Da Agência
Lusa
O Supremo
Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela ordenou nessa terça-feira (15) ao
Parlamento, onde a oposição detém a maioria, parar o julgamento político contra
o presidente Nicolás Maduro, a quem responsabiliza por uma alegada
"ruptura da ordem constitucional" no país. Por outro lado, proíbe os
venezuelanos de convocar e realizar atos que alterem a ordem pública.
"Ordena
[o STJ] aos deputados da Assembleia Nacional (Parlamento) abster-se de continuar
com o pretendido julgamento político e, em definitivo, ditar qualquer tipo de
ato, seja em forma de acordo ou qualquer outro tipo, que se encontre à margem
das suas atribuições constitucionais e que, enfim, contrarie o Texto
Fundamental [da Constituição]", diz a decisão do tribunal.
A sentença foi
emitida pela Sala Constitucional, uma das seis que compõem o STJ e proíbe
que sejam convocados e realizados "atos que alterem a ordem pública,
instigações contra as autoridades e poderes públicos, assim como outras
atuações à margem dos direitos constitucionais e da ordenança jurídica".
A decisão do
STJ tem por base a admissão de uma denúncia feita na semana passada pelo
procurador-geral da República, Reinado Muñoz, em que a oposição alega exercício
ilícito do cargo, por ter sido designado sem a aprovação do Parlamento.
Segundo o
procurador, a Assembleia Nacional incorria em alegada violação da Constituição
da Venezuela, ao tentar fazer um "julgamento político" do presidente,
com o qual os parlamentares pretendem determinar a responsabilidade do chefe de
Estado no que dizem ser uma "ruptura da ordem constitucional" no
país.
No texto da
denúncia, o procurador pediu ao STJ para evitar que o Parlamento ature para
"obter, pela via dos fatos, o controle dos poderes públicos ou a implosão
de condutas com fins particulares". Pediu ainda que evite que os
parlamentares e porta-vozes políticos "emitam opiniões e convoquem
atividades que pretendam atentar contra a paz da República, gerar violência e
perdas humanas e materiais", entre elas "mobilizações em áreas onde
funcionam os poderes públicos", ou façam chamados de forma a desconhecer
ou agredir os poderes públicos e as suas atuações.
"Proibir
aos meios de comunicação social a transmissão ou retransmissão das informações
relacionadas com os fatos contemplados nos pontos anteriores" foi outro
pedido do procurador.
Além disso, o
STJ ordenou ao Executivo adotar as medidas necessárias para proteger a
integridade física dos cidadãos que trabalham nos distintos escritórios do setor
público a cujas sedes, de maneira recorrente, os porta-vozes políticos incitam
à mobilização, assim como das instalações e bens que se encontram nessas sedes.
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