O
presidente Michel Temer (PMDB) retirou neste domingo (28) o comando do
Ministério da Justiça de Osmar Serraglio (PMDB-PR), que troca de cargo com o
jurista Torquato Jardim, da pasta da Transparência e Controle. Temer e Torquato
são amigos há mais de 35 anos.
Em
nota, o Palácio do Planalto anunciou a ida de Torquato Jardim para a Justiça,
sem esclarecer quem assumiria o Ministério da Transparência, nem qual seria o
destino de Serraglio. Ás 15h18, assessoria de imprensa do Planalto negou ao que
haveria uma troca de lugares nos ministérios; cerca de 15 minutos depois,
voltou atrás e confirmou a ida de Serraglio para a pasta da Transparência.
O
Presidente da República decidiu, na tarde de hoje, nomear para o Ministério da
Justiça e Segurança Pública o Professor Torquato Jardim. Ao anunciar o nome do
novo Ministro, o Presidente Michel Temer agradece o empenho e o trabalho
realizado pelo Deputado Osmar Serraglio à frente do Ministério, com cuja
colaboração tenciona contar a partir de agora em outras atividades em favor do
Brasil", diz a nota enviada pela assessoria de imprensa do Planalto.
De
acordo com o jornal "Estado de S. Paulo", partiu da bancada do PMDB
na Câmara o pedido para que Serraglio fosse transferido para a pasta da
Transparência. É esse ministério que faz os acordos de leniência com empresas
investigadas pela Lava Jato. Se Serraglio não aceitasse o ministério a outra
opção seria voltar para a Câmara. Neste caso, como é suplente de Loures,
tiraria o deputado do mandato.
Terceira troca na Justiça em
pouco mais de um ano
Essa
foi a terceira troca no comando do Ministério da Justiça em pouco mais de um
ano de governo Temer. Quando assumiu, em maio do ano passado, após o
afastamento de Dilma Roussef (PT), o presidente nomeou o então secretário de
Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes. Em fevereiro, depois da
morte do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, Moraes foi
indicado para substituí-lo, abrindo espaço para Serraglio na Esplanada dos
Ministérios.
Enquanto
o seu destino era anunciado pelo Palácio do Planalto, Serraglio se encontrava
em Umuarama, cidade do interior do Paraná da qual foi vice-prefeito na década
de 1990. A reportagem não conseguiu entrar em contato com ele.
O
novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, esteve reunido com o presidente
Michel Temer no Palácio do Jaburu, no início da tarde de domingo.
Homem da mala
Caso
Serraglio não fosse colocado em outro ministério, deveria voltar a assumir sua
cadeira na Câmara dos Deputados, ocupada atualmente pelo suplente, Rodrigo
Rocha Loures (PMDB-PR). Loures é o ex-assessor especial de Temer que acabou
flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil oriundos de propina. Ele foi afastado
de suas funções por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
Rocha
Loures é investigado no STF no mesmo inquérito em que se apura se Temer e o
senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) cometeram os crimes de corrupção,
formação de organização criminosa e obstrução de justiça.
Na
sexta (26), a equipe de Temer no Palácio do Planalto já trabalhava com a
possibilidade de que Loures fechasse acordo de delação premiada com a PGR
(Procuradoria-Geral da República), segundo apuração do. A avaliação,
entretanto, era de que o processo deve ser demorado e que não havia o que fazer
no momento a respeito disso.
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