Agência Brasil
Em sabatina na
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, o ministro
licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, voltou a defender hoje (21)
mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para permitir punições
mais severas a adolescentes que praticarem atos infracionais equivalentes a
crimes hediondos, como homicídio, latrocínio e estupro.
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Para Moraes, o
ECA é um “bom estatuto” e “uma boa lei”, mas não pode ser “imutável”. “Nossa Constituição tem exatamente 101 emendas em 28 anos. Para se ter
uma ideia, a Constituição do Japão, que é de 1947, não tem uma emenda. Por
outro lado, toda vez que se fala em alterar o Estatuto da Criança e do
Adolescente parece que é uma heresia”, disse Moraes.
Para o ministro
da Justiça licenciado, indicado pelo presidente Michel Temer para uma vaga no
Supremo Tribunal Federal (STF), é preciso haver a “proporcionalidade” entre o ato infracional praticado pelo
adolescente e a sanção.
“Não é possível que um menor de 18 anos
pratique um homicídio, um latrocínio, e cumpra, no máximo, três anos em
detenção. É preciso que haja essa proporcionalidade de que, nesses casos, nos
casos equivalentes aos crimes hediondos, o ato infracional hediondo permita até
dez anos de internação, sendo que, com 18 anos [o adolescente infrator], seria
separado, não levado ao sistema penitenciário, mas separado dos demais
adolescentes em ala específica”, afirmou Moraes.
Ex-secretário
da Justiça de São Paulo e ex-presidente da Fundação Centro de Atendimento
Socioeducativo ao Adolescente (Febem), Alexandre de Moraes disse que no atual
modelo, o menor infrator “vira um líder”
nas casas de internação ao completar 18 anos. “Aquele menor, agora maior, vira um líder, ídolo lá dentro, incentivando
a violência”. Em 2005 e, depois em 2015, Alexandre de Moraes, como
secretário da Justiça de São Paulo, entregou ao Congresso Nacional sugestão de
projeto de lei propondo mudanças no ECA.
Maconha
Perguntado
sobre a legalização da maconha, Moraes preferiu não responder por ter que
julgar o caso no STF, caso tenha o nome aprovado pelo Senado, mas ponderou que
o Estado deve focar as ações no combate ao grande traficante. “Em relação às drogas, temos que focar, como
grande objetivo, o traficante, aqueles que fazem da sua vida essa violência em
relação às drogas.”
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