Um
dia após a Justiça Federal em Brasília conceder prisão domiciliar ao
ex-ministro Geddel Vieira Lima, o Ministério Público Federal (MPF) voltou a
ingressar com um pedido de prisão preventiva do político baiano.
Enviado
à 10ª Vara Federal nesta quinta-feira (13), o pedido foi feito pela força
tarefa da Operação Greenfield – que também é responsável pelas operações Sépsis
e Cui Bono - e será analisado pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, o mesmo
que, na semana passada, negou o pedido de revogação da prisão
preventiva apresentado pela defesa do ex-ministro.
Na
petição, os promotores apresentam elementos que consideram que o desembargador
Ney Bello, da Segunda Instância da Justiça Federal, não levou em conta ao
conceder a prisão domiciliar a Geddel. Como, por exemplo, depoimento recente e
inédito prestado pelo doleiro Lúcio Funaro, que acusa o ex-ministro da prática
de exploração de prestígio ao tentar interferir no trabalho do Poder
Judiciário.
Ao
transferir Geddel para o regime de prisão domiciliar, o desembargador Ney Bello
condicionou sua decisão às exigências do ex-ministro não fazer contato, por
qualquer meio de comunicação, com outros indiciados, denunciados ou
investigados no processo a que ele responde. A proibição vale também para os
parentes dos outros réus ou suspeitos. Além disso, Geddel deverá usar
tornozeleira eletrônica, sendo monitorado remotamente.
O
ex-ministro está preso no Complexo Penitenciário da Papuda desde o
último dia 3, acusado de tentar obstruir a investigação de supostas
irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal (Caixa). A
prisão preventiva foi pedida pelos integrantes da Força-Tarefa da Operação
Greenfield, a partir de informações fornecidas em depoimentos do doleiro Lúcio
Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo
J&F, Francisco de Assis e Silva.
Na
primeira petição à Justiça, que levou à prisão de Geddel, os procuradores
reproduziram mensagens eletrônicas que teriam sido enviadas pelo ex-ministr,
por celular, à mulher de Funaro, Raquel Pitta Funaro, entre os meses de maio e
junho, quando o doleiro já estava preso. Para os procuradores, as mensagens em
que Geddel perguntava à esposa de Funaro sobre o estado de ânimo da família do
doleiro e sobre o próprio Funaro seriam indícios de que o político estaria
tentando obstruir a apuração dos crimes a ele imputados, procurando evitar que
Funaro firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Em
janeiro deste ano, Geddel foi alvo de mandados de busca e apreensão expedidos
no âmbito da Operação Cui Bono, que investiga o suposto esquema de corrupção na
Caixa Econômica Federal entre os anos de 2011 e 2013 – período em que Geddel
ocupou a vice-presidência de Pessoa Jurídica do banco.
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