A
defesa do presidente Michel Temer pediu há pouco ao Supremo Tribunal Federal
(STF) a suspensão de uma eventual denúncia contra ele a ser apresentada pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na petição, os advogados também
requerem a suspensão de eventuais pedidos de investigação sobre o presidente.
Na
avaliação do advogado Antônio Claudio Mariz, representante de Temer, as
suspeitas de que o ex-procurador da República Marcelo Miller teria beneficiado
os delatores da JBS, fato que motivou abertura de processo de revisão da
delação, justifica cautela no prosseguimento das investigações.
A
defesa também sustenta que é preciso ainda aguardar o julgamento do pedido de
suspeição de Janot feito pelo plenário da Corte.
“A
atuação do procurador-geral da República está, pois, amplamente comprometida,
na medida em que os gravíssimos fatos por ele narrados e fartamente noticiados,
conforme exposto alhures e na arguição de suspeição, têm importantes reflexos
não só nos direitos do senhor presidente, que está sendo vítima de torpe,
infame e fantasiosa acusação, mas à própria nação, que assiste estarrecida ao
abalo de suas instituições em face de eventos marcados pela ilegalidade e pela
ilicitude que maculam e deslegitimam a atividade persecutória do Estado”, diz a
defesa.
No
pedido de suspeição, o advogado Antonio Mariz acusa Rodrigo Janot de
parcialidade nas investigações. Na ação, a defesa de Temer também cita uma
palestra na qual Janot disse que "enquanto houver bambu, lá vai
flecha", fazendo referência ao processo de investigação contra o
presidente. “Parece pouco interessar ao procurador se o alvo a ser atingido,
além da pessoa física de Michel Temer, é a instituição Presidência da
República; as instituições republicanas; a sociedade brasileira ou a nação”,
diz o documento.
Na
quarta-feira (30), ao negar pedido de suspeição de Janot, o ministro Edson
Fachin entendeu que não houve indícios de parcialidade do procurador durante as
investigações.
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