A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que casais que vivem
em regiões onde há transmissão do Zika evitem a gravidez em momentos de
alta circulação do vírus. Em atualização de documento sobre prevenção
sexual da doença, a organização aconselha ainda a quem visitou áreas
onde o vírus é endêmico, que fique por oito semanas sem fazer sexo ou
que use preservativos pelo mesmo período, depois que voltar de viagem.
De acordo com a entidade internacional, o principal vetor da doença é o mosquito Aedes aegypti,
porém, estudos identificaram a presença do vírus em fluidos corporais
de pessoas infectadas. Segundo a entidade, a transmissão sexual é mais
comum do que se imaginava a princípio.
O documento também sugere
que homens que tiveram os sintomas do vírus, como manchas vermelhas,
febre leve e conjuntivite, devem usar preservativos ou evitar relações
sexuais por pelo menos seis meses. Este tempo deve ser estendido até o
fim da gravidez, em caso de parceira gestante.
As orientações foram feitas devido à relação entre o vírus zika em
gestantes e o nascimento de bebês com microcefalia e outros problemas
neurológicos. Segundo a OMS, sempre que surgirem novas evidências, o
documento será atualizado. Atualmente, 60 países registraram a
transmissão interna do vírus Zika.
Além das recomendações de
ordem individual, a OMS também determina que os governos garantam o
direito de mulheres que não querem engravidar usarem contraceptivos de
emergência, como a pílula do dia seguinte.
Zika
Transmitido por um mosquito bem conhecido dos brasileiros, o Aedes aegypti,
o vírus Zika começou a circular no Brasil em 2014, mas teve os
primeiros registros feitos pelo Ministério da Saúde em maio de 2015. O
que se sabia sobre a doença, até o segundo semestre do ano passado, era
que sua evolução costumava ser benigna e que os sintomas, geralmente
erupção cutânea, fadiga, dores nas articulações e conjuntivite, além de
febre baixa, eram mais leves do que os da dengue e da febre chikungunya,
também transmitidas pelo mesmo mosquito.
Porém, em 28 de
novembro de 2015 o Ministério da Saúde confirmou que, quando gestantes
são infectadas pelo vírus podem gerar crianças com microcefalia, uma
malformação irreversível do cérebro que pode vir associada a danos
mentais, visuais e auditivos. Pesquisadores confirmaram que a Síndrome
de Guillain-Barré também pode ser ocasionada pelo Zika.
A
microcefalia não é uma malformação nova. Ela pode ter como causa
diversos agentes infecciosos, além do Zika, como sífilis, toxoplasmose,
rubéola, citomegalovírus e herpes viral.
A relação entre o zika e a microcefalia e outras alterações neurológicas motivou a declaração de Emergência em Saúde Pública
pelo Ministério da Saúde em novembro do ano passado e de Emergência em
Saúde Pública de Importância Internacional pela OMS em fevereiro de
2016.
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Dag Vulpi