O
ministro da Cultura, Roberto Freire, decidiu deixar o cargo logo após o
presidente Michel Temer anunciar que não renunciará à presidência da
República por causa das denúncias de que Temer teria pedido ao
empresário Joesley Batista, dono da JBS, que desse dinheiro ao ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba, na Operação Lava
Jato.
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Segundo O
Globo, em delação premiada já homologada pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), Batista contou aos procuradores da República que a “mesada”
tinha o objetivo de comprar o silêncio de Cunha sobre investigações da Operação
Lava Jato envolvendo integrantes do governo e políticos da base aliada.
Segundo
a assessoria do Ministério da Cultura, a decisão de Freire está alinhada à
primeira manifestação pública das bancadas de seu partido, o PPS, na Câmara dos
Deputados e no Senado. Em nota divulgada mais cedo, o diretório nacional do PPS
cobrou a renúncia do presidente caso as informações antecipadas pelo O
Globo sejam confirmadas. O partido, no entanto, não explicitou a intenção
de abandonar a base aliada, tanto que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que
também é filiado ao PPS, anunciou que permanecerá no cargo.
Na
nota que divulgou hoje (18), o PPS diz que “as denúncias até então divulgadas
são de tal gravidade, que se for confirmado o teor da delação do empresário
Joesley Batista, o presidente Michel Temer precisa renunciar imediatamente para
a preservação dos interesses do Brasil, com a manutenção da recuperação da
economia, a retomada do crescimento e a geração de empregos”.
O
partido entende que se o áudio da suposta conversa que o dono da JBS diz ter
gravado com Temer defendendo a necessidade do empresário continuar dando
dinheiro a Cunha for comprovada, o presidente “perderá a capacidade de
continuar à frente do comando do país” e o “vácuo de governabilidade” precisará
ser preenchido o mais rápido possível. No caso de renúncia, o partido não
descarta a possibilidade de que se realize uma eleição direta para “devolver
para o povo a chance da escolha de quem comandará o país até 2018”.
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