Douglas Corrêa
- Repórter da Agência Brasil
O promotor de
Justiça Márcio Souza Guimarães, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Massas
Falidas do Ministério Público do Rio de Janeiro emitiu parecer favorável ao
processo de recuperação judicial da operadora de telefonia Oi, que compreende
as sociedades Oi S.A, Telemar Norte Leste S.A, Oi Móvel S.A., Copart 4
Participações S.A., Copart 5 Participações S.A., Portugal Telecom International
Finance B.V. (PTIF) e Oi Brasil Holdings Cooperatief U.A. (Oi Coop), as duas
últimas com sede na Holanda.
A recuperação
judicial é uma medida para evitar a falência adotada por uma empresa quando ela
perde a capacidade de pagar suas dívidas.
De acordo com
o parecer do Ministério Público, a PTIF e a Oi Coop são sociedades estrangeiras
controladas pela holding brasileira Oi S.A., cuja constituição tem por objeto a
captação de recursos no exterior para financiamento da operação brasileira.
O promotor
defende a aplicação, pela primeira vez no Brasil, do instituto da insolvência
transnacional. Isso significa que, quando houver uma empresa transnacional, é o
juízo em que se situa o principal estabelecimento quem vai decidir e fazer
valer sua decisão, em conjunto com a justiça estrangeira, dentro do critério da
territorialidade, sob pena de violação da jurisdição e soberania de outro
Estado.
“Tal
modalidade de interpretação deve ocorrer com o objetivo de suprir grave lacuna
legislativa existente sobre o tema, a qual será resolvida com a aprovação do
Projeto do Código Comercial, em tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal”, disse o promotor no parecer.
No caso
específico da Oi, segundo Guimarães, o processo principal será no Rio de
Janeiro e os processos secundários serão instaurados nos países em que a
empresa identificar interesse jurídico, sendo possível a comunicação entre os
juízes por meio de protocolos firmados diretamente, respeitando a soberania de
cada país.
O pedido de
recuperação judicial da Oi, apresentado na última segunda-feira (20) à 7ª Vara
Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, inclui um total em dívidas de R$ 65,
4 bilhões.
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