O ministro da
Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, anunciou ontem (14) a criação de um
núcleo permanente de combate à criminalidade e corrupção em parceria com os
ministérios públicos estaduais. A medida foi divulgada após reunião de cerca de
duas horas com procuradores-gerais de todo o país.
De acordo com
Moraes, a iniciativa tem início imediato e será composta por gestores indicados
pelo Ministério da Justiça e quatro membros do ministério público estadual. Na
proposta apresentada, haverá integração de bancos de dados de todos os
ministérios públicos estaduais com a base de informações do Ministério da
Justiça para atuar no combate ao crime organizado.
"O
primeiro ponto de imediato é que os bancos de dados sejam integrados. Hoje a
criminalidade no mundo moderno se combate com inteligência e inteligência é
troca de informação. Cada estado tem a sua informação, não há uma troca de
informação. O Ministério da Justiça não fornece dados a esses estados e eles
não fornecem dados ao Ministério da Justiça. Nós vamos fazer um grande banco de
dados criminal", disse o ministro. Segundo Moraes, atualmente apenas nove
estados têm laboratório contra lavagem de dinheiro. A estrutura deverá
ser estendida a todos os outros estados que ainda não têm o instrumento.
Combate a
homicídios
Moraes
sinalizou ainda a criação de uma política nacional de combate aos homicídios e
ao tráfico de armas. "Não é razoável que um país como o Brasil tenha quase
60 mil mortos por homicídio por ano", disse. "Quem atua junto à
polícia de cada estado, quem é o titular da ação penal, quem atua nos
homicídios é o Ministério Público e vamos aproximar o Ministério Público da
polícia e auxiliar nessa cooperação para que nós possamos ter prioridade nos
processos em relação a homicídio assim como também, e os procuradores-gerais
concordaram, a necessidade de se priorizar as ações relacionadas à corrupção no
âmbito dos estados – ação de corrupção, de improbidade administrativa não podem
ter o mesmo trâmite e a mesma demora, entrar na fila comum como uma locação, um
mandado de segurança".
O ministro
falou sobre o suporte à atuação da pasta à Operação Lava Jato. "[É] apoio
total aos delegados, aos agentes, aos policiais [da Polícia Federal] que estão
atuando principalmente em Curitiba, mas também aqueles que estão dando apoio
logístico à Lava Jato", disse. "Todos os recursos humanos e
financeiros necessários para que a Lava Jato continue e vá até a fundo no
combate à corrupção e à criminalidade estarão garantidos pelo Ministério da
Justiça e pelo presidente Temer".
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