Agência Brasil
Antes mesmo do
início da sessão que já estava atrasada por mais de uma hora, o relator do
projeto das medidas contra a corrupção (PL 4850/16), Onyx Lorenzoni (DEM-RS),
anunciou que o dia seria dedicado à discussão de seu parecer e que a votação
ficaria para a próxima terça-feira (22). Lorenzoni garantiu que não foi sua a
decisão de retirar a Medida 18 – que permitia que juízes e procuradores
respondessem por crime de responsabilidade em situações como abuso de poder ou
falta de decoro – e afirmou que não há qualquer proposta sendo discutida para
que o tema volte a fazer parte do parecer.
Leia também:
“Como a
proposta estava muito aberta e poderia dar curso a manobras de parte do
Congresso, de calar e confrontar magistrados e procuradores, aceitamos a
argumentação e retiramos". Segundo o relator, neste momento não existe
texto negociado. "Até este momento, a relatoria não tem texto que permita
trabalhar com ele. Hoje são as 17 medidas”, disse.
Foi um apelo
de outros integrantes que suscitou a possibilidade de crimes de responsabilidade
para essas categorias serem novamente incluídos na proposta, de acordo com o
presidente da comissão especial criada em junho deste ano. O deputado Joaquim
Passarinho (PSD-PA) afirmou que “a grande maioria dos deputados solicitou ao
relator que incluísse o texto novamente”, mas que não tenha um tom
agressivo. “Os procuradores são fundamentais [no combate à corrupção].
Não podemos criminalizá-los, mas é fato que hoje eles estão acima da lei
normal. São pontos que podemos conciliar tendo inteligência”, afirmou.
Diferentemente
do relator, o presidente do colegiado afirmou que, ainda que não seja formal,
há uma proposta esboçada que trataria desse tipo de responsabilização de forma
mais pontual, tipificando os crimes de responsabilidade e as consequências para
essas duas categorias. "Hoje, se fica comprovado que um juiz vendeu
sentença, ele é julgado pelo Conselho Nacional de Justiça, agora ele é julgado
como políticos, prefeitos, como qualquer um que cometeu crime de corrupção. Não
estamos legislando para funcionário público e políticos, mas estamos legislando
para agentes públicos. Entendemos que quem recebe salário público tem que estar
na mesma lei”, acrescentou.
Caixa
dois
Sobre uma
possível anistia de crimes de caixa dois praticados antes da aprovação da lei
anticorrupção, Passarinho assegurou que não há possibilidade de essa previsão
ser incluída no texto da comissão especial.
“Não há espaço
e nenhuma movimentação para isso. Aqui só temos emenda supressiva. Não temos
aglutinativas. Se houver alguma tentativa, aqui não será. Não tem espaço, nem
no Regimento [Interno} nem na comissão que não pretende mexer”, afirmou.
Desde que
decidiu incluir a criminalização dessa prática no texto, o relator têm
reiterado que a proposta já estava no original apresentado pelo Ministério
Público e apoiado por milhões de brasileiros. Segundo ele, da forma como foi
previsto em seu parecer não existe anistia para crimes praticados até a nova
lei, caso seja aprovada dessa maneira. “O nosso dever era dar consequência às
dez medidas onde já havia a criminalização do caixa dois, com responsabilização
do receptor, e incluímos pela primeira vez também o doador, com pena dura e não
apenas no período eleitoral. Incluímos a responsabilização de agentes
partidários e partidos políticos. Não mexemos no Código Eleitoral, no Artigo
354 [que tratava sobre a prática sem mencionar a nomenclatura]. Acrescentamos o
Artigo 354-A, qualificamos e especificamos o crime”, reiterou Lorenzoni.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi