A
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara começa hoje (12)
a fase de debate sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer. A análise
da acusação pelo crime de corrupção passiva apresentada pela Procuradoria-Geral
da República contra Temer pelos membros da CCJ é uma das etapas do processo
antes de seguir para votação no plenário da Câmara.
Na
última segunda-feira (10), o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) apresentou seu
parecer com mérito favorável à admissibilidade da denúncia. Como os deputados fizeram
pedido de vista, que é o tempo extra de análise de determinada matéria, o
início da discussão foi adiado para hoje, depois de cumprido o prazo de
realização de duas sessões do plenário.
A
reunião está marcada para começar às 11h e deve se estender ao longo do dia. Em
acordo firmado com lideranças da oposição e da base aliada ao governo, o
presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-RJ, ampliou o tempo de debate da
denúncia.
Todos
os 66 membros e seus respectivos suplentes poderão falar por até 15 minutos.
Outros 40 deputados não membros da comissão (20 favoráveis à denúncia e 20
contrários) também terão direito à fala, por até 10 minutos.
Os
oradores interessados devem fazer inscrição meia hora antes da reunião. A
expectativa é que se forma uma longa fila de parlamentares na entrada do
plenário da comissão e a discussão leve mais de 40 horas. Por volta de 8h, já
havia cinco deputados da oposição e uma assessora parlamentar na fila para
garantir o direito à fala.
Para
evitar que a discussão se alongue muito, a base governista já sinalizou que
pode pedir requerimento de encerramento de discussão, quando dez parlamentares
já tiverem falado. O procedimento é previsto no Regimento Interno da Câmara,
mas contraria o que foi acordado entre as lideranças da comissão
Encerrada
a fase de debate, o parecer do relator poderá ser submetido à votação nominal
dos deputados. O presidente da comissão espera que a deliberação ocorra até a
sexta-feira (14).
Se
o parecer de Zveiter for aprovado pela maioria simples do total de 66 deputados
da comissão, seguirá para a apreciação do plenário. Se for rejeitado, o
presidente da comissão designará outro relator que deve apresentar um parecer
com mérito divergente do relatório vencido. Se o novo parecer for aprovado, é
este que seguirá para votação no plenário da Câmara.
A
autorização dos deputados para que a denúncia contra um presidente da República
tenha prosseguimento no Supremo Tribunal Federal é determinada pela
Constituição Federal.
Denúncia
No
inquérito, Janot acusa Temer de ter se aproveitado da condição de chefe do
Poder Executivo e recebido, por intermédio do seu ex-assessor Rodrigo Rocha
Loures, “vantagem indevida” de R$ 500 mil. O valor teria sido ofertado pelo
empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, investigado pela Operação Lava
Jato.
A
defesa do presidente Michel Temer argumenta que as provas contidas na denúncia
não são concretas e que o presidente não cometeu nenhum ilício. Temer
classificou a denúncia de "peça de ficção" e questionou a atuação de
Janot.
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