aquinhoados. Mas, que deixou a economia congelada, sem oxigênio no seu mercado de consumo. (João Sicsu)

Os Estados Unidos sofreram uma grave crise financeira, econômica e social em 2007-2008. Seus efeitos se arrastam até os dias de hoje. As bases teóricas e ideológicas da crise têm suas raízes nas ideias do liberalismo econômico de Milton Friedman, Frederic Hayek e Adam Smith. Sua operação política em escala mundial teve início com os governos de M.Tatcher, no Reino Unido, e R. Reagan, nos Estados Unidos, ao longo dos anos 1980. Este movimento político, econômico e financeiro ficou conhecido como neoliberalismo. Foi transformado em plataforma de ação através do chamado Consenso de Washington, de 1989, que defendia a privatização do patrimônio público e a desregulamentação do mercado financeiro e de trabalho.

Os Estados Unidos desregulamentaram o seu mercado financeiro permitindo que seus bancos participassem de processos de fusão em grande escala. Seus bancos passaram a atuar em escala nacional e internacional e, simultaneamente, em mercados que transacionavam diferentes produtos financeiros. Regras que restringiam o grau de exposição dos bancos a riscos foram relaxadas. O resultado foi que: aos bancos foi permitido maior grau de liberdade, maior exposição ao risco, com o objetivo de obter lucros extraordinários; aos correntistas e poupadores, restou a ilusão de estarem mais seguros porque seus depósitos estavam guardados em mega-instituições financeiras.

Mas, como a crise eclodiu nos Estados Unidos em 2007-2008? 

A matriz de grandes bancos estão nos Estados Unidos. Lá estavam o Lehman Brothers, o Goldman Sachs e o Bank of America, entre outros. Lá estavam também cidadãos que não tinham e não têm proteção social; e que não tinham e não têm, obviamente, uma política pública habitacional. Gente que tem emprego temporário, renda variável e que não tem qualquer patrimônio. Não usam balaclavas pretas, mas são chamados de NINJAS (No Income, No Job or AssetS - sem renda, sem emprego ou patrimônio). O cenário americano estava montado. Só faltava colocar os personagens em ação.

As taxas de juros nos Estados Unidos estavam muito baixas. 

Bancos “babavam” por rendimentos mais elevados. O sistema financeiro desregulado e sem fiscalização inventou, então, novos produtos financeiros dirigidos aos NINJAS, que foram convidados: “venham aos bancos, tomem empréstimos e comprem as casas dos seus sonhos”. Os NINJAS eram considerados cidadãos subprime pelos critérios de classificação dos bancos. Não eram cidadãos PRIME (de primeira) que poderiam pagar empréstimos. Mas, novos produtos financeiros foram ofertados aos NINJAS, que apesar da condição subprime, tomaram bilhões de dólares em empréstimos.

Por exemplo, os bancos passaram a emprestar aos NINJAS, agora com acesso ao sistema financeiro, recursos com carência de juros elevados por cinco anos. Deles eram cobrados juros mais elevados porque representavam mais riscos. Juros mais altos satisfaziam a ganância do sistema financeiro. E com crédito abundante, o resultado foi que o preço dos imóveis inflou como uma bolha, o que satisfazia o desejo das construtoras. Contudo, os cidadãos NINJA-SUBPRIME, nos primeiros anos, pagavam somente parte desses altos juros na presunção que, depois de estarem morando em casa nova, com sonho realizado, suas vidas melhorariam e conseguiriam pagar parcelas mensais mais elevadas (isto é, depois de finalizada a carência de juros mais baixos). 

Passados os anos de carência de arrocho financeiro, cidadãos subprime, que tomaram diferenciados tipos de empréstimos imobiliários, não conseguiram pagar suas dívidas. Ao não pagar o que deviam, tiveram que entregar ao sistema financeiro as suas casas e os seus sonhos. 

Novamente, voltaram à condição exclusiva de NINJAS. Eram milhões de cidadãos NINJAS-subprime, portanto, eram milhões de casas devolvidas ao sistema financeiro e colocadas à venda. Os bancos, sem receber o que lhes era devido, também não conseguiam vender milhões de casas aos preços originais. O excesso de oferta de casas fez o preço dos imóveis cair. Em resumo, a bolha imobiliária e financeira americana havia estourado.

Bancos americanos perderam a condição de emprestar e de honrar os seus compromissos. Sem bancos operando, as economias param. Sem crédito para o consumo e para a produção, a economia americana estagnou. Sem consumo, não há necessidade de produção. Sem produção, não há necessidade de trabalhadores. O desemprego aumentou. A miséria cresceu. A economia americana adormeceu.

Neoliberais lembraram: “o Estado existe, ele pode nos socorrer”. E, então, o governo americano socorreu seus grandes bancos e suas grandes empresas. Excetuando no Lehman Brothers, choveu dinheiro público na tesouraria das grandes corporações e no bolso dos seus ricos dirigentes. Os bancos e seus dirigentes foram salvos. Tem-se a partir, de então, uma orientação, “mais qualificada”, do neoliberalismo: o patrimônio público deve ser privatizado e as dívidas privadas do sistema financeiro devem ser estatizadas. 

E o povo? Aqueles que perderam suas casas, seus empregos, seus sonhos? Viraram estatísticas. As políticas de Barak Obama foram limitadas. O presidente americano está cercado de assessores, escolhidos por ele mesmo, que pensam com cérebros formatados em Wall Street. As políticas anti-crise de Obama apenas incluíram a classe média e os pobres nas estatísticas de mais desemprego, pobreza, desigualdade e miséria. 

A política de Obama de combate à crise foi fundamentalmente uma política de resgate dos grandes, isto é, dos grandes bancos, das grandes indústrias e dos ricos. Foi uma saída que salvou os mais aquinhoados. Mas, que deixou a economia congelada, sem oxigênio no seu mercado de consumo. As massas de cidadãos consumidores, que fazem uma economia se movimentar, ficaram endividados, desempregados e sem teto. E o sistema financeiro? Continua, basicamente, desregulado e saudável.

Desde então, a economia americana se arrasta. A grande e boa novidade desde a crise de 2007-2008 é o movimento de contestação OCCUPY WALL STREET.


(*) Professor-Doutor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Via Portal LN

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