A decisão da União Europeia de suspender as negociações em curso com o Mercosul não afetam o Brasil, de acordo com diplomatas que acompanham o assunto. A preservação das relações é garantida porque há uma parceria estratégica entre o Brasil e a União Europeia. Porém, a decisão dos europeus deverá ser analisada de forma conjunta pelos integrantes do Mercosul – Brasil, Uruguai, Argentina e Venezuela – no final do mês.
Uma missão de deputados do Parlamento Europeu argumentou que a destituição do então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, em junho, gerou à interrupção das negociações não só com os paraguaios, mas também com os demais países do Mercosul. A decisão foi anunciada ontem (18) em Assunção, capital paraguaia. Porém, serão mantidos os programas de apoio e cooperação já existentes com o Paraguai.
De acordo com o líder da missão, o deputado espanhol Luis Yáñez-Barnuevo, as negociações serão retomadas após as eleições presidenciais do Paraguai, em 21 de abril de 2013. Segundo ele, a decisão foi tomada depois de conversas com vários setores da sociedade paraguaia e também análises de relatórios referentes ao impeachment de Lugo, em 22 de junho.
Lugo foi destituído do poder após a conclusão de um processo de impeachment, que levou menos de 24 horas, aprovado pela Câmara e pelo Senado. Ele foi substituído pelo vice-presidente da República, Federico Franco. Porém, Lugo diz que foi vítima de um golpe de Estado e anunciou que será candidato ao Senado – que dispõe de 45 vagas – em abril de 2013.
A destituição de Lugo levou o Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) a suspender o Paraguai de suas reuniões e seus debates até as eleições gerais de 2013. Para os líderes internacionais, houve uma ruptura democrática no país, com a aprovação do impeachment em um prazo que comprometeu o direito de defesa de Lugo.
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