O
líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse hoje (3)
que a base aliada começará um processo de convencimento e esclarecimentos dos
parlamentares e da sociedade sobre a reforma da Previdência (PEC 287/16).
Segundo o líder, a partir da aprovação do projeto substitutivo na comissão
especial, haverá um “tempo necessário” para “tirar dúvidas” antes de a matéria
ser analisada pelo plenário.
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“Nós
teremos aí um prazo de alguns dias para convencimento da base e também para
esclarecimento da sociedade. Isso pode durar uma, duas, três semanas. Não quero
estipular uma data, mas é o tempo necessário para que todas essas dúvidas
estejam dirimidas na base e que haja um ambiente de convencimento dentro da
Casa para aprovação da matéria, que é uma matéria com quórum qualificado”,
disse o deputado.
Segundo
a legislação da Casa, para aprovar uma proposta de emenda à constituição na
Câmara são necessários, pelo menos, 308 votos favoráveis, o que corresponde a
três quintos do total de deputados. Aguinaldo reconheceu que o assunto é
complexo e tem muitos detalhes que podem “impactar a convicção” dos
parlamentares.
O
líder admitiu ainda que o texto pode ser alterado para facilitar a aprovação na
Câmara. “O que está se colocando é construir um texto que se aprove. (….) Essa
Casa é um ambiente de conversa e negociação. A gente está trabalhando pra
manter o que foi construído dentro das bases da reforma e isso foi preservado.
Alguma modificação de texto que esse colegiado julgue importante conter, a Casa
é soberana para decidir sobre isso. Essa construção vai ocorrer no momento
oportuno, no plenário”, afirmou.
Com
o atraso na conclusão dos trabalhos da comissão especial, as sugestões de
mudanças no relatório final apresentado pelo relator Arthur Maia (PPS-BA) serão
analisadas na próxima terça-feira (9). Segundo Aguinaldo, há um acordo
para que os destaques ao projeto sejam rejeitados na comissão e apreciados
novamente quando o projeto estiver no plenário.
Entre
os destaques rejeitados, está o requerimento para que se incluam os agentes
penitenciários no grupo que terá acesso à aposentadoria especial, com idade
mínima reduzida. A exclusão da categoria do grupo especial motivou a
manifestação dos agentes, que ontem (3) invadiram o plenário da comissão especial
e interromperam o processo de votação das emendas ao parecer do relator.
Oposição
Para
o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), a manifestação de
ontem é “sintoma” de que a sociedade não aprova a reforma. “Existe uma reação
da sociedade, ontem tivemos um exemplo disso. Os agentes penitenciários
rebelados invadiram a sala da reunião, isso é um sintoma do que está
acontecendo na sociedade. A revolta popular contra essa proposta é muito
grande”, afirmou.
Zarattini
acredita que o governo terá dificuldades para aprovar a reforma no plenário.
“Ontem, se o governo não tivesse feito uma operação, um verdadeiro tapetão,
para substituir seis deputados na comissão especial, o governo teria sido
derrotado, o que demonstra claramente que o governo não tem votos pra aprovar
aqui a reforma da Previdência”, declarou.
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