André Richter
- Repórter da Agência Brasil
A defesa da
presidenta afastada Dilma Rousseff disse hoje (27) ao Supremo Tribunal Federal
(STF) que o processo de impeachment foi deflagrado com objetivo de “mitigar a
persecução penal” de investigados na Operação Lava Jato. A declaração
consta no pedido do advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, feito ao STF para
ter acesso aos depoimentos de delação premiada do ex-presidente da Transpetro,
Sérgio Machado.
Segundo
Cardozo, as declarações de Machado corroboram a tese da defesa da presidenta
afastada de que houve desvio de finalidade no ato do presidente afastado da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deflagrou o processo de impeachment
com o objetivo de “evitar a persecução penal de supostos envolvidos em esquema
de recebimento de propina que estavam na mira da Operação Lava Jato”.
Além de
reafirmar que houve “vingança e interesse pessoal” de Cunha na decisão que
abriu o processo de impedimento, a defesa de Dilma também sustentou que o ato
teve como finalidade “a satisfação de todo um grupo político”, referindo-se ao
PMDB.
Os depoimentos
de delação premiada de Sérgio Machado, tomados pela força-tarefa de
investigadores da Lava Jato, foram tornados públicos no dia 15 de junho, após
decisão do ministro Teori Zavascki. Em um dos depoimentos, Machado disse que
repassou propina para mais de 20 políticos de vários partidos.
Além disso, em
uma das gravações feitas por Machado, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), defende uma alteração na lei que trata da delação premiada para
impedir que presos colaborem com as investigações. Em outro áudio, Renan também
conversou com o ex-senador José Sarney sobre a Lava Jato. Na ocasião, Renan
afirmou que “não tomou nenhuma iniciativa” ou fez gestões para “dificultar ou
obstruir” as investigações da operação Lava Jato.
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