Mariana
Jungmann - Repórter da Agência Brasil
A senadora
Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que a operação que prendeu hoje (23) seu marido,
o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, e realizou busca e apreensão em
seu apartamento, ocorreu para desviar o foco da opinião pública de problemas do
governo do presidente interino, Michel Temer.
“Não me cabe
outra explicação que não o desvio de foco da opinião pública deste governo
claramente envolvido em desvios, em ataques aos direitos conquistados pela
população. Garantir o impeachment é tudo o que mais lhes interessa neste
momento”, disse Gleisi em carta lida no plenário por sua colega de partido,
senadora Fátima Bezerra (PT-RN). Gleisi não foi hoje ao Senado porque decidiu
passar o dia em casa com os filhos.
Na carta, a
senadora disse que o marido foi vítima de injustiça, que Paulo Bernardo sempre
se colocou à disposição da Justiça e que não vê motivos para sua prisão,
tampouco para a busca feita pela polícia em suas residências em Brasília e
Curitiba (PR).
"Mais de
dez pessoas estranhas entraram na minha casa com ordem de busca e apreensão.
Trouxeram também uma ordem de prisão preventiva contra o Paulo. Busca e
apreensão quase um ano depois do início do processo? Prisão preventiva para
prevenir o que? Uma fuga, um conluio, qual risco representa ele?”, questionou a
senadora.
Gleisi também
lamentou que a ação policial tenha ocorrido na presença de seus filhos
resultando, inclusive, na apreensão do computador de um deles. “Vieram
coercitivamente buscá-lo em casa, na presença de nossos filhos menores. Um
desrespeito humano sem tamanho e desnecessário. Não havia nada em nossa casa
que podia ser levado. Mesmo assim, levaram o computador de nosso filho
adolescente. Fiquei olhando meu menino e pensei sobre a dor que sentia com
aquela situação”, disse a senadora na carta.
Segundo
Gleisi, o patrimônio da família foi construído com os próprios salários, sem
fontes ilegais. “Quem nos conhece sabe que não fizemos fortuna, não temos conta
no exterior. Levamos uma vida confortável, porém modesta. O patrimônio que nós
temos, parte financiado, foi comprado com nossos salários”, escreveu.
Operação Custo
Brasil
De acordo com
a investigação, o ex-ministro Paulo Bernardo recebia recursos de um esquema de
fraudes no contrato para gestão de empréstimos consignados no Ministério do
Planejamento. Os serviços da Consist Software, contratada para gerir o crédito
consignado de servidores públicos federais, eram custeados por uma cobrança de
cerca de R$ 1 de cada um dos funcionários públicos que solicitavam o empréstimo.
Desse montante, 70% eram desviados para empresas de fachada até chegar aos
destinatários, entre eles o ex-ministro.
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