A
comissão especial que analisa a reforma política aprovou hoje (2) o primeiro
dos três relatórios parciais com alterações na legislação eleitoral. O texto
aprovado muda as regras que tratam dos mecanismos de democracia direta, como
plebiscito, referendo e projetos de lei de iniciativa popular.
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Pela
proposta, plebiscitos e referendos, quando a população é convocada a se
posicionar sobre questões de interesse nacional, serão convocados pelo
Congresso Nacional a partir de pedidos apresentados por petição popular, por
qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e por
solicitação do Presidente da República.
A
medida também possibilita a realização de plebiscitos e referendos
concomitantemente com eleições gerais e municipais, desde que feita comunicação
à Justiça Eleitoral com certa antecedência do pleito – até 180 dias antes.
Nos
casos de projetos de iniciativa popular, o relator da reforma, Vicente Cândido
(PT-SP) propõe que esses projetos poderão receber apoio por meio eletrônico,
com o emprego de plataformas tecnológicas especialmente desenvolvidas para esse
fim, tanto pela Câmara dos Deputados como por entidades da sociedade civil
habilitadas ao lado do sistema tradicional de apoio de próprio punho.
"A
apresentação e a subscrição dos projetos, nesse novo modelo, passa a ser feita
pelos cidadãos, preferencialmente, de forma eletrônica, a partir de
computadores, tablets, smartphones e outros dispositivos
similares com acesso à internet", justificou.
Na
discussão sobre os mecanismos de democracia direta, o relator, deputado Vicente
Cândido (PT-SP), fez uma complementação de voto e retirou do texto pontos do
projeto que limitavam a apresentação de emendas a projetos de iniciativa
popular.
Outra
alteração incluída por Cândido foi a necessidade de apoio de 1/10 dos
parlamentares da Casa iniciadora para a tramitação de projeto de iniciativa
popular. Se for a Câmara, o número mínimo será de 52 deputados. No caso do
Senado, oito senadores.
O
colegiado vai analisar os outros dois relatórios parciais em reuniões marcadas
para quinta-feira (4) e para a próxima terça-feira (9) e que abordam,
respectivamente, novos prazos de desincompatibilização eleitoral e as
alterações no sistema eleitoral e no financiamento de campanhas.
O
relator da comissão tem defendido, ao lado do financiamento público, a adoção
da lista fechada, mesmo que temporariamente, como forma de diminuir os custos
de campanha e facilitar a fiscalização dos recursos do fundo partidário.
As
reuniões atendem a um acordo fechado na comissão pelo qual Cândido se
comprometeu a liberar aos poucos os projetos que alteram o sistema político
para serem votados no colegiado e posteriormente no plenário.
A
intenção é que as alterações já sejam aplicadas nas próximas eleições, mas a
iniciativa corre contra o tempo e esbarra no calendário. Para que as medidas
tenham validade já na eleição de 2018, a matéria precisa ser aprovada pela
Câmara e pelo Senado e sancionada pelo presidente da República até o final de
setembro deste ano.
Parlamentarismo JA.
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