Agência Brasil
Após mais de 11
horas de sabatina, com perguntas de 40 senadores, a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado aprovou há pouco, por 19 votos a favor e 7 contrários,
a indicação de Alexandre de Moraes, 48 anos, para ocupar vaga no Supremo Tribunal
Federal (STF). A indicação ainda precisa ser votada pelo plenário da Casa, em
sessão marcada para amanhã (22).
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Indicado pelo
presidente Michel Temer para o lugar do ministro Teori Zavaski, morto na queda
de um avião em janeiro, Moraes falou sobre o chamado ativismo judicial, que é
quando o Judiciário se antecipa ao Poder Legislativo e regulamenta temas que
não foi abordado pelo Congresso, como casamento gay e mudanças
no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Questionado sobre aborto, o
indicado preferiu não emitir opinião, porque disse que poderá ser chamado a se
manifestar sobre isso em ação corrente no Supremo, o que significaria
antecipação de voto.
A sabatina
começou por volta das 10h com diversas questões de ordem da oposição pedindo o
adiamento da reunião. O presidente do colegiado, senador Edison Lobão
(PMDB-MA), negou todas. Ministro licenciado da Justiça, Moraes chegou ao Senado
acompanhado da esposa e negou que tenha advogado para uma organização criminosa
de São Paulo.
Moraes negou
também que tenha plagiado sua tese de pós-doutorado de um jurista espanhol e
prometeu declarar-se impedido em ações que envolvam o escritório de
advocacia da mulher. Sobre sua atuação na Corte Máxima do país, disse que “será
independente” e que não considera sua indicação ao Supremo um “agradecimento
político”.
Sobre o uso de
prisões preventivas, Alexandre de Moraes defendeu que as prisões nesses casos
devem durar “tempo proporcional” ao crime que a pessoa é acusada. Ele evitou
tomar posição sobre o foro privilegiado, mas disse que o mecanismo traz
problemas operacionais para a Justiça.
O ministro
licenciado da Justiça defendeu ainda a regulamentação do poder de investigação
do Ministério Público e a mudança da Lei Orgânica Nacional da Magistratura para
possibilitar penas mais severas a juízes condenados por atos ilícitos.
A senadora
Gleisi Hoffmann se declarou impedida de votar por ser ré na Operação Lava Jato,
que tramita no STF. A intenção, segundo a senadora, era que outros
parlamentares investigados também se abstivessem, o que não ocorreu.
Para ter a
nomeação aprovada, Alexandre de Moraes precisa ter, no mínimo, os votos
favoráveis de 41 dos 81 senadores no plenário do Senado, em votação que deve
ocorrer amanhã em sessão extraordinária convocada para as 11h desta
quarta-feira.
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