A
Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, aprovou nessa
terça-feira (9) um acordo sobre a "inconstitucionalidade e nulidade"
do decreto com o qual o presidente Nicolás Maduro convocou uma Assembleia
Nacional Constituinte. O acordo foi aprovado durante debate, do qual
participaram somente os deputados opositores. A informação é da Agência EFE.
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O
acordo foi apresentado pelo deputado Omar Barboza, que destacou que a
Constituinte deve ser submetida primeiro a um referendo para consultar o povo
venezuelano sobre a necessidade do processo.
Barboza
disse que, embora nos artigos da Constituição sobre a Constituinte não seja
mencionada a realização de referendo, a Carta Magna deve ser interpretada
"integralmente". Lembrou que nela está estabelecido que se deve
recorrer a esse mecanismo, "inclusive para assuntos de interesse
paroquial". Segundo ele, como estabelece o Artigo 348 da Constituição, a
convocação deve ser feita pelo povo venezuelano.
Os
deputados opositores também pediram ao Poder Eleitoral, que recebeu na
quarta-feira passada (3) a convocação de Maduro, "respeito à soberania
popular e à Constituição". Eles consideram que esse poder deve abster-se
de "dar curso a essa convocação inconstitucional".
No
acordo, os parlamentares decidiram denunciar à Defensoria do Povo, ao
Ministério Público e a alguns organismos internacionais, como a Organização das
Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), "a
violação dos direitos políticos" dos venezuelanos.
Os
deputados consideram que essa convocação do governo serve para ganhar tempo,
não realizar eleições e estabelecer uma Assembleia Constituinte
"tutelada".
A
iniciativa de Maduro de modificar a Constituição surge em meio aos protestos
antigovernamentais, iniciados há mais de um mês, e que, em algumas ocasiões,
geraram incidentes violentos, deixando 37 mortos e centenas de feridos.
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