O
deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) disse hoje (13) que não mudará seu voto pela
admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer. Zveiter é o
relator do processo que pede a autorização da Câmara dos Deputados para que
Temer seja investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em razão da
acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentada contra Temer pelo
crime de corrupção passiva.
De
acordo com o regimento interno da Câmara, passada a fase de debate da matéria,
o relator pode pedir o prazo de uma sessão para revisar seu voto. O parecer de
Zveiter está em discussão dos membros da Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara desde ontem.
Mais
de 80 parlamentares discursaram até a manhã de hoje com argumentos favoráveis
ou contrários ao relatório apresentado por Zveiter. A discussão deve prosseguir
até o início da tarde, mas o relator adiantou que, até o momento, não viu nada
significativo que o faça mudar o teor do documento.
“Quanto
à conclusão do voto no sentido de deferir a autorização para que o prosseguimento
da denúncia continue no Supremo, não há possibilidade alguma de eu mudar. O que
eventualmente pode acontecer é algum argumento jurídico ou político que possa
agregar à tese que eu já estou sustentando, aí sim eu tenho esse direito [de
revisar], e eu vou avaliar na hora se eu uso direito ou não”, afirmou Zveiter.
O
relator evitou comentar sobre uma possível derrota de seu parecer na comissão.
“Eu não estou preocupado com isso. Os meus colegas vão ter que votar, cada um
vai ter que assumir a responsabilidade do seu voto”, disse.
Votação do parecer
À
medida que o debate da denúncia contra o presidente Michel Temer avança e se
aproxima do fim na CCJ, aumenta a expectativa em torno da votação do processo.
Encerradas as discussões, a votação do parecer de Zveiter deve ocorrer ainda
hoje.
Pelo
regimento interno da Câmara, os membros da CCJ devem aprovar um parecer que
indique a admissibilidade ou não da acusação pelo crime de corrupção passiva
contra Temer perante o Supremo Tribunal Federal.
O
parecer aprovado, seja pelo prosseguimento ou não da denúncia, deve ser ainda
analisado pelo plenário da Câmara. Na CCJ, os governistas estão confiantes de
que podem garantir a maioria de votos para derrubar a admissibilidade da
denúncia sugerida pelo relator Sérgio Zveiter (PMDB-RJ).
Caso
o parecer do Zveiter seja reprovado, a comissão deve votar outro relatório com
mérito divergente do apresentado pelo primeiro relator. Já foram apresentados 5
votos em separado contrários à denúncia que poderiam servir como um novo parecer.
Uma
vez no plenário, a denúncia precisa ter o apoio de pelo menos 342 votos para
ter prosseguimento na Justiça.
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