Mariana
Jungmann - Repórter da Agência Brasil
A Advocacia-Geral
do Senado estuda acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a
legalidade do cumprimento de mandados de busca e apreensão em apartamentos
funcionais de senadores que não tenham sido emitidos pela própria Suprema
Corte. A provocação será motivada pela Operação Custo Brasil que, hoje (23),
prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann, e
cumpriu um desses mandados no apartamento do casal em Brasília.
Embora o
mandado de busca em questão deixe explícito que os policiais federais deveriam
fazer apreensões apenas de bens pertencentes ao ex-ministro, resguardando tudo
que tivesse a ver com a senadora, a advocacia analisa se os apartamentos
funcionais são uma extensão das dependências do Senado e, portanto, a mera entrada
em um deles deveria ser autorizada pelo STF e deve se posicionar sobre o
assunto até amanhã (24).
Hoje, após a
conclusão da reunião da Comissão Processante do Impeachment, o líder do PSDB,
senador Cássio Cunha Lima (PB) concordou com esse entendimento. “Para fazer
busca e apreensão em um apartamento de um senador é só com autorização do STF.
Essa crítica, no meu entender, tem fundamento”, disse.
Apesar disso,
o líder tucano disse que a operação de hoje “mostra que as instituições estão
funcionando” e que esse é “um novelo que não para de sair linha”. “Quanto mais
se investiga, mais coisas descobrem”.
Questionado
sobre o que achou da decisão, o advogado da presidenta afastada Dilma Rousseff
e ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, preferiu não emitir
opinião. “Eu não tenho condições de comentar essa decisão. Eu não vi a decisão,
eu sei que existia um inquérito há muito tempo, não sei porque foi determinada
a prisão preventiva. Eu tenho que tomar a devida cautela antes de emitir
qualquer opinião”, disse.
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