A
reforma tributária deverá chegar ao plenário da Câmara para votação até o
começo de setembro. A previsão é do relator do projeto, deputado Luiz Carlos
Hauly (PSDB-PR), que chamou a proposta de “mãe de todas as reformas”. A partir
de agosto, o parlamentar pretende receber contribuições sobre os projetos
ligados à reforma antes de encaminhar seu relatório final.
“Vai
ser tudo transparente. Não pode ser nada na marra”, disse Hauly hoje (3),
durante palestra no lançamento oficial da 36ª edição do Encontro Nacional de
Comércio Exterior, na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC), no
centro do Rio.
“Agosto
apresento a proposta e a ideia é já debater. Nós entendemos que é fundamental
abrir o debate nacional e todo mundo opinar. Algo que ninguém fez. Estou
disposto, se apresenta e recebe a crítica.”
Segundo
Hauly, a ideia é chegar ao plenário com consenso sobre a proposta para evitar
atrasos na votação. “Na hora que estiver atualizado na Câmara, tem que ter no
Senado também, para não haver dúvidas lá e haver mudanças. Por isso, estamos
tomando o maior cuidado de fazer debate nacional suprapartidário”, destacou.
Um
dos pontos a serem debatidos, segundo o relator, é o projeto que se refere ao
Imposto de Valor Agregado (IVA). “O IVA faz três meses que estão trabalhando e
agora que tem a primeira versão. Não dá para copiar dos outros [países]. Tem
que fazer com as características do Brasil.”
Depois
de chegar a um acordo sobre o texto da emenda constitucional que implantará a
reforma, Hauly disse que apresentará um projeto de emenda aglutinativa para que
tudo siga direto para o plenário, incluindo os projetos de lei complementares e
as leis ordinárias. “Nós vamos utilizar a emenda da PEC [proposta de emenda à
Constituição] do [deputado] Sandro Mabel, que está aprovada na comissão”,
adiantou.
“É
difícil haver rejeição da proposta. Onde que vai ser o problema? O problema vai
ser no detalhe. Então, a gente quer deixar claro. Não pode ter perda para
municípios, para estados, para a União. Para ninguém e também para as inúmeras
categorias de produtos e mercadorias, de bens e serviços. Tem que deixar mais
ou menos próximo”, detalhou o relator.
Para
o deputado, independentemente da situação política do país, este é o momento
para aprovar a reforma tributária. “O governo está enfraquecido, mas o
Congresso também, os empresários também, os trabalhadores também, as
prefeituras, os governos estaduais também. A oportunidade é ímpar. É agora. O
Congresso precisa de algo grande e forte para sair deste marasmo que está,
porque apanhamos para aprovar o teto [de gastos], apanhamos para aprovar a
terceirização, apanhamos para aprovar a reforma trabalhista. A previdenciária,
que não saiu até agora, estamos apanhando de qualquer maneira. Essa aqui não, é
jogo de ganha, ganha”, analisou.
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