Muito
interessante a proposta do tucano Paulo Bauer de tirar a autonomia do STF em
relação à decisão de suspender o mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e
determinar seu recolhimento domiciliar noturno e transferi-la para os seus
pares. Seria o mesmo que propor à PF que transferisse a decisão de prender o
Fernandinho Beira-mar para os chefes do tráfico do morro do Alemão.
O
líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), defendeu hoje (26) que a decisão
do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o mandato do senador Aécio
Neves (PSDB-MG) e determinar seu recolhimento domiciliar noturno seja votada
pela Casa.
A
Constituição determina que, em caso de prisão de senador, o plenário do Senado
deve votar para endossar ou rejeitar a decisão do Supremo. Para o líder tucano,
embora não se trate diretamente de prisão, o recolhimento noturno também
precisa ser referendado.
“Nós
sabemos que não houve decretação de prisão. Mas sabemos que houve uma
determinação de que o senador permaneça em sua residência no período da noite,
isso é um cerceamento à sua liberdade. Por isso, a presidência do Senado deve
tomar a decisão a respeito do assunto e penso eu que, até quinta-feira, o
plenário do Senado deve se manifestar a respeito do assunto, convalidando ou
não a decisão do Judiciário”, afirmou.
Bauer
disse que ele e os colegas de partido ficaram “surpresos” com a decisão porque
Aécio Neves vinha comunicando à Justiça os seus atos e uma decisão monocrática
anterior havia devolvido a ele seus direitos políticos. A decisão de
afastamento do mandato e recolhimento noturno foi tomada pela primeira turma do
STF, por 3 votos a 2, como medida cautelar solicitada pela Procuradoria-Geral
da República (PGR) no inquérito em que o tucano foi denunciado por corrupção
passiva e obstrução de Justiça, com base nas delações premiadas da empresa
J&F.
“É
um companheiro do PSDB que precisa justificar seus atos e se defender perante a
Justiça. E ele vinha fazendo isso e nos dava a segurança de que os argumentos e
as informações que tinha iriam viabilizar a sua completa inocência”, afirmou.
Denúncia
Em
junho, o senador Aécio Neves foi denunciado pelo então procurador-geral da
República Rodrigo Janot por corrupção passiva e obstrução de Justiça, acusado
de receber R$ 2 milhões em propina do empresário Joesley Batista, dono da
empresa JBS. Ele e Joesley foram gravados, durante ação controlada pela Polícia
Federal, em conversas suspeitas. Em delação premiada, o executivo assumiu o
repasse ilegal.
O
dinheiro teria sido solicitado pelo próprio Aécio, cujo objetivo seria cobrir
despesas com advogados. Em troca, ele teria oferecido sua influência política
para a escolha de um diretor da mineradora Vale. O senador nega as acusações e
afirma que a quantia se refere a um empréstimo particular.
Sobre
a acusação de obstrução de Justiça, Janot acusou Aécio de “empreender esforços”
para interferir na distribuição de inquéritos na Polícia Federal, de modo a
caírem com delegados favoráveis aos investigados.
A
irmã do parlamentar, Andrea Neves, o primo de Aécio, Frederico Pacheco, e
Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG), também
foram denunciados.
deveria ser cassado no dia que vazou aquele audio dos 2 milhoes...
ResponderExcluirMinistro FUX foi brilhante em seu voto.
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